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Módulo 6 – Portal de Saúde Eureka

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PORTAL DE SAÚDE EUREKA

Módulo 6

MANUAL DO EDUCADOR

Gestão e planejamento: Fundamentos de enfermagem, Anotação de enfermagem e Administração de medicamentos

APRESENTAÇÃO

O trabalho e o cuidado têm suas raízes no modo de ser humano. Ciente de que a Enfermagem é uma ciência que passa por constantes transformações, torna-se fundamental que o enfermeiro tenha conhecimento da evolução da história de sua profissão, devendo também compreender o porquê dessas mudanças ocorrerem e como elas acabam influenciando a sua vida profissional. Sabemos que o processo de comunicação é condição indispensável ao planejamento das ações de enfermagem adequadas às reais necessidades do paciente, e o enfermeiro deve fazer uso dessa prerrogativa para determinar suas tarefas, planejar suas ações e priorizar a assistência ao paciente. O desenvolvimento científico-tecnológico traz à tona questões relativas às transformações sociais, constrói novos padrões de comportamento em todas as áreas, altera a forma de organização do trabalho docente, influenciando significativamente a educação e incentivando a compreensão da utilização das tecnologias como instrumentos pedagógicos. Instrução e informação sobre os saberes acumulados pela humanidade oferecidas pela escola são importantes, porém educar implica ir além da instrução informativa.O educador possui a responsabilidade de acompanhar as transformações sociais e, ao mesmo tempo, educar com uma postura humilde de educador-aprendiz, consciente de que se aprende mais quando se ensina, e ensina-se mais quando se aprende, pois para isso é preciso ouvir, falar e respeitar. O agir comunicativo na produção do saber em Enfermagem promove mudanças a partir do conhecimento dos problemas que acometem os vários setores da sociedade e da investigação científica para solucioná-los. Deve-se buscar conhecimento, excelência e qualidade. A conscientização dos enfermeiros acerca da importância e da necessidade de registrar a assistência de enfermagem prestada ao paciente visa assegurar a qualidade e a continuidade de seus trabalhos nos diferentes plantões, exigindo uma organização individual de seus tempos durante o período, pois a informação que não é registrada tende a se tornar informação perdida, já que não contabilizada e não reconhecida. O processo de comunicação é condição indispensável ao planejamento das ações de enfermagem adequadas às reais necessidades do paciente, e o enfermeiro deve fazer uso dessa prerrogativa para determinar suas tarefas, planejar suas ações e priorizar a assistência ao paciente. Cuidar e acolher são ações indispensáveis ao enfermeiro. Podemos nos cuidar em grupo quando reunimos a equipe de enfermagem ou a equipe dos diversos profissionais de saúde, para repensar nosso próprio trabalho, a partir não só da perspectiva do que nos é exigido, mas do que consideramos necessário e pertinente como grupo, como sujeitos que têm diante de si um leque de escolhas em relação ao que consideram um bom e prazeroso trabalho. O acolhimento além de uma estratégia é de suma importância e deve ser como uma atitude de comprometimento de receber, escutar e tratar de forma humanizada os usuários, estruturada na “relação de ajuda”, podendo ser percebido pelo processo de produção da relação entre o usuário e serviço por intermédio da questão da acessibilidade, das ações de recepção dos usuários nos serviços de saúde, com os objetivos de ampliar o acesso dos usuários, humanizar o atendimento e funcionar como dispositivo para a reorganização do processo de trabalho, pontuando os problemas e oferecendo soluções e respostas aos problemas dos usuários. Sendo assim, o acolhimento realizado pelo enfermeiro, respalda os princípios da integralidade, universalidade e equidade, fazendo toda a diferença no cuidado dos familiares e crianças portadoras dessa patologia.

A enfermagem se apresenta como prática social e historicamente construída, sendo o seu processo de trabalho constituído com finalidades, objeto e instrumento de trabalho, tal qual as demais práticas sociais. A divisão social será marcante e se refletirá internamente pela divisão que se estabelece entre enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem. A construção e implantação de programas voltados para a elaboração da prescrição de enfermagem constituem uma necessidade crescente, podendo contribuir para melhorar o desempenho das atividades profissionais não só do enfermeiro, mas da equipe de enfermagem, além de melhorar o tempo, a comunicação, os registros e, principalmente, atender o paciente em suas necessidades básicas de saúde. A implantação de um sistema de informatização em enfermagem requer avaliação periódica e condições técnicas para a efetuação de etapas crescentes de desenvolvimento sempre que houver implementação de melhorias, o tema torna-se relevante e passa a merecer novos e contínuos investimentos. A introdução da Informática em Enfermagem implica também a necessidade da promoção de algumas mudanças básicas no âmbito da própria Enfermagem, principalmente quanto às atitudes dos enfermeiros e em relação a alguns aspectos referentes à educação e à cultura técnica de cada um deles, bem como quanto à maturidade e à especificidade dos seus conhecimentos técnico-profissionais, do uso dos computadores e dos aspectos básicos da Informática. É fundamental ampliar o leque de experiências dos alunos e que vivenciem experiências em vários cenários. As experiências do estudante de enfermagem nesses campos de prática favorecem o aprimoramento de sua capacidade de interagir com pessoas, de estabelecer relação de ajuda, de adquirir habilidades compatíveis com o trabalho de reintegração social e para a sua participação efetiva no trabalho multidisciplinar.

FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM

Competências: conhecer o desenvolvimento histórico das práticas de saúde, a história de enfermagem no Brasil e no mundo, entender como se deu o processo de profissionalização da enfermagem no Brasil. Adquirir conhecimento quanto à aplicação da anatomia do exame físico à enfermagem, dominando os conceitos de morfologia e a localização anatômica dos órgãos, aparelhos e sistemas, por regiões corporais do indivíduo. Identificar os membros da equipe de saúde de enfermagem e suas respectivas funções; Conhecer e identificar a unidade do cliente/paciente; Identificar e orientar exercícios básicos de reabilitação e prevenção de sequelas; Conhecer os termos esterilização, assepsia, anti-sepsia, desinfecção e contaminação; Identificar equipamentos necessários ao exame clínico geral e especializado.

PLANO DE AULA

Curso: Curso técnico de nível médio em enfermagem

Autor: Vanda Cristina dos Santos Passos

Unidade: Fundamentos aplicados à enfermagem

Assunto: Fundamentos de enfermagem

Objetivo

Compreender que as práticas de saúde no mundo moderno compreendem as ações de saúde, em especial as de enfermagem, sob a ótica do sistema político-econômico capitalista, seu histórico e entendimento que a enfermagem tem características que convergem para o propósito fundamental de servir à humanidade com qualidade e humanização.

Conteúdo programático

  • Introdução
  • Surgimento da enfermagem
  • Direitos dos pacientes
  • Noções básicas de atendimento à saúde
  • Processos de internação
  • Sistematização da assistência em enfermagem ( SAE)
  • Anotações de Enfermagem
  • Noções de controle de infecções
  • Unidades Hospitalares
  • Promoção e manutenção da higiene
  • Noções de alimentação
  • Referências
  • Exercícios com respostas comentadas

Metodologia

Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco.

Avaliação

Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula.

Bibliografia

PRADO, M L; GLBECKE, F. L. Fundamentos de Enfermagem. 2 ed. Florianópolis: Cidade Futura, 2002.

FIGUEIREDO, N M A; VIANA, D. L.; MACHADO, W. C. A. (Coord.). Tratado Prático de Enfermagem. 2 ed. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2008.

GEOVANINI, T. História da Enfermagem, 2005. Oguisso T, Campos P F S C. A Lâmpada – Símbolo da Enfermagem Moderna Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, 2016. https://www.ee.usp.br/organizacao/lampada.htm – Acesso em 10 de Maio de 2016.

Enfermagem do futuro. Estrada B F A. EERP. USP. 2016. https://portal.coren- sp. gov.br/sites/default/files/62_artigo_enfermagem_do_futuro.pdf[ acesso em 09 de maio de 2016).

VOLPATO, A.C.B., Passos, V.C.S. Técnicas Básicas de Enfermagem. 4ªed. São Paulo: Martinari, 2014.480p.

KAWAMOTO, E.E, Fortes, J.I. Fundamentos de enfermagem; atualizado por Lucia Tobase. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.264p.

