MANUAL DO EDUCADOR
Saúde da comunidade: Saúde coletiva, Nutrição e dietoterapia, Doenças transmissíveis, Saúde do homem, Assistência domiciliar e home care, e Administração aplicada à enfermagem
APRESENTAÇÃO
A educação profissional deverá propiciar ao aluno o exercício da escolha e da decisão entre alternativas diferentes, tanto para a execução de tarefas do trabalho, quanto para a definição de roteiros, procedimentos ou metodologias mais eficazes para produzir com qualidade. Nas novas formas de gestão do trabalho exige-se do trabalhador autonomia, atuação em equipe, e tomada decisões em tempo real durante o processo de produção. Para implantar o modelo de competências na educação profissional é necessário assegurar condições para que os indivíduos construam sua aprendizagem dentro desta perspectiva. As potencialidades e possibilidades que o modelo de competências traz para a formação da cidadania e para a capacidade de formação de trabalho dos sujeitos dependem de uma série de cuidados relativos à metodologia que permita simular ou realizar situações concretas de trabalho, propiciar a integração dos conhecimentos e o desenvolvimento de níveis de raciocínio mais complexos. A integração do conhecimento é o grande desafio no modelo de competências. A enfermagem no contexto do mundo globalizado, em que a ciência e a informação estão ao alcance de muitos, depara-se com a necessidade de aprimorar seus processos, visando a garantir a assistência com qualidade em razão de que o contingente de pessoas que necessitam de cuidados à saúde é enorme, a tecnologia não está ao alcance de todos os que realmente necessitam e a população está cada vez mais bem informada sobre seus direitos, como cidadãos, a um cuidado de qualidade. As estratégias para viabilizar o alcance da qualidade dos serviços devem ser determinadas de acordo com a realidade do nosso país e do local em que são aplicados. Daí também a grande necessidade de termos profissionais capacitados responsáveis pela formação dos enfermeiros. Cada vez mais, o mundo do trabalho (visto como um campo bem mais amplo do que o mercado) pede profissionais pensantes, críticos e capazes de proporcionar soluções aos problemas encontrados. Torna-se necessário e mesmo imprescindível que o enfermeiro/docente que atua nesse ensino, possua uma formação sólida; especializada e contínua, para que possa de fato contribuir com a formação destes. Nem o enfermeiro de hoje é o mesmo de ontem, nem o educador de profissionais de enfermagem de nível médio será o mesmo de anos atrás. Há um contexto social, político, econômico, científico, tecnológico, cultural, que nos diferencia no tempo e no espaço. Faz-se necessário que a profissionalização do professor efetive sua competência em fazer avaliações, realizar julgamentos e agir com autonomia diante dos conflitos e dilemas éticos de sua profissão, e de ser capaz de gerenciar seu próprio desempenho profissional, por meio de um processo de formação contínua, que venha a trazer os subsídios para uma atuação segura, no sentido de proporcionar este movimento de transformação através do desenvolvimento de novas competências. É importante e necessário conhecer as finalidades do que se pretende atingir na educação de nível médio em enfermagem, devido a importância da formação de um profissional crítico e reflexivo para atuar de forma competente na assistência ao paciente na área da saúde com qualidade.
O processo de avaliação em saúde é complexo e deve ser estabelecido com base em critérios predeterminados para o alcance dos padrões de qualidade estabelecidos pelo serviço, segundo a sua realidade e o contexto em que está inserido, com a participação de todos os sujeitos envolvidos no cuidado.
SAÚDE COLETIVA
Competências: caracterizar o processo evolutivo do ser humano nas diversas etapas do ciclo vital. Identificar situações de risco e agravos à saúde, esclarecendo a população sobre as medidas de proteção/prevenção a serem adotadas em epidemias e endemias, procedendo registro das doenças de notificação compulsória. Integrar as equipes multidisciplinares nas ações para a saúde de grupos, família e comunidade e nas ações da Vigilância Sanitária em relação a produtos alimentares, domiciliares, medicamentos, serviços de saúde e do meio ambiente. Fazer levantamento das características sociopolíticas, econômicas, culturais e de dados de morbimortalidade na comunidade. Utilizar recursos da comunidade nas ações de saúde coletiva.
PLANO DE AULA
Curso: Curso técnico de nível médio em enfermagem
Autores: Sérgio Luis Alves de Morais Júnior e Lenize Ferreira Matiolli Unidade: Saúde Coletiva Assunto: Saúde Coletiva Objetivo Compreender sobre a saúde do coletivo de pessoas. Integralizar informações necessárias para prevenir ou evitar o aparecimento de novos casos de doenças. Conhecer os aspetos de saúde doença presentes para o atendimento da população, que incluem: história natural da doença, aspectos de prevenção (primária, secundária e terciária), promoção e recuperação da saúde. Conteúdo programático
Metodologia Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco. Avaliação Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula. Bibliografia 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 176 p. 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Portaria n.º 1823, de 23 de agosto de 2012. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 3. ed. Brasília, 2006b. 4. BRASIL. Portal da saúde. Rede Cegonha. Brasília, DF: Departamento de Atenção Básica, 2012. Disponível em: https://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_redecegonha.php. Acesso em 18/05/2016. 5. CAMPOS, G.W.S.; GUERRERO, A.V.P. Manual de práticas de atenção básica: saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2010. 6. COSTA, Nilson Rosário. Lutas urbanas e controle sanitário: as origens das políticas de saúde no Brasil. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1986. 7. ESCOREL, Sarah; In: GIOVANELLA, L. et al. (org.). História das políticas de saúde no Brasil de 1964 a 1990: do golpe militar à reforma sanitária. Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2008. P. 385‐434. 8. SANTOS, Luiz de Castro. O pensamento sanitarista na primeira república: uma ideologia de construção da nacionalidade. Dados. Rio de Janeiro: vol. 28, n. 2, p.193- 210 1985. 9. SINGER, Paul et al. Prevenir e curar: o controle social através dos serviços de saúde. Rio de Janeiro: Forense, 1978. |
AQUECIMENTO
As políticas em saúde fazem parte do conjunto de Políticas Públicas empregadas pelos Estados. As Políticas Públicas em Saúde têm passado por intensas alterações desde o início de sua construção até o seu formato atual, culminando em reformas legais, administrativo-financeiras e, também, de foco e paradigma de suas instituições, movimento desencadeado pela evolução das organizações, pelas transformações sociais, políticas, culturais e econômicas pelas quais passaram o governo, a sociedade e a economia brasileira. Os direitos à saúde e ao trabalho, hoje, fazem parte dos Direitos Humanos, mas nem sempre foram assim considerados. A área da saúde, inevitavelmente referida ao âmbito coletivo-público-social, tem passado historicamente por sucessivos movimentos de recomposição das práticas sanitárias decorrentes das distintas articulações entre a sociedade e o Estado que definem, em cada conjuntura, as respostas sociais às necessidades e aos problemas de saúde. O objeto da Saúde Coletiva é construído nos limites do biológico e do social, e compreende a investigação dos determinantes da produção social das doenças e da organização dos serviços de saúde, bem como o estudo da historicidade do saber e das práticas sobre eles. O reconhecimento da saúde como bem-estar, satisfação, bem coletivo e direito, e do trabalho à livre eleição do emprego, a condição justa e favorável configura-se um paradigma civilizatório da humanidade, construído em um processo de embates de concepções e de pressões dos movimentos sociais por estabelecerem uma ruptura com as desigualdades e as iniquidades das relações sociais. A participação política é a principal estratégia de transformação da realidade de saúde, na expectativa de que das revoluções populares deveria resultar democracia, justiça e igualdade, principais determinantes da saúde social.