AQUECIMENTO

O estudo de Fundamentos de Enfermagem fornece possibilidades de desenvolver conteúdos programáticos, envolvendo conhecimentos de outras áreas da enfermagem. Esta estratégia fornece ao estudante uma visão globalizada das situações que requerem sua atuação como elemento facilitador para a resolução dos problemas. Essas experiências de aprendizagem fornecem condições para o desenvolvimento de habilidades necessárias ao seu desempenho frente às funções de administração, supervisão, ensino e treinamento e de iniciação à pesquisa. A comunicação é importante para a assistência em enfermagem, pois é responsável pela a continuidade do cuidado a ser prestado. É de fundamental importância que os enfermeiros tenham conhecimento da história de sua profissão, já que esse entendimento torna possível que cada profissional entenda as origens sociais e intelectuais da disciplinas: As questões de vida, de saúde, de doença, do nascimento, da morte fazem parte, entre outras, da singularidade dos temas de ensino que compõe o currículo em sua totalidade. Em meio à emergência dos conteúdos técnicos, dos procedimentos, existem os de natureza cultural, ética, política, histórica, social e econômica. Nesse contexto, os temas relacionados à finitude da existência humana fazem parte do cotidiano das aulas, já que os alunos lidam diretamente com vida, a saúde, a doença e a morte. A Enfermagem está diretamente ligada à sociedade em que está inserida, ao desenvolvimento das práticas de saúde e, assim, associada às estruturas sociais das diferentes nações em épocas diversas. Compreender a Historia da Enfermagem constitui um campo de conhecimento necessário e indispensável para fundamentar sua própria prática profissional, e dar diretrizes que possam elevar ainda mais a profissão, tornando-a cada vez mais respeitada e valorizada em todos os campos da vida social. Os avanços do conhecimento na área da saúde, a sofisticação cada vez maior do aparato tecnológico que envolve as ações de assistência ao paciente, exigem cada vez mais a necessidade de qualificação dos enfermeiros. A constituição da enfermagem, como profissão, vem demonstrando, desde suas origens, uma forte divisão do trabalho, acarretando nessa lógica, valorizações sociais diferenciadas das atividades exercidas. A assistência emocional ao estudante é necessária durante sua formação, para atenuar ansiedades, conflitos e preocupações, contribuindo para o seu crescimento como pessoa e para sua maturidade ao enfrentar situações de dificuldades inerentes ao indivíduo e a busca da competência. A competência inclui o decidir e agir em situações imprevistas, o que significa intuir, pressentir e arriscar, com base na experiência anterior e no conhecimento. Ser competente é ser capaz de mobilizar conhecimentos, informações e até mesmo hábitos, para aplicá-los, com capacidade de julgamento, em situações reais e concretas, individualmente e com sua equipe de trabalho. Na formação em enfermagem o saber fazer técnico é indispensável, para tal, o discente necessita de um relativo período de tempo para desenvolver suas habilidades, devido à minuciosidades de passos que devem seguir até a conclusão do ato técnico, mas isso não basta. A sua abordagem junto ao paciente só será adequada se aliar, ao saber fazer, outros conhecimentos e atitudes. Durante o período de formação, o discente vai necessitar desenvolver uma boa dose de compreensão de sua prática, até conseguir ter uma visão de totalidade no seu ato de cuidar. O seu papel não se resume à realização da técnica em si, é bem mais complexo, pois está cuidando de um ser social como ele. A busca de formação permanente, as reflexões críticas sobre a prática pedagógica, a procura de novos caminhos no processo educativo, a partir de abordagens ético-humanistas e problematizadoras, o convívio com colegas, contribuem para superar o paradigma rígido da formação, contribuindo com abordagens pedagógicas que superam práticas tradicionais na relação ensino-aprendizagem.

DINÂMICAS

 

TALENTO SAUDÁVEL

Alunos ou equipes podem fazer uma visita monitorada à Unidade Básica de Saúde na qual se situa a instituição de ensino técnico, onde serão apresentadas aos serviços que a unidade de saúde oferece e, após isso, podem assistir a uma palestra com tema sobre saúde a ser definido, como “alimentação saudável”, “sexualidade”, “prevenção de álcool e drogas” ou participar de alguma atividade comunitária.

Se realizada palestra, pode haver jogo de perguntas e respostas, cujo conteúdo seja o tema ministrado, além de outros temas escolhidos.

Ao final podem ser fornecidas peças teatrais para a próxima etapa.

Objetivos esperados: abordar aspectos e temas de grande relevância, sobretudo na adolescência, facilitar o acesso aos diversos serviços de saúde, pouco aproveitados por essa faixa etária, estimular a capacidade de concentração e organização em eventos científicos, fomentar a capacidade juvenil de ser artífice e cuidador de sua própria saúde, em trabalho supervisionado por equipe multidisciplinar.

Fonte: Adaptado de: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; n. 24).

 

 

TALENTO SOCIAL

As equipes podem ser orientadas a arrecadar determinadas prendas estabelecidas, como alimentos, fraldas, material escolar ou outras que atendam às necessidades da própria comunidade, podendo ter um mecanismo de pontuação conforme critérios estabelecidos. Após arrecadação, estimula-se que os estudantes possam fazer a distribuição (supervisionada pelos educadores) delas para o público-alvo da ação, como exercício de reconhecimento das necessidades sociais da comunidade.

Objetivos esperados: estimular a capacidade de voluntariado, participação social e solidificação da cidadania.

Fonte: Adaptado de: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; n. 24).

 

ENTREVISTA

O aluno pode participar ativamente, saindo da sala de aula para a rua para entrevistar transeuntes anônimos, perguntando a eles o que pensam sobre enfermagem e como definiriam o enfermeiro.

Essa atividade poderia ser realizada ao final da aula, após o professor dar orientações sobre como abordar o transeunte antes de fazer as perguntas. Não importa saber nomes dos entrevistados, mas sim a profissão ou ocupação. À resposta de que estão aposentados ou desempregados, devem identificar ocupações que desempenhavam antes da aposentadoria ou desemprego, para conhecer o nível de escolaridade. Essa informação é importante para excluir médicos ou enfermeiros das entrevistas, pois obviamente eles dariam opinião técnica que não seria objeto de estudo. A idade exata também não é objeto de estudo, pois se trata de pergunta dispensável e nem todas as pessoas estão dispostas a responder. Bastaria identificar como jovem, adulto ou idoso. Excluem-se familiares, parentes próximos e afins, que poderiam dar as respostas desejadas pelo entrevistador.

Quando realizada no intervalo das aulas nos arredores da escola, os entrevistados serão desconhecidos. Os alunos devem ser solicitados a descrever em um parágrafo a reação da pessoa abordada em cada entrevista. Dados coletados são tabulados e discutidos com os alunos na aula seguinte, analisando-se o conjunto das respostas para traçar o perfil do enfermeiro na visão popular das pessoas entrevistadas. Essa seria a realidade a ser trabalhada não só pelos alunos, mas até pelas lideranças locais da enfermagem, através de CORENs ou ABEns. Estudados o passado e o presente da enfermagem, resta discutir o futuro da profissão, que dependerá muito do que as entidades de classe da profissão estão propondo fazer, mas também de cada um dos profissionais, atuais e futuros, que esses alunos representam. Daí a importância de discutir propostas que entidades apresentam coletivamente para a enfermagem e, sobretudo, discutir os pontos positivos resultantes dos dados coletados pelos alunos que precisam ser reforçados, sem deixar de lado os negativos, que devem ser serem trabalhados.

Fonte: https://revista.portalcofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/viewFile/503/193paginas 52 2 53 acesso em 19 de dezembro de 2016 às 11:56h.

 

TEXTOS PRA REFLEXÃO

EQUIPE DE ENFERMAGEM E SUA IMPORTÂNCIA NA ACREDITAÇÃO HOSPITALAR

Edson Mendes de Santana

A equipe de enfermagem, de forma geral, tem por essência o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo importantes ações por meio do cuidado, responsabilizando-se pelo conforto, acolhimento e bem-estar dos pacientes. Com esta afirmação somente conseguimos visualizar a equipe de enfermagem no contexto operacional do hospital. Porém, com as mudanças que ocorrem diariamente, podemos notar que estes profissionais estão exercendo cada vez mais, parte da equipe administrativa do hospital. Esta prática tem evoluído para adaptar-se às novas exigências dentro do contexto histórico, social, político e econômico. Anteriormente o enfermeiro podia chegar a ser somente chefe de setor, mas o mercado exige que atualmente ele seja um gestor de uma unidade estratégica de negócios, exige que o enfermeiro obtenha competências gerenciais e de liderança, com entendimento do todo, e não somente da parte assistencial que lhe cabia.

Hoje com a busca por acreditação que os hospitais buscam, faz-se necessário que estes profissionais estejam alinhados com todos os setores do hospital, incluindo aí os departamentos administrativos e seus profissionais, e também os setores assistenciais (médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, etc.). Os profissionais de enfermagem são importantíssimos para a instituição que busca e obtém uma acreditação hospitalar, pois são eles que lidam diretamente com o cliente/paciente, e conhecem como nenhum outro profissional dentro do hospital, quais são os problemas que estes apresentam, e porque buscaram ajuda para aliviar sua dor, num momento muito delicado da sua vida.

No processo de acreditação, estes profissionais devem receber treinamento constante, para desenvolverem cada vez mais os conhecimento e habilidades que ainda permanecem em construção e remodelagem. Sendo assim, a educação permanente é importante por permitir atualização das práticas realizadas cotidianamente pelos profissionais e construção de relações e processos que vão das equipes em atuação às práticas institucionais. Com este aprimoramento constante e permanente do enfermeiro, acaba surgindo à liderança, que é a competência mais importante e mais presente nos gestores de enfermagem das instituições acreditadas. Isso é essencial para que o resto da equipe de enfermagem esteja cada vez mais envolvido com este processo, devido a que o profissional da mesma categoria se sente identificado com o engajamento de fazer com o que a sua instituição busque a excelência da qualidade, o reconhecimento, e um padrão de segurança no atendimento do paciente, imprescindível para o desenvolvimento da organização como um todo. Outro detalhe é que para atingir a qualidade da assistência, o processo de acreditação hospitalar exige trabalho com vistas na interdisciplinaridade e superação da fragmentação institucional da assistência, fazendo com que os profissionais se organizem para entender a lógica do cuidado integral e atingirem, consequentemente, a qualidade desejada. Nessa ótica, o profissional enfermeiro tem atuação fundamental junto à sua equipe no processo de acreditação, uma vez que participa ativamente em momentos decisórios, estratégicos e operacionais da instituição, envolvendo ações direcionadas para as dimensões do cuidar, administrar/gerenciar, ensinar e pesquisar. Por isso, é importante que os gestores mantenham a equipe de enfermagem sempre pronta e preparada para agir com qualidade no atendimento dos seus clientes, sejam eles externos, como os internos também, pois assim o hospital terá seu reconhecimento, através das pesquisas de qualidade que são feitas com os usuários, e com a manutenção positiva do selo de acreditação que está buscando ou que conquistou e precisa manter.

Fonte: https://www.hmdoctors.com/2012/a-importancia-da-equipe-de-enfermagem-na-acreditacao-hospitalar/ acesso em 19 de dezembro de 2016 às 20:30h.

 

O PROFISSIONAL ENFERMEIRO

Partindo do princípio de que o cuidar do corpo humano exige, necessariamente, um olhar para a dimensão total do ser, inclusive de sua essência existencial, conseguimos visualizar a importância e necessidade do profissional de Enfermagem dentro do contexto da saúde.

A Enfermagem é uma profissão que tem mostrado compromisso com a coletividade e a saúde do ser humano, participando com dignidade, competência, humildade e responsabilidade dos processos a ela relacionados.

Trabalha atuando na proteção e no processo de recuperação da saúde com a ética legal.

Suas ações são no sentido de satisfazer as necessidades referentes à saúde da população.

O Enfermeiro mais do que mero coadjuvante, é agente ativo e indispensável no processo de cura.

O enfermeiro já foi visto como um profissional que fazia parte da equipe de um hospital apenas para cuidar do paciente, e é claro que essa é uma função básica do profissional. Contudo, abriram-se outros campos de trabalho, especialmente com a criação do SUS e com o Programa Saúde da Família. Hoje, são mais de cinco mil equipes no Brasil e um dos integrantes da equipe é o enfermeiro, de presença obrigatória. Isso criou um campo bastante amplo e levou, também, a uma nova forma de entender o papel desse profissional. O enfermeiro de agora é alguém que, além da assistência ou o do cuidado direto ao paciente, exerce coordenação de equipes, porque tem uma visão ampla da área da saúde, está preparado para discutir quais são os determinantes e os condicionantes ligados à questão de adoecer e morrer da população brasileira. O enfermeiro não lida só com a assistência a partir da doença, lida, também, com a promoção da saúde.

Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe:

► Privativamente:
– direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;
– organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
– planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem;
– consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;
– consulta de Enfermagem;
– prescrição da assistência de Enfermagem;
– cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
– cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;

► Como integrante da equipe de saúde:
– participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;
– participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;
– prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;
– participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação;
– prevenção e controle sistemático de infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral;
– prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência de Enfermagem;
– assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;
– acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
– execução do parto sem distocia;
– educação visando à melhoria de saúde da população;
Entre outras.

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/958/o-profissional-enfermeiro acesso em 19 de dezembro de 2016 ás 20:27h

 

ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM

Competências: identificar a importância legal dos registros de enfermagem no prontuário do paciente. Praticar anotações de enfermagem e demais registros relativos a procedimentos realizados. Praticar anotações de enfermagem incluindo os dados de relevância para os cuidados com tratamento clínico. Registrar no prontuário as ocorrências e os cuidados realizados com o paciente de acordo com as exigências e normas.

PLANO DE AULA

Curso: Curso técnico de nível médio em enfermagem

Autor: Rennan Martins Ribeiro

Unidade: Anotações de Enfermagem

Assunto: Anotações de Enfermagem

Objetivo

Fundamentar o planejamento da assistência de enfermagem, bem como subsidiar por meio do registro dos cuidados realizados a avaliação da assistência de enfermagem e os resultados alcançados conforme proposto pelo processo de enfermagem. Compreender que a anotação de enfermagem torna-se uma ferramenta segura de comunicação e continuidade da assistência de enfermagem entre os membros da equipe de enfermagem e equipe de saúde multidisciplinar.

Conteúdo programático

  • Sistematização da assistência em enfermagem
  • Anotações de Enfermagem
  • Aspectos éticos legais
  • Registros da prática diária de enfermagem
  • Referências
  • Exercícios com respostas comentadas

Metodologia

Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco.

Avaliação

Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula.

Bibliografia

Alfaro-LeFevre, R. Aplicação do processo de enfermagem: fundamento para o raciocínio clínico. 8 edição. Porto Alegre: Artmed, 2014; 272p.

Barros, Alba Lucia Bottura Leite de. Classificações de diagnóstico e intervenção de enfermagem: NANDA-NIC. Acta paul. enferm.,   São Paulo , v. 22, n. spe, p. 864-867,   2009

BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Lei nº   7.498/86, de 25 de Junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências

BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 272 de 27/08/2002. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE – nas Instituições de Saúde Brasileiras.

BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 358 de 15/10/2009. Dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem e a implementação do processo de enfermagem em ambientes públicos e privados em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem e dá outras providências.

BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 492 8 de 08/06/12. Dispõe sobre o registro das ações profissionais no prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem, independente do meio de suporte – tradicional ou eletrônico.

BRASIL. Ministério da Saúde Portaria GM/MS 1820 de 13 de agosto de 2009. Dispõem sobre os direitos e deveres dos usuários de saúde.

BRASIL. Leis e decretos. Lei 7.498 de 25 de Junho de 1986. Dispõem sobre a Regulamentação do Exercício da Enfermagem e dá outras providências.

AQUECIMENTO

Estudos sobre as anotações de enfermagem na assistência direta ao paciente são fundamentais em nosso meio, principalmente em um hospital escola, onde o processo se inicia com a formação profissional. As instituições de saúde devem rever e orientar os profissionais quanto aos objetivos que os registros devem atender., pois, as fontes de informação, no processo referente ao cuidado do cliente, os registros de enfermagem necessitam de serem aprimorados, visando garantir a qualidade na assistência e respaldo técnico, científico e ético-legal. O registro de dados no prontuário do paciente é parte integrante do processo de enfermagem, por estabelecer um mecanismo de comunicação entre os membros da equipe de saúde, ajuda a criar relações positivas entre o paciente e os provedores de cuidados de saúde, facilita a execução do cuidado qualificado e garante um mecanismo de avaliação do cuidado do paciente como pessoa. É importante destacar que, para se alcançar uma qualidade no processo de Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), faz-se necessário uma mudança na forma de desenvolver um registro claro e conciso, facilitando o trabalho não só da enfermagem, mas de toda a equipe multidisciplinar. A documentação da assistência ao paciente permite o acompanhamento das condições de saúde, favorecendo a avaliação dos cuidados prestados e expressando a natureza das ações dos profissionais em suas respectivas áreas de conhecimento. Se há falhas na elaboração dos registros, todo o esforço de manter um padrão de qualidade perde-se, pois não haverá como mensurá-los, porque, na verdade, são eles que documentam o padrão de atendimento prestado aos clientes. A passagem de plantão é uma atividade inerente ao cotidiano do trabalho de enfermagem e passível de erros. É de importância fundamental na assistência prestada ao paciente. Sendo através da passagem de plantão que garantimos a continuidade da assistência prestada. As anotações incompletas e inconsistentes podem conduzir o enfermeiro e sua equipe a tomarem decisões inadequadas frente à assistência a ser prestada. Cabe ao responsável pelo serviço de enfermagem delinear ações educativas junto à sua equipe no intuito de garantir que todos os procedimentos e ações realizados sejam efetivamente registrados. A comunicação é uma das competências que precisam ser colocadas em prática na equipe de enfermagem, pois ela facilita a compreensão do outro, sua visão de mundo, seu modo de pensar, sentir e agir. Assim, facilita na identificação, compreensão e entendimento dos problemas que ocorrem e auxilia a interação profissional e pessoal. É importante destacar que os dados de enfermagem quando bem registrados e uma comunicação eficiente, fazem diferença durante a assistência, tanto para o cliente quanto para a instituição e principalmente para a categoria profissional. O prontuário representa o veículo de comunicação mais importante entre os membros da equipe de Saúde, responsáveis pelo atendimento do paciente, em especial, ressaltam-se os profissionais da área da Enfermagem, os quais exercem um papel fundamental no registro cronológico durante o período das vinte e quatro horas do dia em relação aos dados da evolução do estado de saúde do paciente e também em relação às ações por eles executadas por meio do Processo de Enfermagem. A avaliação constante das anotações poderá identificar pontos para o aprimoramento, contribuindo para a consolidação do registro escrito do cuidado enquanto indicador da qualidade da assistência de enfermagem. Os profissionais de saúde devem compreender que o processo de comunicação escrita é uma estratégia fundamental, que possibilita ao enfermeiro desempenhar uma gerência inovadora, além de garantir uma assistência de enfermagem de qualidade, compartilhando decisões relativas à prática profissional.

DINÂMICAS

O SOFTWARE SHERLOCK E SUAS POSSIBILIDADES DE USO ( professor pode e deve adaptar essa atividade)

O Sherlock é um jogo educacional que tem por objetivo a análise e reflexão sobre textos. O aluno ou um grupo de alunos recebe um texto parcialmente vazado e tenta completar as partes que faltam. As regras para o preenchimento das lacunas são simples e a única maneira de completar os textos é através do uso do raciocínio. Os alunos se sentem bastante motivados com o jogo pelo desafio intelectual que ele representa. O software foi concebido para o ensino de línguas, mas suas possibilidades de uso são maiores, como em situações que envolvam conceitos e valores. No caso do ensino de Anotações de Enfermagem, utilizamos o Sherlock! na fase de decodificação dos textos produzidos.

RELATO DA EXPERIÊNCIA Caracterização do grupo: 30 alunos do curso Técnico de Enfermagem.

Disciplina: Noções de Administração Aplicada à Enfermagem.

Vídeo escolhido: Felipe

Sinopse: o vídeo apresenta uma situação em que uma criança pequena sofre uma queda do leito, quando deixada sozinha no quarto. As consequências dessa queda e as atitudes da auxiliar de enfermagem completam o vídeo. Tempo de duração do vídeo: 5′

Descrição da metodologia

Situação: a classe foi dividida em 5 grupos com 6 componentes e todos assistiram ao vídeo escolhido.