A tecnologia, a gerência racional, as organizações de saúde pouco estruturadas, a violência nos ambientes de trabalho, os salários baixos e a ausência de carreira profissional fortalecem este estado de vida contrariada de nossos profissionais de saúde. Da mesma forma que devemos nos sensibilizar com o combate à fome no País, precisamos, sem exageros, combater a cultura de “desumanização” do trabalho dos profissionais de saúde. Humanização implica também investir no trabalhador para que ele tenha condições de prestar atendimento humanizado. A compreensão da humanização está relacionada a um modo de perceber o paciente no contexto dos serviços de saúde. Enquanto campo de conhecimento, a saúde coletiva contribui com o estudo do fenômeno saúde/doença em populações enquanto processo social; investiga a produção e a distribuição das doenças na sociedade como processos de produção e reprodução social; analisa as práticas de saúde (processo de trabalho) na sua articulação com as demais práticas sociais; procura compreender, enfim, as formas com que a sociedade identifica suas necessidades e problemas de saúde, busca sua explicação e se organiza para enfrentá-los. A valorização do paciente/usuário do serviço de saúde como sujeito de direitos, capaz de exercer sua autonomia, é abordada nos textos mais atuais (década de 90 aos dias atuais), revelando uma ideia de humanização distinta da lógica da caridade, anteriormente mencionada, compreendendo-a como a possibilidade de dar condições para que o usuário seja participante. É preciso investir não somente na dimensão corporal dos sujeitos, conforme tradição da saúde pública (vacinação, por exemplo), mas também pensá-los como cidadãos de direito e donos de uma capacidade crítica de reflexão e de eleição mais autônoma, de modos de levar a vida. Partilhar das decisões é um caminho para implementar o princípio ético da autonomia dos indivíduos e da coletividade, transformando o modo como se concebe o usuário do serviço de saúde (da lógica caritativa à construção da cidadania) é ainda um desafio.
Humanizar a relação com o paciente realmente exige que o trabalhador valorize a afetividade e a sensibilidade como elementos necessários ao cuidar. Porém, compreendemos que tal relação não supõe um ato de caridade exercido por profissionais abnegados e já portadores de qualidades humanas essenciais, mas um encontro entre sujeitos, pessoas humanas, que podem construir uma relação saudável, compartilhando saber, poder e experiência vivida.
Ter sensibilidade para a escuta e o diálogo, mantendo relações éticas e solidárias, envolve um aprendizado contínuo e vivencial, pouco enfatizado no ambiente de trabalho, levando-se em conta, ainda, o predomínio de estruturas administrativas tradicionais, rígidas e burocratizadas. As propostas de humanização em saúde também envolvem repensar o processo de formação dos profissionais ainda centrados, predominantemente, no aprendizado técnico, racional e individualizado, com tentativas muitas vezes isoladas de exercício crítico, criatividade e sensibilidade. A saúde coletiva preocupa-se com a saúde pública enquanto saúde do público, sejam indivíduos, grupos étnicos, gerações, classes sociais, populações. Dessa maneira, se constitui possibilidades de redefinição de relações sociais que poderão auxiliar na redução do sofrimento humano, na elevação da consciência sanitária e ecológica, na preservação da saúde e na defesa da vida.
DINÂMICAS
APERTO DE MÃO
Objetivo: refletir sobre como ocorre à contaminação por microrganismos no decorrer do nosso dia a dia, devido à falta de hábitos higiênicos simples, como por exemplo, o ato de lavar as mãos. Material: um vidrinho de purpurina. Desenvolvimento |
TEXTOS PARA REFLEXÃO
PANDEMIA DE HIV/AIDS
Desde o começo da pandemia de HIV/AIDS quase 78 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV e cerca de 39 milhões morreram de AIDS . Em todo o mundo, estima-se que cerca de 35 milhões de pessoas viviam com AIDS ao final de 2013. A África Sub-Saariana é a região mais severamente afetada do mundo, com quase 1 em cada 20 adultos vivendo com HIV, representando cerca de 71% das pessoas vivendo com HIV em todo mundo (OMS). Apesar do discurso otimista da Unaids, afirmando que a epidemia de aids será extinta nos próximos 15 anos, os números acima e a realidade política encontrada em várias partes do mundo nos levam a considerar criticamente tais afirmativas. Desde a detecção dos primeiros casos de aids nos EUA até o desenvolvimento de medicamentos eficazes no tratamento da doença assistiu-se em todo mundo a uma impressionante mobilização pela prevenção da infecção e cuidado das pessoas com HIV/AIDS, forjando um novo tipo de ativismo que teve profundo impacto no desenho da resposta à epidemia em todo o mundo, e especialmente no Brasil. O efeito paradoxal do desenvolvimento de respostas biomédicas eficazes, mais recrutamento de parte do ativismo como linha auxiliar de prestação de serviços ao Estado esvaziaram o momentum político da mobilização antiaids, o que se agravou ainda mais com a crise econômica global de 2008. A retração de tradicionais financiadores das atividades de organizações da sociedade civil, incluindo agências internacionais, agravou ainda mais o quadro, levando à situação presente de escassa mobilização e concentração da “ajuda internacional” nas mãos de poucas agências, em sua maioria privadas, criando um importante déficit democrático na possibilidade de negociação de iniciativas de políticas públicas, especialmente com países que dependem fortemente de recursos externos para a sua implementação, como é o caso justamente da parte do mundo mais fortemente afetada pela pandemia. A ênfase unilateral no componente biomédico da resposta tem levado ao abandono de ações que se mostraram efetivas no passado, à invisibilização de populações vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens e trabalhadoras do sexo, no Brasil, e à desconsideração de importantes questões de natureza política, social, cultural e econômica, como o custo da aquisição de medicamentos, a carência de recursos humanos qualificados para atuar na área de saúde, a necessidade do enfrentamento contínuo da discriminação e do preconceito, ou mesmo da adoção de práticas de sexo seguro como forma eficaz de prevenção. É necessário retomar uma forte mobilização social, re-politizando a resposta à epidemia, para que possamos de fato fazer frente aos desafios que se colocam no enfrentamento desse grave problema de saúde pública global. |