Codificação: cada grupo produziu uma anotação de enfermagem e as anotações produzidas foram transcritas para o Sherlock!. As lacunas foram marcadas pelo professor.

Descodificação: a classe toda reunida avaliou as anotações produzidas, preenchendo as lacunas. Exemplos de Anotações produzidas:

Exemplo 1: Criança em berço com grade aberta, encontrada inconsciente no chão, mãe relata tê-la deixado no berço. Apresentou-se inconsciente por mais ou menos 3 minutos, sonolenta, pupilas isoc6ricas, hematoma região frontal, colocado bolsa de gelo, verificado sinais vitais normais. Solicitado médico plantonista que avaliou criança aparentemente bem, pedido RX de crânio.

Exemplo 2: 14:00h – Criança encontrada sozinha calda no chão desacordada ao lado do berço, que estava com a grade aberta. Após rápido exame físico recolocada no berço, a seguir respondeu a estímulos verbais referindo estar se sentindo bem. Apresenta hematoma em região cefálica, colocado bolsa de gelo no local, feito controle de sinais vitais e comunicado ao mé­dico que após examiná-lo solicitou RX. Obs: a mãe da criança se ausentou do quarto sem avisar à enfermagem, deixando a grade do berço aberta.

Exemplo 3: As 19:00h ao entrar na enfermaria, encontrei criança do leito 302 calda ao solo, ao lado do berço, inconsciente, sendo que o mesmo estava com a grade abaixada. Sua mãe, que o acompanhava, não se encontrava no quarto e não havia comunicado sua ausência à enfermagem. Prestados os primeiros cuidados, verificados os sinais vitais, que estavam dentro da normalidade. A criança voltou a si em mais ou menos 3 minutos, foi oxigenada e de imediato comunicado ao pediatra de planta0, que avaliou esta e solicitou RX de crânio. Feita compressa fria na região frontal e onde havia apresentado um hematoma. Orientada a mãe para que mantivesse a criança acordada para observação.

DISCUSSÃO DE RESULTADOS A primeira observação que devemos fazer em relação à aplicação desse recurso é que ele não garante a produção de anotações significativas numa primeira experiência. É a partir da decodificação e análise das anotações produzidas que começamos a obter algum resultado. A situação apresentada é codificada (produção de anotações) de formas diferentes, porém, as anotações são decodificadas por todos os alunos, sob um mesmo referencial. Todos conhecem a situação apresentada e no momento da decodificação verificam o quanto de verdade possuem as anotações produzidas.

Contamos nesse momento com um recurso valioso, podemos voltar no tempo e sanar possíveis dúvidas em relação à situação. Durante a discussão analisamos a forma das anotações, comparando os diversos estilos apresentados. Erros ortográficos e sintáticos podem e devem ser corrigidos nesse momento. Além da forma, discutimos as normas gerais aplicadas à produção de anotações, como por exemplo horário, abreviaturas, assinatura, etc. Nesse momento obtemos grande ajuda do software utilizado, marcando as lacunas sobre palavras que não poderiam ser escritas de forma inadequada.

A discussão do conteúdo é o ponto alto da atividade. O que é significativo? O que merece ser anotado? A discussão em grupo permite chegarmos a um consenso quanto aos aspectos significativos, sua sequencia temporal, parâmetros e valores a serem anotados, atitudes tomadas, etc. A interferência do professor se dá quando necessário, conduzindo o grupo e objetivando as colocações.

Fonte Adaptada: https://www.scielo.br/pdf/reben/v47n2/v47n2a11.pdf acesso em 16 de dezembro de 2016 às 21:10h.

TEXTOS PARA REFLEXÃO

REGRAS GERAIS PARA ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM NO PRONTUÁRIO NORMA GERAL PARA ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM

➢ Toda equipe de enfermagem: enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, devem colocar o número do COREN em suas anotações conforme preconiza o Código de Ética Profissional, Capítulo IV – das obrigatoriedades, Artigo 75: Apor o número de inscrição do Conselho Regional de Enfermagem em sua assinatura, quando no exercício profissional. Usar carimbo.

➢ Anotações de enfermagem devem ser feitas com letra legível e atentar para as regras gramaticais da língua portuguesa e da norma técnica científica.

➢ Professores e alunos de enfermagem de curso médio e superior devem assinar suas anotações e colocar os dados referente à escola, número da matricula e do curso e do COREN para o professor. Usar carimbo.

➢ Plano de Cuidado de Enfermagem elaborado pelo aluno de graduação deve conter a assinatura e carimbo do mesmo e do professor responsável Usar carimbo.

➢ Anotações de cuidados de enfermagem realizadas por alunos de técnico em enfermagem e de graduação devem ser avaliadas pelo professor antes de serem registradas no prontuário.

➢ Escrever no prontuário usando CANETA AZUL no período diurno e VERMELHA no noturno.

➢ Quando ocorrer erros ao escrever uma palavra ou frase, coloque-a entre parênteses, seguido pelo termo “digo” precedido da palavra corrigida. O prontuário não pode ser rasurado. Nunca use corretivos, fitas adesivas ou riscar o texto. Rasurar anotações tem implicações frente ao Código de Ética em Enfermagem, Código Penal Brasileiro e Código Civil Brasileiro.

➢ Usar abreviaturas padronizadas e reconhecidas pelas normas técnicas. Consultar a lista neste manual.

➢ Checar todas os cuidados de enfermagem e da prescrição médica usando a rubrica e, circular aqueles que não forem realizados, justificando o motivo.

➢ Enfermeiro, Técnico e Auxiliar de Enfermagem devem cadastrar, junto à chefia imediata, a rubrica utilizada nas anotações juntamente com o número do COREN. Caso mude, deverá atualizada

Fonte: https://www.ufmt.br/ufmt/site/userfiles/CENTRO_CIRURGICO.pdf páginas 27 e 28.

 

ADMISSÃO E PRONTUÁRIO 

As anotações de enfermagem são todos os registros das informações do paciente, das observações feitas sobre o seu estado de saúde, das prescrições de enfermagem e sua implantação, da evolução de enfermagem e de outros cuidados, entre eles a execução das prescrições médicas.

Pode-se afirmar que é um instrumento valorativo de grande significado na assistência de enfermagem e na sua continuidade, tornando-se, pois, indispensável na aplicação do processo de enfermagem, pois está presente em todas as fases do processo.

As anotações de enfermagem são o meio utilizado pela enfermagem para informar sobre a assistência prestada e, como consequência, uma fonte disponível para avaliação da eficiência e eficácia dessa assistência. Assim, demandam clareza em relação a sua forma e conteúdo, a fim de garantir a compreensão e a legibilidade da informação.

Tipos de anotações de enfermagem

São vários tipos de anotações de enfermagem que podem ser registrados no prontuário do paciente. Dentre eles são destacados:

• Gráfico: facilita a visualização de oscilações dos parâmetros vitais do paciente, como temperatura (T), pulso (P), respiração (R) e pressão arterial (PA) ou dos sinais objetivos, tais como: peso, altura, perímetros, pressão venosa central, entre outras;

• Descrição: numérica – são anotados valores de parâmetros mensuráveis.

Podem ser locais específicos para o registro desses valores para facilitar a visualização; narração escrita – registro da forma narrativa daquilo que foi realizado, observado e ou informado pelo paciente ou familiar. É o tipo de anotação mais frequentemente utilizado em prontuário de paciente.

A anotação de enfermagem, quando cientificamente estruturada, apresenta elementos valiosos para o diagnóstico das necessidades do paciente, da família e da comunidade, facilitando o planejamento de assistência ao paciente e apresentando elementos para o ensino e pesquisa no campo profissional.

No dia a dia verificamos que as anotações de enfermagem, de modo geral, não são completas em relação ao cuidado integral que o paciente necessita e recebe, e não satisfazem os requisitos necessários para sua padronização.

Acreditamos que essas falhas ocorram devido à falta de conscientização de seu valor pelo pessoal de enfermagem.

Quanto mais consciência o funcionário tiver sobre a finalidade dos registros de enfermagem, mais ele o fará com riqueza de conteúdo, colaborando assim, efetivamente, para a elaboração de cuidados de enfermagem, individualizados, ao paciente.

Roteiro para anotação de enfermagem

Comportamento e observações relativas ao paciente:

• Nível de consciência

• Estado emocional

• Integridade da pele e mucosa

• Hidratação

• Aceitação de dieta

• Manutenção venóclise

• Movimentação

• Eliminação

• Presença de cateteres e drenos

Cuidados prestados aos pacientes, prescritos ou não pelo enfermeiro:

• Mudança de decúbito

• Posicionamento no leito ou na poltrona

• Banho

• Curativos

• Retirada de drenos, sondas, cateteres, etc.

Medidas prescritas pelo médico e prestadas pela enfermagem:

• Repouso

• Uso de colete/faixas

• Recusa de medicação ou tratamento

Respostas específicas do paciente à terapia e assistência:

• Alterações do quadro clínico

• Sinais e sintomas

• Alterações de sinais vitais

• Intercorrências com o paciente

• Providências tomadas

• Resultados

Medidas terapêuticas executadas pelos membros da equipe:

• Passagem de dispositivo intravenoso (intracath, duplo ou triplo lúmen, etc.)

• Visita médica especializada (avaliações)

• Atendimento do fisioterapeuta, da nutricionista ou psicólogo

Orientações educativas:

• Nutrição

• Atividade física

• Uso de medicações

Outros fatos relevantes (de qualquer natureza) referidos pelo paciente ou percebidos pelo profissional:

• Acidentes e intercorrências

• Recebimento de visitas

Exemplo de prontuário

9: 00hs – apresenta-se consciente, comunicativo, ictérico, aceitou o desjejum oferecido, tomou banho de aspersão, deambulando, afebril, dispneico, normotenso, taquicardico, mantendo venóclise por scalp em MSE, com bom refluxo, sem sinais flogisticos, abdômen ascistico doloroso à palpação, SVD com débito de 200ml de coloração alaranjada, eliminação intestinal ausente há 1 dia. Refere algia generalizada. Marcela

1. Admissão

É a entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado período. Tem por objetivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente hospitalar, proporcionar conforto e segurança.