DO JARDIM DE INFÂNCIA AO HORTO DA VIDA
Ricardo Henrique Vieira Melo Parafraseando Fulghum (2004), boa parte do que precisamos saber sobre Ética não aprendemos no topo da montanha mais alta de um curso de Mestrado ou Doutorado, mas nas rodas cotidianas que antecediam as aulas do jardim de infância, no meu caso, no pátio ou no montinho do tanque de areia do maternal do saudoso Jardim Escola Saci Pererê, ou ainda no quintal que parecia a grande extensão de um território adscrito. Aprendi algumas lições que aplico nos dias de hoje: compartilhe tudo; jogue dentro das regras; não bata nos outros; coloque as coisas de volta onde pegou; arrume sua bagunça antes de sair; não pegue as coisas dos outros; peça desculpas quando machucar alguém; respeite o limite dos outros; agradeça a Deus quando for deitar; leve uma vida equilibrada fazendo de tudo um pouco; aprenda, desenhe, pense, brinque, dance, cante, trabalhe… todos os dias; quando sair para o mundo é melhor ficar de mãos dadas. De fato a vida seria tão poética quanto ética se levássemos esses ensinamentos às relações sociais, inclusive as de trabalho. Temos que fazer a nossa parte, esta é a verdade, sem que importe a idade. Resgatar valores quase que completamente esquecidos quando pisamos fundo no acelerador do progresso. Para refletir sobre Ética basta olhar em volta e refletir criticamente sobre o comportamento humano interpretando dialeticamente os valores e as regras morais para um convívio social harmonioso. Nas relações de trabalho, no caso específico da Estratégia Saúde da Família, não é diferente, ocorre um contato contínuo entre profissionais de saúde com diferentes formações, e entre estes e os usuários e suas famílias. Esta dinâmica reflete a imprevisibilidade das relações humanas na saúde, pela imersão no processo interativo no qual os adultos ou idosos, da mesma forma que quando crianças ou adolescentes, também trazem consigo seus segredos, medos, crenças, e expectativas frente às normas, protocolos, regras, rotinas, técnicas, dilemas e conflitos que não são definidos previamente. A prática profissional na saúde exige atualmente o enlace entre o ensino, a pesquisa e a extensão ampliando a complexidade dos direitos, deveres e atribuições. Bub (2005) define Ética como uma ramificação da filosofia prática que objetiva a reflexão sobre o agir humano e suas finalidades, uma tentativa de compreender a natureza da moralidade através da consulta à razão. De acordo com Durkheim (2010), a hiperespecialização de funções, tão vigorosa na atualidade em sociedades capitalistas, leva a uma acentuação da conscientização individual, que por sua vez é prejudicial à solidariedade e coesão social. Assim, os atos humanos são predominantemente orientados pelas intenções individuais marginalizando os interesses coletivos. Neste contexto, as relações de poder, principalmente no que se refere à capacidade de persuasão dos sujeitos envolvidos, pode pendular em direção a interações hierárquicas, de dominação ou pender para o estímulo à promoção da autonomia, assegurando às pessoas a virtude da opinião própria, respeitando atitudes e escolhas pessoais, afinal um convence o outro ou é convencido por ele. As ações de saúde ocorrem a partir da interação entre autoridades técnicas (científicas) e o saber comum, em situações nas quais se faz necessário o pensar, julgar, decidir, agir, fazer, permeados entre exigências morais, interesses e preferências pessoais, em imperiosas escolhas. Nenhum modelo é capaz de esgotar a problemática da ética na saúde. O impacto mais perene na desatenção a estes aspectos se refere a uma naturalização e objetivação do outro, uma desumanização, um desequilíbrio entre os direitos e deveres, que leva a uma fragilidade nos laços sociais do trabalho, que limita a rede de solidariedade circunscrita e que não reconhece os sujeitos protagonistas como iguais em orgulho e dignidade. Consequentemente, a desarmonia nas relações de trabalho e poder faz germinar o vício da transferência de responsabilidades, a desconstrução de expectativas, impactando negativamente nos processos de produção da saúde na prática cotidiana das equipes, que passam a negligenciar algumas atribuições fundamentais do modelo de vigilância à saúde, tais quais: o conhecimento da realidade do território; a identificação dos problemas e situações de risco; a realização do planejamento local; o estabelecimento de vínculo e confiança com os usuários; o atendimento integral de forma contínua e racionalizada; a coordenação de grupos de educação em saúde; a promoção de ações intersetoriais; o incentivo à participação popular nos conselhos locais, entre outras. Finalmente venho concluir que na memória dos meus tempos de criança relembro os valores que norteavam os procedimentos humanos, e assim tenho conseguido de certa forma, vez ou outra, polinizar um sentimento de esperança, ao voar sobre alguns jardins, de que a humanidade não seja redundante ao procurar decretos morais em protocolos, e que o amor, a coragem, a amizade e a sabedoria possam preencher as lentes com as quais enxergamos a ética poética na vida.
Fonte: file:///C:/Users/Mayre%202/Downloads/Versando%20Sa%C3%BAde%20Coletiva.pdf |
NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA
Competências: conhecer os fundamentos básicos da nutrição e dietética. Conhecer e distinguir o valor calórico dos alimentos, bem como relacionar os grandes grupos de nutrientes e suas funções, com seus princípios ativos. Reconhecer o cuidado nutricional como um importante instrumento para a promoção da saúde e qualidade de vida nos diferentes níveis de atenção à saúde. Conhecer sobre os cuidados em nutrição nos diferentes ciclos de vida. Identificar as dietas básicas hospitalares e sua importância, emprego e constituição. Aprender sobre as dietas hospitalares de evolução. Contextualizar sobre a importância do estímulo ao aleitamento materno e seus aspectos epidemiológicos. Conhecer e contextualizar sobre os principais problemas nutricionais e alimentares da população brasileira e sobre o fenômeno de transição nutricional. Conhecer as políticas públicas nacionais que visem promover a Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável.