Na unidade de internação o paciente é recebido por um profissional da unidade e encaminhado ao quarto ou enfermaria. Deve ser recebido com gentileza e cordialidade para aliviar suas apreensões e ansiedades. Geralmente, o paciente está preocupado com a sua saúde.

A primeira impressão recebida é fundamental ao paciente e seus familiares, inspirando-lhes confiança no hospital e na equipe que o atenderá. Se recebido atenciosamente, proporcionará sensação de segurança e bem estar, e deste primeiro contato depende em grande parte a colaboração do paciente ao tratamento.

Procedimentos:

1. Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas;

2. Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo o conforto possível;

3. Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;

4. Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias; horários das refeições; modo de usar a campainha; nome do médico e da enfermeira chefe;

5. Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso; horário de visita;

6. Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato da admissão, se não for possível, colocá-los em um saco e grampear, identificando com um impresso próprio e encaminhar para a sala de pertences;

7. Preparar o paciente em relação aos exames a que será submetido, a fim de obter sua cooperação;

8. Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermeira não permitir o uso da própria roupa;

9. Fazer o prontuário do paciente;

10. Verificar temperatura, pressão arterial, pulso e respiração, proceder ao exame físico;

11. Anotar no relatório de enfermagem a admissão;

12. Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário.

Exemplo de Admissão:

10:00 hs – Admitida nesta unidade vinda de casa acompanhada pela prima para tratamento cirúrgico…

(o resto é como no prontuário)

2. Alta

Alta Hospitalar é o encerramento da assistência prestada ao paciente no hospital. O paciente recebe alta quando seu estado de saúde permitir ou quando está em condições de recuperar-se e continuar o tratamento em casa.

A alta do paciente deve ser assinada pelo médico.

Procedimentos:

1. Certificar-se da alta no prontuário do paciente, que deve estar assinada pelo médico;

2. Verificar no prontuário as medicações ou outros tratamentos a serem feitos antes da saída do paciente;

3. Informar ao paciente sobre a alta, hora e de como será transportado;

4. Entregar ao paciente a receita médica e orientá-lo devidamente;

5. Auxiliar o paciente a vestir-se;

6. Reunir as roupas e objetos pessoais e colocá-los na mala ou sacola;

7. Devolver objetos e medicamentos ao paciente, que foram guardados no hospital;

8. Providenciar cadeira de rodas ou maca para transportar o paciente até o veículo;

9. Transportar o paciente;

10. Preparar a unidade para receber outro paciente.

3. Transferência interna do paciente

É a transferência do paciente de um setor para o outro, dentro do próprio hospital. Poderá ser transferido quando necessitar de cuidados intensivos, mudança de setor e troca do tipo de acomodação.

Procedimentos:

1. Após confirmação da vaga pela chefia, orientar o paciente;

2. Checar na prescrição toda a medicação que foi administrada e cuidados prestados;

3. Separar medicamentos para encaminhá-los junto com o paciente;

4. Proceder às anotações de enfermagem no plano assistencial;

5. Fazer rol de roupas e pertences do paciente, entregando-os à família ou encaminhando junto ao paciente;

6. Proceder o transporte do paciente, com auxílio;

7. Levar o prontuário completo, medicamentos e pertences;

8. Auxiliar na acomodação do paciente;

9. Retornar ao setor levando a maca ou cadeira de rodas;

10. Preparar a unidade para receber outro paciente.

Fonte: https://www.soenfermagem.net/admissao/ acesso em 29 de outubro de 2016 às 17:09h.

 

PRONTUÁRIO DE ENFERMAGEM

O prontuário pode ser definido como uma série de documentos e informações que agrupam fatores médicos e sociais de um cliente. Ele é extremamente importante para o ensino, para pesquisas e para a proteção tanto dos clientes, quanto dos membros da equipe de saúde (MATSUDA et al., 2006).

Os fatores fundamentais para a construção de um prontuário completo são “o número de identificação; dados do paciente; antecedentes pessoais e familiares; diagnóstico; tratamento clínico e cirúrgico; exames complementares; e relatórios.” (FERNANDES; PINHEIRO, 2005, p.51).

Anotações de Enfermagem

Para Fernandes e Pinheiro (2005), os registros ou anotações de enfermagem trazem informações diárias sobre as respostas do paciente ao tratamento a que está submetido e devem ser realizados de forma contínua e progressiva. As anotações têm, assim, a finalidade de avaliar a assistência de enfermagem, cumprindo seus objetivos de relatar por escrito as informações observadas pelo profissional ou relatadas pelo cliente, proporcionando a coleta de dados para aprendizagem, possíveis diagnósticos e formulação de intervenções de enfermagem, bem como para avaliação da assistência de enfermagem como um todo.

Critérios para a realização das anotações nos prontuários de Enfermagem

Segundo Ochoa-Vigo, Pace e Santos (2003, p.185-186), existem critérios fundamentais para a realização de registros de enfermagem, quais sejam:

1. Realizado de modo objetivo, sem preconceito, valores, julgamentos ou opinião pessoal. Informações subjetivas fornecidas pelo cliente, seus familiares ou outros membros da equipe da saúde devem ser consideradas, utilizando-se aspas para esses tipos de informações;

2. Descrições ou interpretações de dados objetivos devem ter apoio em observações específicas e concretas das situações do cliente;

3. Devem ser evitadas generalizações, inclusive termos vagos, como “bom”, “regular”, “comum”, “normal”. Tais descrições tornam-se abertas a múltiplas interpretações, baseadas no ponto de referência do leitor;

4. Os achados devem ser descritos do modo mais completo possível, o que inclui a definição de características como forma, tamanho, cor, textura e temperatura, especificando os dados de modo concreto e objetivo;

5. Documentar os dados de modo claro e conciso, evitando informações supérfluas, frases longas e ausentes de referências coerentes;

6. Escrever de modo legível, com tinta indelével. Os erros na documentação devem ser corrigidos de modo a não ocultar o registro inicial. O método comumente utilizado inclui o traçado de uma linha sobre o item incorreto, a escrita de “registro incorreto”, e a efetivação do registro. O uso de corretores, borrachas ou linhas cruzadas para ocultar o registro não é permitido, por suas implicações legais;

7. O registro deve estar gramatical e formalmente correto. O enfermeiro deve incorporar somente aquelas abreviações aprovadas no local de trabalho específico. Termos como gíria, clichês e rótulos devem ser evitados, a não ser no contexto de uma citação direta do cliente/familiar.

Segundo Castilho e Campedelli (1989), os registros de enfermagem são instrumentos legais, devendo conter a data na primeira anotação do dia e ser precedidos pelo horário da realização de cada glosa. Os autores enfatizam que esses documentos não devem ser rasurados e, em caso de erro, deve-se escrever a palavra “digo” entre vírgulas, logo após o termo equivocado.

Smeltzer et al. (2000) relatam a necessidade de anotações completas e exemplificam que durante a escrita de intervenções de enfermagem todas as atividades a serem realizadas devem ser identificadas, assim como o profissional que deverá executá-las. Os autores ressaltam, também, a importância da coleta de dados de todas as fontes disponíveis, seguido pelo seu registro no prontuário do cliente.

A relação entre o erro e o método

Konh, Corrigan e Donaldson (2000) declaram que os profissionais de saúde estão sujeitos aos erros, que são inerentes ao processo cognitivo humano e, por isso, devem ser desenvolvidos métodos para que esses equívocos sejam prevenidos e sua incidência reduzida, trazendo, assim, segurança para o cliente.

Para evitar possíveis falhas nos registros de enfermagem, Melo e Pedreira (2005) enfatizam a necessidade da padronização das nomenclaturas, símbolos e dos métodos utilizados para as anotações nos prontuários de enfermagem.

As anotações de enfermagem devem ser realizadas com letra legível para que sejam evitadas as interpretações equivocadas que podem trazer comprometimento da assistência oportuna e adequada ao cliente (OCHOA-VIGO et al., 2001).

Fonte: Recorte do original: ANOTAÇÕES EM PRONTUÁRIOS DE ENFERMAGEM: influências no processo de produção e interpretação de sentido das mensagens   https://blog.newtonpaiva.br/pos/anotacoes-em-prontuarios-de-enfermagem-influencias-no-processo-de-producao-e-interpretacao-de-sentido-das-mensagens/ acesso em 28 de outubro às 12:29h.

 

O prontuário é do paciente: entenda sobre seus direitos

Muitas vezes pela forma hierarquizada com que as relações entre profissional de saúde e paciente estão socialmente impostas, o paciente tem medo de tirar suas dúvidas, de se empoderar dos seus direitos. Por isso gosto bastante dessa frase, “o prontuário é do paciente” e é seu direito ter acesso a ele. E aí, quando trazemos essa reflexão, devemos pensar que ele tem direito a informações claras, legíveis, completas, objetivas, mais um motivo pelo qual é imprescindível que a anotação de enfermagem seja levada a sério.

Esse direito do paciente está previsto no Código de Ética Médica, no Código de Defesa do Consumidor e em um dos enunciados interpretativos aprovados em maio de 2015, na II Jornada de Direito da Saúde, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Todo paciente ou seu representante legal tem o direito de solicitar e receber cópia do respectivo prontuário médico”.

“Poderá constituir quebra de confiança passível de condenação por dano à recusa imotivada em fornecer cópia do prontuário ao próprio paciente ou seu representante legal ou contratual, após comprovadamente solicitado, por parte do profissional de saúde, clínica ou instituições hospitalares públicos ou privados”, diz o texto.

É claro que, apesar de ser um direito, é preciso tomar conhecimento sobre qual o fluxo preconizado na instituição em que você trabalha para que os pacientes tenham acesso ao prontuário, quando solicitado. Lembrando que existe a questão do sigilo profissional, que deve ser levado em conta, pois é vedado aos profissionais de saúde a revelação pública ou a terceiros de informações de que tenham conhecimento em virtude de sua profissão, como é o caso do prontuário do paciente. Esse sigilo só poderá ser quebrado mediante autorização, por escrito, do paciente, para cumprimento de ordem judicial ou para a defesa do próprio médico.

3) A anotação de enfermagem como respaldo legal

Uma ação incorreta do profissional poderá ter implicações éticas e/ou cíveis e/ou criminais. Pela legislação vigente, todo profissional de enfermagem que causar dano ao paciente responderá por suas ações, inclusive tendo o dever de indenizá-lo. Para que possa se defender de possíveis acusações poderá utilizar seus registros como meio de prova.

E está aí, mais um motivo pelo qual devemos priorizar a anotação de enfermagem: o prontuário do paciente é o único documento que relata todas as ações de enfermagem junto ao paciente, é o único que comprova que realizamos ou não os cuidados, é o único que pode servir como defesa dos profissionais.

E como todo documento, deverá ser legalmente constituído, estar contemplado de autenticidade. Ou seja, estar registrado no impresso oficial para tal registro, possuir assinatura do autor do registro (segundo artigo 368 do Código do Processo Civil – CPC), ser legível, livre de rasuras, entrelinhas, emenda, borrão ou cancelamento, características estas que poderão gerar a desconsideração jurídica do documento produzido como prova documental (artigo 386 do CPC).

De maneira geral, toda anotação de enfermagem deve ser precedida de data e hora e após cada registro, segundo o art. 2º da Decisão COREN-SP-DIR/001/2000, deverá finalizar com nome, COREN-SP e carimbo (este deve seguir  Resolução COFEN 191/1996). Deve-se evitar o uso de abreviaturas, sendo permitido somente àquelas padronizadas e conhecidas na literatura.

Não se esqueçam que segundo o código de ética de enfermagem, artigo 72 “todo profissional de enfermagem tem o dever de registrar todas as informações inerentes ao processo de cuidar de forma clara, objetiva e completa”.

Mas, o que é escrever de forma clara, objetiva e completa?

Escrever de forma clara é obedecer uma sequência dos fatos, tanto lógica, quanto cronológica, para que seja possível o entendimento dos fatos pelo cliente/ paciente. Ainda nesse contexto inclui o que já foi citado anteriormente, sobre a escrita legível, e deve ser livre de correções com “branquinho”, “esparadrapo”, riscos ou afins. Em caso de erro, deve-se utilizar a palavra “digo” e continuar.

Por exemplo: 16/08/2016 – 10 horas – […] Mantém cateter venoso central em subclávia direita, digo, esquerda.

Uma anotação objetiva é aquela descrição dos fatos, sem rodeios, de forma objetiva e descritiva, expressando a ação realizada ou observada e a não realizada, sem emissão de opinião pessoal ou julgamentos (ex: bem, mal, muito, bastante)

E, por último, anotação completa é aquela que não deixa margem para interpretações ou dúvidas sobre a situação descrita, deverá oferecer dados para subsidiar a continuidade da assistência de enfermagem e atuação da equipe multiprofissional. Deverá ser utilizado os termos técnicos para descrição dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Deverá constar todas as respostas apresentadas pelo paciente frente ao tratamento e cuidados prestados, as justificativas da não realização do cuidado ou medicamento prescrito, as intercorrências sofridas. É importante lembrar que somente “checar” a medicação com tracinho não respalda legalmente o profissional, é preciso anotar os itens da prescrição realizados.

Ainda sobre o Código de Ética de Enfermagem, no artigo 42: “proíbe assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas por outro profissional”.

E para reforçar, no artigo 368 do CPC, prevê que as declarações realizadas no prontuário do paciente são consideradas verdadeiras em relação a quem assinou. Ou seja, quando um documento contiver declaração de ciência, relativa a determinado fato, o documento apenas provará a declaração, mas não o fato declarado, por isso a importância de cada profissional registrar seus atos e não os de outros.

Esta é uma reflexão importante para o nosso dia-a-dia, pois por vezes em auditorias de prontuários, encontramos anotações realizadas por outros profissionais. Um exemplo prático:

O enfermeiro realiza uma punção venosa difícil e o técnico de enfermagem anota: “16/08/2016 – 10h – Realizado punção venosa com cateter sobre agulha número 22, em fossa cubital direita, na primeira tentativa, pelo Enfermeiro João”. (Assinatura e carimbo).

Este exemplo de anotação do técnico de enfermagem não exime o enfermeiro de realizar o seu registro, uma vez que o procedimento foi realizado pelo mesmo e só terá respaldo legal se o mesmo o fizer.

Fonte: https://www.enfermeiroaprendiz.com.br/anotacao-de-enfermagem-3-reflexoes-importantes-para-pratica/ acesso em 24 de outubro de 2016 às 12:19h

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Competências: listar as diversas formas de apresentação de medicamentos Administrar medicamentos pelas diferentes vias. Realizar coleta de materiais para exames laboratoriais; Reconhecer ações e efeitos colaterais dos principais fármacos utilizados em unidades de paciente graves; Calcular dosagens de medicamentos prescritos; Descrever ações dos medicamentos no organismo humano.

PLANO DE AULA

Curso: Curso técnico de nível médio em enfermagem

Autor: Thales Henrique Santos Guimarães

Unidade: Administração de medicamentos aplicados à enfermagem

Assunto: Medicamentos

Objetivo

Compreender que as práticas de saúde no mundo moderno compreendem as ações de saúde, em especial as de enfermagem, sob a ótica do sistema político-econômico capitalista, seu histórico e entendimento que a enfermagem tem características que convergem para o propósito fundamental de servir à humanidade com qualidade e humanização.

Conteúdo programático

  • Introdução
  • Revisão da matemática aplicada à enfermagem
  • Sistemas de medidas
  • Soluções medicamentosas
  • Gotejamento de soro
  • Rediluição de medicação
  • Soluções medicamentosas: transformação
  • Referências
  • Exercícios com respostas comentadas

Metodologia

Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco.

Avaliação

Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula.

Bibliografia

CAPOBIANGO, J. D.; TACLA, M. T. G. M. Diluições em pediatria. In: MARTINS, C. B. G.; FERRARI, R. A. P. Medicação Infantil: uma abordagem multiprofissional. Londrina: Eduel, 2005.

DUGAS, B.W. Enfermagem Prática. Rio de Janeiro: Interamericana, 1984.

FIGUEIREDO, N. M. A. de. Administração de medicamentos: revisando uma prática de Enfermagem. São Caetano do Sul: Difusão Enfermagem, 2003.

SILVA Marcelo Tardelli da & SILVA, Sandra Regina LPT – Cálculo e Administração de Medicações. Editora Martinari, 3a ed. São Paulo, 2011.

STAUT, N. da S; DURÁN, M.D.E.M; BRIGATTO, M.J.M. Manual de drogas e soluções. São Paulo: EPU, 1986.

VEIGA DA, Crossetti MGO. Manual de Técnicas de Enfermagem. 8ª ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998.