PLANO DE AULA
Curso: Curso técnico de nível médio em enfermagem
Autor: Maria Madalena Salatiel Julio Unidade: Nutrição e Dietoterapia aplicada à enfermagem Assunto: Nutrição Objetivo Compreender os conceitos e as propriedades dos alimentos que constroem corpos saudáveis e promovem a saúde. Estimular o conhecimento completo da nutrição e das necessidades nutricionais do corpo ao longo da vida. Conteúdo programático
Metodologia Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco. Avaliação Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula. Bibliografia BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 1. CHEMIN, S.M.S.S.; MURA, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição eDietoterapia. São Paulo: Roca, 2008. 2. ISOSAKI, M. CARDOSO, E. OLIVEIRA, A. De. Manual de dietoterapia e avaliação nutricional: Serviço de Nutrição e dietética do Instituto do Coração- HCFMUSP, 2ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2009. 3. MAHAN, L.K; ESCOTT-STUMP, S. Krause. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11ª ed. São Paulo: Roca, 2005. |
AQUECIMENTO
Os alimentos fornecem nutrientes muito importantes para nossa saúde. Somente uma alimentação adequada em termos quantitativos e qualitativos pode fornecer esses nutrientes. Por outro lado, o consumo inadequado de alimentos pode trazer danos para a saúde das pessoas. Por exemplo, o excesso de alimentos pode causar a obesidade e a deficiência pode causar a desnutrição. O consumo de alimentos com alta quantidade de gordura, açúcar e sal (seja por quantidades erradas adicionadas no preparo dos alimentos ou pela frequência de consumo de produtos industrializados que tenham alto teor de sal), pode causar muitos problemas à saúde, como obesidade, diabetes, cárie dental, hipertensão (pressão alta), alterações ortopédicas (relativa aos ossos), aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos e doenças cardíacas. O conhecimento científico encontrados em alguns jornais e revistas, por exemplo, também influencia na escolha dos alimentos, pois por meio dessas informações as pessoas passam a conhecer quais alimentos são considerados saudáveis e como eles podem ser utilizados da melhor forma. Contudo, não basta ter acesso a esses conhecimentos para mudar o hábito alimentar, pois normalmente as pessoas levam em consideração os prazeres propiciados pela comida, além dos vários fatores que interferem na formação do costume alimentar. Um dos conceitos mais aceitos diz que a saúde é um estado habitual de equilíbrio do organismo, onde há o completo bem-estar físico, mental e social. Vamos entender melhor cada um desses pontos. O bem-estar físico está relacionado ao corpo humano, à capacidade que temos de realizar todas as funções para que possamos sobreviver, e também à capacidade que temos de realizar atividades do dia a dia. Quando falamos em saúde é geralmente do bem-estar físico que as pessoas lembram, mas como estamos observando, existem outras formas de bem-estar. O bem-estar mental está relacionado às condições da mente humana, sendo que esta pode sofrer com doenças. Além disso, a saúde mental também está relacionada com a capacidade de cada pessoa utilizar todo o potencial que tem para fazer as atividades do dia a dia. Já o bem-estar social está relacionado com a vida em comunidade; ele ocorre quando as necessidades de todos são satisfeitas.
Acompanhar a evolução do estado nutricional dos indivíduos da comunidade escolar, inclusive de escolares, é uma das ações previstas pelo Programa Saúde na Escola. A realização da vigilância alimentar e nutricional representa um olhar atento sobre o estado nutricional e o consumo alimentar da população. O conhecimento dessas informações permite que os gestores locais e as equipes de Saúde da Família possam implementar estratégias visando à melhoria das condições de saúde relacionadas com a alimentação e nutrição. Avaliação nutricional é o processo de determinar o estado nutricional da pessoa. Este se refere ao resultado do equilíbrio entre o consumo de nutrientes e o gasto energético do organismo para suprir as necessidades nutricionais (BRASIL, 2007). Em cada fase do curso da vida, o estado nutricional expressa à relação entre os alimentos ingeridos, a capacidade do organismo em aproveitá-los e o gasto de energia frente às necessidades nutricionais. Assim, o estado nutricional das pessoas é um “sinal vital” tão importante, por exemplo, quanto à pressão arterial. A Dietoterapia ou Terapia Clínica Nutricional (TCN) compreende uma série de cuidados nutricionais que devem ser observados durante o tratamento de doenças específicas, como, por exemplo, a restrição ao consumo de açúcares para os diabéticos ou do sal para os hipertensos. O papel da nutrição na promoção da saúde inclui não somente abordar a dieta e a prevenção de doenças, mas também avaliar as necessidades de mudanças nutricionais relacionadas às diferentes fases do crescimento e desenvolvimento humanos. A avaliação nutricional é requisito para determinar ou não a necessidade de uma intervenção alimentar. A nutrição é reconhecidamente um fator crítico na promoção da saúde e prevenção das doenças. Mesmo a má nutrição moderada pode trazer consequências tardias no desenvolvimento cognitivo das crianças e no seu rendimento escolar. Quando a criança está faminta ou mal nutrida (podendo, neste caso, estar abaixo ou acima do peso ideal para sua faixa etária), tem mais chance de adoecer, de faltar à escola e ficar atrasada em relação à sua turma. Fica mais irritável, tem dificuldade de concentração e mais baixos níveis de energia. Padrões alimentares não saudáveis podem resultar em subnutrição, deficiência de ferro, sobrepeso e obesidade. Paradoxalmente, ao lado da desnutrição, em especial a infantil, que ainda permanece um grave problema de saúde, há também o aparecimento da obesidade associado à infância. O risco de uma criança obesa desenvolver obesidade na vida adulta é muito maior do que em crianças com gordura corporal normal. O peso corpóreo durante a adolescência é considerado forte fator de previsão do peso no adulto (McARDLE, 2003). O sobrepeso, a obesidade e o desenvolvimento da síndrome metabólica em crianças e adolescentes representam na atualidade uma das condições mais desafiadoras para os sistemas de saúde (TEIXEIRA, 2008).
DINÂMICAS
DIETAS DA MODA
Objetivo: reforçar a importância da alimentação saudável para manutenção de um peso adequado e alertar sobre os possíveis riscos de dietas muito restritivas, comparando sempre com a pirâmide alimentar. Material: cartões confeccionados com informações sobre algumas dietas da moda. Procedimento Peça para que todos os alunos se sentem no chão, formando um círculo. Introduzido o tema falando sobre a grande variedade de dietas veiculadas na mídia atualmente. Questione se alguém já fez alguma dessas dietas e pergunte também a opinião deles sobre as dietas da moda, se eles acham que dá resultado ou não. Todos devem dar a sua opinião livremente e ao final reforce o conceito de alimentação saudável, realizando uma dinâmica para que discutam as principais dietas da moda e os possíveis problemas que podem acarretar. Fonte Adaptada: https://treina.com.br/treina/cozinhamagica/pop-dieta.html |
MITOS E VERDADES
Objetivo: discutir os mitos ou crenças mais comuns sobre alimentação e nutrição. Material: 25 cartões contendo frases sobre nutrição que devem ser respondidas e justificadas pelos participantes como “mito” ou “verdade”. Procedimento Cada participante recebe aleatoriamente um cartão contendo frases como, por exemplo, “Pão engorda?”, “Faz mal pular o café da manhã?”. Após cada resposta propõe-se uma discussão sobre o tema abordado para complementar e reforçar as informações discutidas. Esta dinâmica de grupo têm duração de aproximadamente 60 minutos, sendo que a sequência para a leitura e resposta é voluntária.
Fonte adaptada: TOASSA, E. C.; LEAL, G. V. S.; WEN, C. L.; PHILIPPI, S. T. Atividades lúdicas na orientação nutricional de adolescentes do Projeto Jovem Doutor. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 35, n. 3, p. 17-27, dez. 2010. |
TEXTOS PRA REFLEXÃO
NUTRIÇÃO
Dietas hospitalares De acordo com a finalidade, as dietas são classificadas em:
DIETAS DE ROTINA Dieta líquida Tem consistência líquida e requer o mínimo de trabalho digestivo. Usada nas disfagias, desconforto gastrointestinal, dificuldade de mastigação e deglutição e nos pré e pós-operatórios. Alimentos permitidos: água, chá, gelatinas, sucos, vitaminas de frutas, caldos, sopas liquidificadas, mingau ralo. Dieta leve Tem consistência semilíquida. Usada nos pré e pós-operatórios e distúrbios gastrointestinais. Alimentos permitidos: caldos, sopas, carnes, verduras, legumes (bem cozidos e em forma de purê), arroz, frutas macias, gelatinas e pudins. Dieta branda Constituída de alimentos bem cozidos, restrita em celulose e alimentos fermentáveis. Usadas nos pré e pós-operatórios e em transição para a dieta geral. Dieta pastosa Usada principalmente em casos onde há dificuldade de mastigação e deglutição. Alimentos permitidos: todos com consistência pastosa cremosa (purês, sopas cremosas, arroz bem cozido, papa de bolacha, pudins, frutas cozidas, etc.) Dieta geral, livre ou voluntária Usada nos casos em que o paciente pode receber qualquer tipo de preparação e alimentos variados sem restrições, de acordo com sua tolerância. Dietas especiais Dieta para diabéticos/hipocalórica Dieta para pessoas que não podem comer açúcar, sendo necessário controlar os alimentos energéticos: arroz, batata, pão e massa. São proibidos: alimentos e bebidas que contenham açúcar; alimentos gordurosos e frituras em excesso. Dieta hipercalórica Dieta com o objetivo de fornecer mais energia. Deve ser oferecida maior quantidade de arroz, massa, doces. Dieta obstipante ou sem resíduos Para pacientes com diarreia. Não podem comer verduras cruas ou cozidas, legumes, frutas cruas, frituras e alimentos gordurosos, leite e derivados, doces (só gelatina) e sucos de frutas (com exceção do limão, maçã e goiaba). Dieta laxativa ou com resíduos Para pacientes com intestino preso. Devem comer maior quantidade de verduras, legumes, frutas (laranja, mamão, ameixa) e líquidos. Dieta hiperproteica Contém maior quantidade de proteínas. Oferecer leite, gelatina, carne, iogurte, queijos e ovos. Dieta hipoproteica Contém menor quantidade de proteínas. Dieta Hipogordurosa (para pessoas com problemas de fígado) Contém pouca quantidade de gordura. São proibidos: manteiga, margarina, queijo, iogurte, leite (só desnatado), frituras e alimentos gordurosos. Dieta hipossódica Dieta com controle de sódio e sal. São proibidos: pão francês, bolacha de água e sal, cream craker, queijos salgados e embutidos. Pode ser oferecido até 2g de sal em sache. Dieta assódica ou sem sal Dieta preparada sem adição de sal no cozimento dos alimentos. Fonte: https://www.soenfermagem.net/nutricao/ |
TRABALHO INTERDISCIPLINAR: O DIÁLOGO ENTRE NUTRIÇÃO E ENFERMAGEM
Gabriela Herrmann Cibeira O enfermeiro deve estar empenhado em auxiliar na prevenção da desnutrição, assessorando nutricionistas e médicos na identificação precoce de sinais físicos da desnutrição, bem como auxiliando no tratamento da desnutrição. Ainda, deve estar atento e transmitindo informações importantes à sua equipe de enfermagem quanto à importância da nutrição na recuperação do paciente desnutrido. Deve também cooperar como membro da equipe de saúde em relação à nutrição do paciente. Nesse contexto, torna-se fundamental que os futuros enfermeiros sejam capacitados a estabelecer relações efetivas com nutricionistas, a fim de que possam fazer avaliações corretas. Nas portarias 272/98 e 337/99 da Agência de Vigilância Sanitária, constam bem definidos os papéis a serem desempenhados pelos profissionais que compõem a equipe multidisciplinar. Diante disso, percebe-se a necessidade de pesquisas nessa área que contribuam para esclarecer as responsabilidades dos diversos membros da equipe e as razões pelas quais os pacientes ficam desnutridos. É preciso maior conscientização por parte dos profissionais de saúde, acerca da importância do cuidado nutricional adequado para uma evolução clínica apropriada do indivíduo. Para tanto, além dos conhecimentos em nutrição, torna-se imprescindível que os profissionais tenham clareza de seus papéis e responsabilidades nas condutas relativas ao processo do cuidado nutricional. A avaliação do estado nutricional que pressupõe, entre outros procedimentos, a pesagem do paciente e a observação da aceitação da dieta e sua correlação com a evolução do estado nutricional – é de grande importância e pode ser realizada pelos enfermeiros. Na abordagem de problemas cotidianos, presentes no dia a dia dos profissionais responsáveis pelo cuidar/cuidado, há que compreender melhor o paradigma da complexidade ou o pensamento complexo, para associar as partes sem tirar a identidade delas. Nessa concepção, a unidade do conhecimento necessária na abordagem das questões relativas à nutrição e alimentação exige dos profissionais um olhar ampliado para lidar com as incertezas do conhecimento inerentes às questões relacionadas à saúde. Para tanto, os profissionais devem ter clareza acerca da complexidade e interpenetração dos fenômenos relativos à alimentação e à nutrição que envolvem questões bioquímicas, fisiológicas, emocionais, psicológicas, culturais, sociais, ecológicas, interferindo na relação dos seres humanos com a alimentação, individual e coletivamente. Da mesma forma, é necessário ousar e introduzir propostas pedagógicas que tragam real significado para o aluno. A metodologia problematizadora e a discussão de temas como cuidar/cuidado e interdisciplinaridade, durante o curso de graduação, constituem medidas viáveis para aprimorar o ensino e preparar melhor o aluno para lidar com os problemas na prática cotidiana, que vão além daquilo que o conhecimento técnico-científico aborda. Enfatizar o significado que a nutrição e a alimentação tem na recuperação do indivíduo enfermo e na qualidade de vida do indivíduo saudável contribuem para o entendimento dessa ciência. Além disso, outras estratégias de aprendizagem da ciência da nutrição estão em inserir temas de nutrição na educação continuada; criar instâncias formais de trabalho conjunto, por meio de projetos e de reuniões das quais participem vários profissionais; discutir ementas, objetivos e programas de nutrição procurando averiguar como se podem criar canais efetivos de interdisciplinaridade e propor atividades complementares que propiciem ao aluno um contato prévio com a comunidade com a qual ele vai lidar nos estágios curriculares. Para um ensino adequado de nutrição, devem-se levar em conta os novos paradigmas propostos para um processo educativo transformador da realidade. O espaço formal de ensino deve proporcionar um intercâmbio de conhecimentos entre a teoria e a prática, trazendo para discussão os contextos de cuidado que envolve a nutrição e as diferentes realidades encontradas no cotidiano de trabalho da equipe de enfermagem, mas traga questões da realidade social para o espaço acadêmico. Fonte: file:///C:/Users/Mayre%202/Downloads/856-3145-3-PB.pdf |
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Competências: conhecer história natural das doenças e meios de propagação. Identificar técnicas de isolamento e os cuidados específicos para cada técnica. Identificar os mecanismos e os agentes etiológicos, meios de transmissão, prevenção, sinais e sintomas, meios diagnósticos e tratamentos das principais doenças transmissíveis relacionadas aos sistemas cardiovascular, respiratório, digestivo, renal e urinário, nervoso, endócrino, órgãos dos sentidos, reprodutor feminino e masculino em todas as fases do ciclo vital. Identificar o esquema e as formas de imunização para diferentes doenças transmissíveis conforme normas do Ministério da Saúde.