AQUECIMENTO

No exercício diário da enfermagem, apesar da existência de rotinas institucionalizadas em relação às medicações, pode-se e deve-se interferir na forma como a assistência é realizada para que além de prevenir as interações medicamentosas adversas possa-se assegurar uma prática contextualizada na ciência. Existem situações e atividades relacionadas à equipe de enfermagem que precisam ser repensadas e talvez renovadas. O planejamento dos horários de administração dos medicamentos na prescrição médica e os intervalos entre os medicamentos são exemplos dessas situações. É importante destacar que os dados de enfermagem quando bem registrados e uma comunicação eficiente, fazem diferença durante a assistência, tanto para o cliente quanto para a instituição e principalmente para a categoria profissional. A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. A prática dos medicamentos é multiprofissional e envolve vários profissionais de diferentes áreas de conhecimento (Enfermagem, Medicina e Farmácia). É um processo que envolve prescrição médica, dispensação da farmácia, aprazamento, preparo do medicamento e administração, orientação e avaliação das respostas, estes últimos de competência da enfermagem. A uniformidade nos cuidados, a interação multiprofissional, a garantia da continuidade na assistência que leva a qualidade no serviço prestado, a interação entre enfermeiro paciente, conversar com o paciente para identificar suas reais necessidades, e o prontuário como respaldo legal, são fatores primordiais para o exercício da profissão. Todo cuidado é essencial. A falta de uma padronização da nomenclatura de medicamentos também pode gerar problemas, pois muitos deles possuem nomes comerciais parecidos, podendo ser transcritos ou interpretados de maneira incorreta. Além disso, o uso de abreviaturas nas prescrições, padronizadas ou não, podem originar erros. Diante da possibilidade de prevenção dos erros de medicação, assim como do risco de dano em função da sua ocorrência, torna-se relevante identificar os principais erros cometidos pela equipe de enfermagem, como forma de conduzir as ações para a prevenção dos mesmos. As ordens verbais são frequentes na prática hospitalar, principalmente em situações de emergência, porém exigem uma boa memória do receptor para guardar a dose e nome do medicamento indicado, pois muitas vezes elas são dadas de forma incompleta. No caso das prescrições escritas, as informações podem ser também incompletas e faltar dados como: via, dose, posologia, diluição, levando o profissional a tirar conclusões próprias sobre como agir, seja executando ou deixando de realizar o procedimento. A administração de medicamento tem como meta primordial diminuir o sofrimento do paciente. No entanto, quando ocorrem erros, seja no preparo ou na administração, esse objetivo pode não ser alcançado e, nesse caso, o sistema de saúde, ao invés de tratar as doenças, acaba por produzir problemas para os pacientes. É responsabilidade da enfermagem a sua administração, portanto é necessário o conhecimento científico prévio, habilidades, competência ética legal e planejamento das ações, constituindo assim, indicadores de qualidade da assistência. Por essa razão é necessário conhecer o sistema de medicação utilizado nas instituições hospitalares e verificar como seus profissionais estão desenvolvendo suas atividades, se estas são preestabelecidas ou não por protocolos e padronizações, para permitirem identificação e análise das possíveis fragilidades e falhas ocorridas nos processos e intervir,  minimizando riscos e aumentando a segurança dos pacientes que estarão sob a responsabilidade da enfermagem. É importante a utilização de estratégias que aperfeiçoem o processo de administração de medicamentos, tais como: Padronizar as prescrições de medicamentos; implementar a prática de verificação dos certos da terapia medicamentosa; registrar corretamente a administração do medicamento, conforme regras da instituição e imediatamente após sua execução; adequar, sempre que possível, os horários de administração dos medicamentos e rotina de uso já estabelecida pelo paciente; identificar corretamente os medicamentos preparados; realizar o preparo do medicamento imediatamente antes da administração; adquirir conhecimentos fundamentais sobre farmacologia; utilizar materiais e técnicas estéreis para administrar medicamentos por via intravenosa; identificação do paciente. O profissional de enfermagem deve realizar a checagem dos mesmos antes, durante e depois da administração medicamentosa. O cuidado em oferecer um ambiente seguro para o preparo e administração de medicamentos envolve um grande número de recursos, tanto físicos (luminosidade, controle de temperatura, presença de ruídos, interrupções pessoais ou por telefone) como humanos (aquisição de conhecimentos e anos de experiência), etc. Um espaço bem organizado, com boa luminosidade, ventilação e temperatura adequada, poucas solicitações e interrupções ao telefone, sem ruídos, além do conhecimento e experiência que o profissional possui, podem contribuir para a não ocorrência de erros. Para garantir a administração segura de medicamentos o profissional de enfermagem deve utilizar estratégias que proporcione maior segurança ao paciente e a realização de seu trabalho. O desenvolvimento de medidas que tragam facilidades para o desempenho das atividades da enfermagem e dificuldades para as oportunidades de errar é fundamental possibilitando assim uma assistência com qualidade e segurança para todos.

DINÂMICAS

TESTE DE RESISTÊNCIA À PRESSÃO SOCIAL

Objetivo: criar na pessoa a capacidade, o equilíbrio e a maturidade suficientes para aceitar críticas, superar impasses, pessimismos, desânimos, censuras sociais e outras.
Tamanho: 30 pessoas
Tempo: 40 minutos
Descrição: este exercício é muito válido, sendo aplicado depois que o grupo já atingiu um determinado grau de solidariedade e conhecimento mútuo, e sendo por todos aceito. Para sua realização:
– Dois ou três participantes, voluntários ou escolhidos pelo grupo, um de cada vez implacavelmente vai a passarela em frente de cada participante e diz-lhe tudo o que lhe parece saber, os aspectos positivos, negativos e reticências;
– Havendo tempo e interesse, é ótimo que todos o façam, constituindo, assim, tantas “fotos” de cada indivíduo, quantos forem os participantes;
– Este exercício permite, entre outras, a seguinte variação: o coordenador poderá pedir que cada participante aponte os aspectos positivos, negativos e reticências do seu colega sentado à direita.

Fonte: https://cdja.wordpress.com/2012/02/22/97-dinamicas-de-grupo/ acesso em 19 de dezembro de 2016 ás 19:29h

 

MEMÓRIA ORGÂNICA

(O professor pode e deve adaptar as perguntas sobre medicamentos)

O jogo O “Memória Orgânica” tem o mesmo princípio do jogo da memória, porém, os pares de cartões são formados por perguntas e respostas, sendo que os versos dos cartões de pergunta apresentam cor distinta dos versos dos de respostas. Essas perguntas referem-se aos compostos orgânicos, abordando nomenclatura, propriedades, e sua presença em situações cotidianas ou peculiares. Os cartões são dispostos de tal maneira que o verso dos cartões de perguntas fique ao lado do verso dos de respostas. (WATANABE & RECENA; 2008) Segundo Watanabe & Recena (2008), as respostas contemplam a(s) função(ões) orgânica(s) respectivas às perguntas. Foi elaborado um total de 22 pares de cartões, com funções orgânicas discutidas no ensino médio. O jogo é uma ferramenta didática para ser aplicado em sala de aula, com tempo de execução de no máximo 40 minutos, incluindo a explicação das regras por parte do professor, bem como a organização do espaço físico das cadeiras e carteiras.

Regras De acordo com Watanabe & Recena (2008), inicialmente, define-se a ordem dos jogadores. O recomendado é a formação de grupos de quatro alunos, no máximo. O jogador, primeiramente, vira um cartão de pergunta e lê o conteúdo em voz alta, para os demais participantes. Em seguida, ele vira um cartão de resposta, sempre com o intuito de buscar a resposta correta à pergunta, no sentido de formar o maior número de pares possíveis de perguntas e respostas. Em caso de discordância entre a pergunta e a resposta, os cartões voltam ao seu lugar com o verso para cima, dando sequencia ao próximo jogador. O vencedor será aquele que adquirir, no decorrer do jogo, o maior número de pares. É válido ressaltar que, ao término da partida, os pares deverão ser analisados dentre os participantes, verificando se o par formado está correto.

Fonte: https://www.unifia.edu.br/projetorevista/edicoesanteriores/Marco11/artigos/educacao/ed_foco_Jogos%20ludicos%20ensino%20quimica.pdf paginas 10 e 11 acesso em 19 de dezembro de 2016 às 19:49h.

 

TEXTOS PRA REFLEXÃO

 

A PRESCRIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Para que seja alcançado o objetivo da terapêutica faz-se necessário que a administração de medicamentos seja realizada com eficiência, segurança e responsabilidade, obtendo, dessa forma, uma melhora no quadro clínico do paciente.

É essencial, portanto, conhecimento de alguns dados quanto ao processo de administração: informações farmacológicas do medicamento (farmacocinética, farmacodinâmica, dose máxima e efetiva, além do intervalo entre as doses etc.), bem como métodos, vias e técnicas de administração.

As ações de medicamentos no organismo vivo podem ser classificadas em quatro categorias principais:

– Ação Local: quando o efeito ocorre no ponto de aplicação;

– Ação Sistêmica: para aqueles que atingem a circulação;

– Ação Remota: nos casos em que a ação do medicamento em um alvo interfere no funcionamento de outro;

– Ação Local/geral: quando a droga produz efeito no ponto de aplicação, sendo absorvida posteriormente para ter ação sistêmica.

Os efeitos de uma droga de ação generalizada podem ser agrupados em: estimulante, deprimente, cumulativo, anti-infeccioso, antagônico e sinérgico.

A escolha do método e da via de administração depende de alguns parâmetros: rapidez desejada para início da ação, natureza e quantidade a ser administrada e condições do paciente.

Seguem abaixo os fatores relevantes relacionados às diversas vias de administração de medicamentos injetáveis:

♦ Administração parenteral – É a via utilizada para a administração de medicamentos em uma ou mais camadas da pele; a administração parenteral de fármacos tem algumas vantagens nítidas em relação à via oral. A disponibilidade é mais rápida e mais previsível. A dose eficaz pode, portanto, ser escolhida de forma mais precisa. No tratamento de emergências, a administração é extensamente valiosa. A injeção do fármaco também tem suas desvantagens. É essencial manter a assepsia, pode ocorrer uma injeção intravascular quando esta não era a intenção, a injeção pode acompanhar-se de dor e, às vezes, é difícil para um paciente injetar o fármaco em si mesmo se for necessária à automedicação. Os custos são outros fatores a serem considerados. Fazem parte da via parenteral: endovenosa ou intravenosa (EV ou IV), subcutânea (SC), intradérmica (ID), intramuscular (IM), intra-arterial, intratecal, intraperitoneal e inalatória.

Intradérmica – É a via parenteral mais lenta; a solução é introduzida na derme, onde o suprimento sanguíneo está reduzido e a absorção do medicamento ocorre lentamente. Via preferencial para a realização de testes de sensibilidade e reações de hipersensibilidade, como: testes de tuberculose, difteria e vacina BCG. Quantidade aconselhável, no máximo de 0,5 ml e o ideal de 0,1 ml.

Endovenosa ou Intravenosa – É efetuada introduzindo-se o medicamento diretamente na veia, na corrente sanguínea. A concentração desejada de um fármaco no sangue é obtida com uma precisão e rapidez que não são possíveis com outras vias. Admite infusão de grandes volumes.

Subcutânea – Nesta via os medicamentos são administrados no tecido subcutâneo. Só pode ser usada para substâncias que não são irritantes para os tecidos. A absorção costuma ser constante e suficientemente lenta para produzir um efeito persistente. A absorção de substâncias implantadas sob a pele (sob forma sólida de Pellet) ocorre lentamente ao longo de semanas ou meses (contraceptivos ou repositores hormonais). Tem grande utilização para administração de insulina, heparina e algumas vacinas. Não admite grandes volumes (até 01 ml). As regiões de injeções subcutâneas incluem: regiões superiores externas do braço, abdome (próximo à cicatriz umbilical) e região anterior das coxas.

Intramuscular – É a administração do medicamento diretamente na massa muscular. A absorção depende do fluxo sanguíneo no local da injeção. A velocidade de absorção em homens é maior que a absorção em mulheres quando a injeção é feita no glúteo. Os músculos mais utilizados são o deltóide – até 02 ml, vasto lateral da coxa (terço médio) e grande glúteo (quadrante superior externo) – até 05 ml.
Intra-arterial – É a administração do medicamento diretamente na artéria. É aplicada para localizar seu efeito em determinado órgão ou tecido. Exige extremo cuidado e só deve ser feita por pessoas treinadas e experientes;

Intratecal – Quando se desejam efeitos locais e rápidos nas meninges ou no eixo cérebro-espinhal, como na anestesia espinhal ou nas infecções agudas do SNC.

Intraperitoneal – Por essa via, os fármacos penetram rapidamente na circulação através da veia porta. Via utilizada para infusão do dialisador para diálise peritoneal.

Inalatória – Os fármacos gasosos e voláteis podem ser inalados e absorvidos através do epitélio pulmonar e das mucosas do trato respiratório. As vantagens são a quase instantânea absorção para o sangue, ausência de perda hepática de primeira passagem e, no caso das doenças pulmonares, a aplicação local do fármaco no ponto de ação desejado.

Regra dos sete certos

Antes de administrar qualquer medicação, devemos checar os sete certos:

• Paciente certo;
• Medicação certa;
• Dose certa;
• Diluição certa;
• Via certa;
• Horário certo;
• Registro certo.

IMPORTANTE!

– Toda prescrição de medicamento deve conter: data; nome do paciente; registro; enfermaria; leito; idade; nome do medicamento; dosagem; via de administração; frequência; assinatura do médico.
– Anotar qualquer anormalidade após administração do medicamento (vômitos; diarreia; erupções; urticária etc.)
– A prescrição do paciente ou cartão de medicamento deve ser mantido à vista de quem prepara o medicamento.
– Certificar-se das condições de conservação do medicamento (sinais de decomposição; turvação; deterioração; precipitação etc.).
– Armazenar e manusear cuidadosamente os medicamentos para manter estabilidades e potências. Lembre-se de que algumas substâncias podem ser alteradas pela temperatura, pelo ar, pela luz e pela umidade;
– Armazenar as substâncias à temperatura ambiente, a menos que você seja instruído a refrigerá-las. A refrigeração provoca umidade na formulação e poderia alterar algumas substâncias por meio da condensação.
– Conforme exigido por lei, manter narcóticos e substâncias controladas em locais trancados com tranca dupla.

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/45573/a-prescricao-e-administracao-de-medicamentos acesso em 14 de dezembro de 2016 ás 15:37h.

 

 

A AUTOMEDICAÇÃO: UMA REALIDADE NO BRASIL NO BRASIL

Muitas pessoas costumam guardar medicamentos em casa, seja em uma caixinha, uma gaveta ou um armário. Esses medicamentos são aqueles que restaram de um tratamento ou aqueles utilizados para combater sintomas da gripe, de uma dor de cabeça ou dor de estômago, dentre outros pequenos males. Ocorre que a maioria desses sintomas é autolimitado, ou seja, de curta duração e que desaparecem sem a necessidade de medicamentos ou intervenção médica. As indústrias farmacêuticas obtêm lucro para se manter e investir em tecnologia. Apesar de essas indústrias contribuírem para o desenvolvimento e avanço da ciência, os medicamentos, que são as “mercadorias” desse segmento, não são simples bens de consumo. Eles possuem riscos inerentes a sua utilização e só são consumidos em situações específicas. As indústrias aproveitam-se da tendência da automedicação e da existência dos sintomas autolimitados para investir em publicidade e propaganda. Muitas vezes, a propaganda cria uma necessidade para a utilização de medicamentos, como, por exemplo, os polivitamínicos. Tais medicamentos só devem ser utilizados em casos de deficiências de vitaminas, mas são anunciados como imprescindíveis para a realização das atividades cotidianas. Assim, para a indústria, o investimento em marketing se torna tão ou mais importante do que a pesquisa e o desenvolvimento de diferentes medicamentos. Além disso, existe uma grande parcela da população que tem dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Por isso, utilizam medicamentos por conta própria, sem a indicação de um profissional habilitado. É assim que ocorre a automedicação.

Automedicação: “Uso de medicamento sem a prescrição, orientação e/ ou o acompanhamento do médico ou dentista.” (Port. n.º3916/98 – Política Nacional de Medicamentos). A automedicação é caracterizada pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável, em obter ou produzir e utilizar um produto que acredita lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas, sem a orientação de um profissional de saúde qualificado. Nas farmácias, ao receberem a indicação de medicamentos por um balconista, que não é um profissional farmacêutico, as pessoas também estão se automedicando. Além disso, elas podem estar sendo induzidas por interesses comerciais. Cuidado com a Empurroterapia!

Lembre-se: > Não existe medicamento livre de riscos para quem o utiliza. Por isso, é tão importante a prescrição correta. > Um medicamento útil para uma pessoa pode fazer mal a outra. Cada organismo tem características e reações diferentes para um mesmo medicamento, o que pode gerar risco de vida.

Fonte: Caderno do professor/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Anvisa, 2007. Páginas 37, 38 e 39.

 

ANTI-INFLAMATÓRIOS – AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) são uma das classes de medicamentos mais usadas no mundo, sendo especialmente eficazes no tratamento das inflamações a nível osteoarticular.

Todos os anti-inflamatórios apresentam três efeitos básicos: Antipirético (abaixa a febre), analgésico (reduz a dor) e anti-inflamatório. As diferenças costumam estar na potência de cada uma das 3 ações e nos efeitos colaterais, alguns indesejáveis, outros úteis em algumas patologias de origem não inflamatória.

Existem mais de 20 drogas anti-inflamatórias diferentes, sendo as mais famosas:

– Diclofenaco
– Ibuprofeno
– Naproxeno
– Nimesulida
– Indometacina
– Cetoprofeno
– Acido mefenâmico
– Piroxican
– Colecoxib
– AAS (ácido acetilsalicílico)

Todos os anti-inflamatórios citados acima são drogas que apresentam mecanismos de ação semelhantes, mas com particularidades entre cada uma delas.

AÇÃO DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS

Os AINES agem inibindo uma enzima chamada ciclooxigenase que produz outra chamada prostaglandina. São essas as substâncias responsáveis pela inflamação e dor. Porém, existem mais de um tipo de prostaglandina e ciclooxigenase, apresentando outras funções além de mediar processo inflamatórios. Como a inibição realizada pelos anti-inflamatórios é não seletiva, além de abortar a inflamação, ocorre também uma alteração nos efeitos benéficos dessas substâncias.

As prostaglandinas são responsáveis pelos seguintes efeitos no organismo:

– Proteção do estômago contra ácidos produzidos no seu interior = Quando as prostaglandinas são inibidas, aumenta-se o risco de formação de gastrite e úlceras.

Uma das principais causas de hemorragia digestiva é uso indiscriminado de AINES. O Colecoxib é de uma classe chamada inibidores da COX2 que não afeta as prostaglandinas do estômago e por isso causam menos lesões gástricas.

– Fluxo de sangue no rins = Pessoas normais conseguem tolerar essas alterações, mas pacientes com problemas renais dependem muito das prostaglandinas para função dos rins, e sua inibição pode levar a um quadro de insuficiência renal aguda. Não existe nenhum anti-inflamatório que não piore a função renal em pacientes com insuficiência renal. São todos contra-indicados neste caso.

– Coagulação sanguínea = Todos os AINES atuam nas plaquetas, diminuindo sua atividade. O AAS é a substância que mais inibe a função das plaquetas. Esse efeito colateral é frequentemente aproveitado em doentes com risco de infarto e AVE (acidente Vascular cerebral). É o que os leigos chamam de “afinar o sangue”. Neste caso, o efeito colateral é benéfico. Mas essa inibição das plaquetas e da coagulação pode ser perigosa em doentes que se submeterão a cirurgias ou que apresentem algum traumatismo. Deve-se sempre suspender o AAS sete dias antes das operações.

EFEITOS COLATERAIS DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS

Os AINES são drogas seguras se administradas com indicação médica. O problema é que esta talvez seja a classe de drogas mais auto-prescrita pela população. Existem inúmeros efeitos colaterais e interações com outros medicamentos que devem ser levados em conta antes de tomá-los.

Além dos efeitos já descritos acima, também podem ocorrer:

– Piora da hipertensão
– Inibição da ação dos diuréticos
– Piora da insuficiência cardíaca
– Piora da função renal em pacientes com doença avançada de fígado.
– Síndrome nefrótica
– Hepatite medicamentosa
– Interação com Varfarina
– Reação alérgica.
– Perda de audição nos idosos

Portanto, apesar de ser uma droga muito usada e segura, ela está longe de não apresentar complicações. Seu uso sem critérios pode levar a consequências graves.

Um dos mais famosos casos de pressão da indústria farmacêutica na aprovação de drogas aconteceu sobre os inibidores da COX2. Não havia estudos suficientes sobre efeitos colaterais e há suspeitas de ocultação de dados. Após ser lançada com grande repercussão pela pouca toxicidade gástrica, o Rofecoxib (VIOXX) foi retirado do mercado quando um estudo que tentava provar seu benefício no câncer de cólon, mostrou um aumento de infartos e AVCs nos pacientes que estavam tomando esta droga.

Fonte adaptada: https://www.mdsaude.com/2008/11/antiinflamatrios.html acesso em 19 de dezembro de 2016 às 20:02h.

 

BIBLIOGRAFIA E SITES CONSULTADOS

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