PLANO DE AULA
Curso: Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem
Autor: Sandra Maria da Penha Conceição e Patricia Alves Unidade: Doenças Transmissíveis sob a perspectiva da enfermagem Assunto: Doenças Transmissíveis Objetivo Orientar o profissional de enfermagem de forma básica, em seu papel na integração da equipe multidisciplinar nas ações de saúde voltadas à pacientes acometidos por doenças transmissíveis, nos procedimentos de enfermagem relativos à notificação das doenças compulsórias e agravos à saúde quando necessário. Conteúdo programático
Metodologia Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco. Avaliação Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula. Bibliografia 1. ALMEIDA, E. A. et al. Evolução fatal da co-infecção doença de Chagas/Aids: dificuldades diagnósticas entre a reagudização da miocardite e a mio cardiopatia chagásica crônica. Rev Soc. Bras Med. Trop., v. 42, n. 2, p. 199-202, 2009. 2. ALONSO, P. L. Malaria: deploying a candidate vaccine (RTS, S/ AS02A) for an old scourge of humankind. Int. Microbiol., n. 9, p. 83-93, 2006. 3. BRASIL. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jan. 2011. Seção 1, p. 37-38. Disponível em: https://goo.gl/FBVDMg. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 104, de 25 de janeiro de 2011. Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de saúde. 5. FIOCRUZ. Programa Integrado de Esquistossomose da Fundação Oswaldo Cruz (PIDE). Belo Horizonte, MG, 2013. Disponível em: https://goo.gl/f3LzRO. |
AQUECIMENTO
As ações de prevenção, controle e tratamento das doenças transmissíveis (DT) competem ao conjunto dos trabalhadores da saúde, que contribuem cada qual com seus conhecimentos e habilidades específicos para a finalidade do Processo de Produção de Serviços de Saúde. As doenças transmissíveis podem ser caracterizadas como doenças cujo agente etiológico é vivo e transmissível, podendo a infecção ser veiculada por um vetor, ambiente ou indivíduo. Uma das metas da Saúde Pública é bloquear a ascensão das doenças transmissíveis (DT), já que essas são causas de morbimortalidade mundial. Áreas de risco ou de invasão, com populações sem acesso à água tratada e esgoto, deve ser alvo do poder público municipal com atuações pontuais, sociais e de saúde. Enchentes e outros fenômenos naturais que podem causar desastres ambientais, catástrofes, em geral interrompem o funcionamento normal de uma comunidade com efeitos graves nas vidas das pessoas, tais como perdas e danos materiais ou ambientais e danos à saúde ou mortes. As medidas de limpeza e desinfecção geral são essenciais para prevenção das doenças. A enfermagem, ao integrar o processo de trabalho em saúde para assistir aos pacientes com de DT, desenvolve intervenções individualizadas, ao atender às alterações biopsicossociais desencadeadas pelo processo saúde-doença na dimensão singular. Desenvolve ainda intervenções de monitoramento do processo infeccioso e dos perfis referentes aos processos de adoecer e morrer dos grupos e comunidades, intervenções centradas mais especificamente nas dimensões particular e geral do processo saúde-doença, articuladas à Vigilância Epidemiológica. É urgente e necessário permitir que os estudantes expressem sua compreensão e reflitam sobre os problemas de saúde da população, buscando articulá-los com as formas de viver e trabalhar dos indivíduos/grupos, desenvolvendo, para tanto, habilidades de observação, leitura, inter-relação e comunicação com indivíduos/grupos. Devem utilizar principalmente os saberes advindos da epidemiologia, das ciências sociais, da informática e da biologia. Cabe aos educadores oferecer oportunidade de organização de um processo de ensino/aprendizagem que obtém como produto alunos mais críticos, criativos e capazes de conhecer e identificar algumas expressões das determinações do processo de trabalho em saúde e a especificidade da enfermagem no conjunto dos trabalhadores de saúde, podendo assim tornarem-se agentes ativos das transformações sociais. É fundamental também, construir saberes para intervir no processo saúde-doença das DT nos coletivos, dada a necessidade de construção de intervenções eficazes, sendo que o campo das intervenções individuais e voltadas ao corpo biológico encontra-se bem mais organizado. A atenção para o aumento da população que vive em áreas sem saneamento, o desmatamento de áreas virgens de florestas, as alterações no estilo de vida, além de intercâmbio e translados de povos e redução de recursos de infraestruturas devem ser alvos constantes de cuidado, pois essas e outras condições possibilitam que doenças infecciosas que estavam erradicadas ou sob controle voltassem a atingir o mundo, e assumissem destaque na atualidade, não apenas para especialistas, mas para muitos profissionais atuantes no cuidado direto com pacientes. A ocorrência de casos novos de uma doença (transmissível ou não) ou agravo (inusitado ou não), passível de prevenção e controle pelos serviços de saúde, indica que a população está sob risco e pode representar ameaças à saúde que precisam ser detectadas e controladas ainda em seus estágios iniciais. Não podemos esquecer as ações educativas voltadas para o adolescente que devem contemplar a saúde sexual e reprodutiva, dúvidas e medos acerca da temática abordada e, além de tudo, a identificação do contexto cultural o qual está inserido, pois as estratégias devem condizer com sua realidade de modo a serem efetivas. Diante da necessidade da inserção da educação em saúde em todos os âmbitos da juventude, cabe aos profissionais a sensibilização para trabalhar com esse objetivo: educar para uma maior qualidade de vida, contemplando as especificidades da adolescência. É fundamental campanhas de imunização e programas de controle de endemias e epidemias. A rede de apoio para o tratamento das doenças transmissíveis é fundamental para manter o equilíbrio entre cuidado e exposição, atenção e zelo na atenção em saúde, em casos de doenças transmissíveis.
DINÂMICAS
QUE DOENÇA ESTÁ NO PAPEL?
Objetivo: instigar o reconhecimento de doenças a partir de seus sintomas. Nº de participantes: toda a turma colabora, sendo que dois alunos participam mais ativamente. Esta atividade pode ser feita várias vezes. Procedimento Após uma aula sobre doenças e seus sintomas: Escreva o nome de uma das doenças em uma folha de papel e coloque dentro de um envelope. Faça o mesmo para outra doença. Solicite dois voluntários e entregue um envelope a cada um. Cada participante terá que adivinhar a doença que está no papel perguntando aos participantes sobre os sintomas. As respostas devem ser ‘SIM’ ou ‘NÃO’ (Metodologia semelhante à dinâmica do Mistério). Faça um par ou ímpar para ver quem começa a atividade. Um dos alunos começa fazendo sua pergunta e a respectiva resposta é anotada no quadro branco. Depois o outro faz sua pergunta. Um dos alunos ganhará sozinho se adivinhar primeiro e o outro, na sua vez, não acertar. Se o outro estudante também acertar, então haverá empate. De qualquer forma, assegure que ambos terão o direito de fazer o mesmo número de perguntas. Propostas de partes de doenças por dupla:
Dicas: ao explicar a atividade, o professor pode dizer alguns exemplos de perguntas que podem ser feitos. Se os alunos não souberem responder corretamente, o professor é que deve responder dizendo ‘SIM’ ou ‘NÃO’. E não pode perguntar o nome da doença! Vejamos alguns exemplos de perguntas!
Fonte: Dinâmicas sobre saúde do ser humano – autor: Daniel Azevedo de Brito – Fortaleza 2013 www.senarce.org.br/agrinho/wp-content/uploads/2014/…/Dinâmicas-sobre-Saúde.doc |
BACTÉRIA X NEUTRÓFILO X MACRÓFAGO
Introdução Podem ocorrer infecções por bactérias quando a pele humana é lesada. Para combater esta invasão, os neutrófilos atravessam a parede dos vasos sanguíneos num processo chamado “diapedese”. Contudo, eles acabam morrendo após matar algumas bactérias. Para destruir esse conjunto “bactérias mortas + neutrófilos” (pus), os monócitos saem dos vasos sanguíneos, também por diapedese, e se transformam em macrófagos que podem fagocitar sem morrer. Dessa forma, os macrófagos acabam com o pus. Procedimento O grupo deve ficar em círculo. Prepare um número de papéis equivalente ao número de integrantes, porém só em um papel deve estar escrito neutrófilo, em outro deve estar macrófago. Nos demais papéis devem estar escrito o termo bactéria. O neutrófilo tem a função de matar todos os integrantes do círculo com uma piscada, mas deve tomar cuidado para que o macrófago não o descubra, pois, se isso acontecer, o macrófago deve dizer ao neutrófilo: acabei com o pus! O papel das bactérias é só esperar a hora de serem mortas. Quando isso acontece, elas devem dizer: morri. Se o neutrófilo matar todos ou se o macrófago descobrir quem é o neutrófilo, a brincadeira acaba e se faz o sorteio novamente. Fonte: Dinâmicas sobre saúde do ser humano – autor: Daniel Azevedo de Brito – Fortaleza 2013 www.senarce.org.br/agrinho/wp-content/uploads/2014/…/Dinâmicas-sobre-Saúde.doc |
TEXTOS PARA REFLEXÃO
BRASIL É FOCO DE EDIÇÃO ESPECIAL DA REVISTA INTERNACIONAL DE EQUIDADE EM SAÚDE
“O Brasil é bem conhecido como um país com extremos de renda e outras desigualdades sociais”. Mas nos últimos anos, o Brasil tem feito grandes avanços na extensão de uma série de proteções sociais para toda a população. As realizações notáveis incluem a obtenção de cobertura de saúde quase universal, expandindo os cuidados primários baseados na comunidade e fornecendo um programa de transferência de dinheiro condicional robusto. Esta edição especial da Revista Internacional de Equidade em Saúde apresenta uma visão geral das desigualdades em saúde no Brasil contemporâneo. Fornece um resumo dos progressos realizados e identifica as áreas prioritárias que exigirão esforços adicionais. Os artigos contidos na edição variam consideravelmente em seus métodos e abordagem, mas todos utilizam dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013) mais recente. Com base em fortes evidências da associação entre as circunstâncias sociais e econômicas de um indivíduo (e até mesmo de uma sociedade) e sua saúde, monitorar as desigualdades na saúde tornou-se uma característica essencial da medição do progresso e desenvolvimento da saúde nacional. Tal monitoramento mostrou não só que as desigualdades de saúde estão presentes em quase todas as nações, mas que sua magnitude representa um gradiente social que se estende do mais para o menos privilegiado na sociedade. Isto implica que as políticas e os programas devem ser avaliados não apenas em termos de mudanças que podem fazer no agregado, mas também na medida em que reduzem as desigualdades sociais entre os diferentes grupos populacionais. Dado os muitos tipos de resultados de saúde e os muitos fatores pelos quais as diferentes populações podem ser comparadas, tal monitoramento e avaliação é uma tarefa assustadora que deve ser baseada em coleta e análise de dados relevantes, confiáveis e frequentes. Os inquéritos nacionais de saúde são ferramentas essenciais para fornecer informação fiável que possa orientar os serviços de saúde e sociais para melhor satisfazer as necessidades e expectativas da população, seja na área dos serviços de saúde, na promoção e prevenção da saúde ou em outras áreas sociais que afetam Saúde, longevidade e qualidade de vida. No Brasil, o processo de desenvolvimento da PNS teve início em 2009 com o objetivo de responder às necessidades de avaliação das políticas e programas nacionais de saúde considerados prioritários pelo Ministério da Saúde. O planejamento da pesquisa, realizada em 2013 como parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), envolveu a coleta de dados em três áreas principais: estado de saúde, serviços de saúde, Continuidade dos cuidados e financiamento dos cuidados de saúde) e vigilância dos fatores de risco de doença e lesões. A equidade, meta explícita do sistema nacional de saúde brasileiro, também constituiu uma área prioritária. Em termos de projeto, o PNS 2013 é um levantamento domiciliar representativo da população brasileira não institucionalizada nos níveis nacional, regional, estadual e da região metropolitana. O PNS baseia-se na matriz de amostragem principal do IBGE selecionada por amostragem por agrupamento em três estágios (setores censitários, domicílios e indivíduos) com estratificação das unidades primárias de amostragem. No PNS 2013, 64.348 domicílios e 60.202 indivíduos foram entrevistados pessoalmente. Os resultados da pesquisa, incluindo todos os dados domésticos, individuais e biomarcadores (antropométricos, pressão arterial) estão disponíveis ao público e podem ser acessados gratuitamente e sem autorização prévia do seguinte site: https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pns/2013 Voltando a presente edição, seus 14 artigos abrangem o escopo e a amplitude das desigualdades de saúde no Brasil. Eles abordam diferentes formas de avaliar a saúde e a doença da população e empregam abordagens diferentes para comparar esses resultados entre diferentes segmentos da população brasileira. Cada um desses artigos oferece uma perspectiva única sobre a magnitude e a complexidade das desigualdades na saúde e seus correlatos no Brasil. Juntos, eles fornecem partes de um roteiro maior de progresso feito e desafios futuros. Ao apresentar juntos esse panorama em uma edição, espera-se reforçar os apelos para fortalecer os programas sociais e de saúde dentro do Brasil e também contribuir para a maior conversação global e o crescente movimento social para priorizar ações que abordem os determinantes sociais da saúde e do bem-estar. Fonte: https://site.ims.uerj.br/2016/11/23/brasil-e-foco-de-edicao-especial-da-revista-internacional-de-equidade-em-saude/ acesso em 14 de dezembro de 2016 à s11: 50h. |
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE ZIKA
1º O zika se propaga principalmente por mosquitos infectados. Você também pode contrair o zika pela relação sexual. Muitas áreas dos Estados Unidos têm o tipo de mosquitos que podem transmitir o zika vírus. Esses mosquitos picam agressivamente durante o dia, e também podem picar à noite. O zika também pode ser transmitido pelo ato sexual de uma pessoa contaminada para os seus parceiros ou parceiras. 2º A melhor maneira de prevenir o zika é prevenir picadas de mosquitos.
3º O zika está associado a defeitos congênitos. A infecção com zika durante a gravidez pode causar um defeito congênito grave chamado microcefalia, que é um sinal de desenvolvimento cerebral incompleto. Os médicos também encontraram outros problemas em gravidezes e em fetos e bebês infectados com o zika vírus antes do nascimento. Se você está grávida e seu parceiro vive ou viajou para uma área com zika, não tenha relações sexuais ou use preservativos da maneira certa e todas às vezes, durante a sua gravidez. 4º Gestantes não devem viajar para áreas com zika. Se você precisar viajar para uma dessas áreas, fale com seu profissional de saúde primeiro, e siga estritamente os passos para prevenir picadas de mosquitos durante sua viagem. 5º Viajantes que retornam infectados com zika podem transmitir o vírus pelas picadas de mosquitos. Durante a primeira semana de infecção, o zika vírus pode ser encontrado no sangue da pessoa e pode passar de uma pessoa infectada a um mosquito através das picadas deste inseto. O mosquito infectado pode transmitir o vírus a outras pessoas. Casais nos quais um parceiro que vive ou viajou para uma área com zika devem tomar medidas de proteção durante a relação sexual. |
SAÚDE DO HOMEM
Competências: conhecer a evolução histórica, política públicas e princípios que regem a assistência à saúde do homem, identificando os diversos níveis de atuação e as alternativas de tratamento. Promover ações que visem à prevenção e controle de doenças e promover orientações sobre os riscos e as medidas geradoras de melhores condições de vida. Pesquisa e contribuição para a transformação da sociedade e, consequentemente, do modelo assistencial de saúde.
PLANO DE AULA
Curso: Curso técnico de nível médio em enfermagem
Autor: Haroldo Ferreira Araujo e Ingridy Tayane Gonçalves Pires Fernandes Unidade: Saúde do homem Aplicada à enfermagem Assunto: Saúde do homem Objetivo Compreender os conceitos, políticas de saúde que foram criadas a fim de integralizar a saúde do homem em nosso país. Compreensão de que a enfermagem faz parte desse processo de saúde, doença e história. Conteúdo programático
Metodologia Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco. Avaliação Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula. Bibliografia 1. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde do homem: princípios e diretrizes. 2008. 3. CARTILHA DE SAÚDE DO HOMEM, Assembleia Legislativa do Estado do Mato Grosso. 4. DA SILVA, Vanessa Abreu; D’ELBOUX, Maria José. Atuação do enfermeiro no manejo da incontinência urinária no idoso: uma revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 46, n. 5, p. 1221-1226, 2012. 5. JULIÃO, Gésica Graziela; WEIGELT, Leni Dias. Atenção à saúde do homem em unidades de estratégia de saúde da família. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 1, n. 2, p. 144-152, 2011. 6. SCHRAIBER, Lilia Blima et al. Necessidades de saúde e masculinidades: atenção primária no cuidado aos homens Health needs and masculinities: primary health care services for men. Cad. Saude Publica, v. 26, n. 5, p. 961-970, 2010. |
AQUECIMENTO
A saúde é um processo dinâmico que sofre impacto direto do meio ambiente, das condições econômicas, da percepção que o indivíduo tem do que seja a saúde. Em saúde é fundamental se pensar em prevenção. Ela facilita a vida dos usuários, inclusive evitando que as unidades hospitalares entrem em colapso devido à grande procura. Mas apesar da ciência desse termo, a sua apropriação pelo brasileiro ainda é restrita e há uma lacuna de investigação do por que ainda é indevida. Isso exige a articulação de todos os setores sociais e econômicos e, desta forma, o direito à saúde não seria o pressuposto que apenas nortearia as políticas setoriais de saúde, mas um elo integrador que teria de permear todas as políticas sociais do Estado, balizadas pela participação, inclusive de políticas econômicas. O homem produz, degrada, polui, extrai, ocupa… Não percebe claramente o que é este fazer; muito menos nas suas consequências. Desde épocas mais remotas passando pela revolução industrial, o homem tem desempenhado atividades que puderam ser absorvidas pelo planeta. De acordo com Moura (2012) homens se envolvem mais em situações de acidentes e violências, levando à morte prematura (causas externas), de modo que não têm como adoecer e morrer de outras causas, como as mulheres. O enfermeiro e a equipe de enfermagem tem um importante papel na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) auxiliando nas ações educativas e de atenção integral à saúde do homem, visando a estimular o autocuidado e, sobretudo, que esta população possa reconhecer que a saúde é um direito social básico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL, 2008). O caminho obrigatório para a preservação – que pode ser da própria espécie humana – passa por rever todas essas falhas e tentar suplantá-las por novo comportamento. Na área da saúde são produzidas grandes descobertas e a cada dia, esperanças são renovadas na espera de uma cura, de uma solução para os problemas do corpo. A área da saúde é fundamentalmente uma área que presta serviços aos seus usuários. Apesar de o Brasil ter assumido o compromisso de garantir a sustentabilidade ambiental, o acesso à água potável e a melhoria das condições de moradia e de saneamento básico ainda necessitam de avanços, principalmente em regiões remotas e em áreas rurais. Tanto os agravos à saúde quanto as enfermidades em si não se relacionam somente às causas biológicas, encontrando-se intersectados por modelos culturais de gênero que esculpem estilos de vida específicos para cada um dos sexos. Assim, em uma sociedade em que poder força e êxito integram o ideal perseguido de uma masculinidade exemplar, os riscos para se atingir tais fins são assumidos pelos homens como um valor, o que pode comprometer sua saúde e daqueles que os rodeiam. A população masculina necessita de um atendimento ancorado na comunicação como aquele que se baseia na conversa e não se reduza ao ato de informar. Trata-se de uma conversa em que tanto o enfermeiro quanto o usuário ora fale, ora escute, a partir de uma compreensão mútua. Vejamos o caso da febre amarela, que acomete principalmente homens, o Ministério da Saúde reconhece a necessidade de fortalecer ações de prevenção e controle, que viabilizem maior integração entre as áreas de vigilância epidemiológica e a rede de assistência à saúde, bem como a realização de ações intersetoriais no enfrentamento destas doenças, visto que o quadro endêmico é mantido por fatores ambientais, como o desmatamento, a ampliação de fronteiras agrícolas, os processos migratórios e as grandes obras de infraestrutura, como rodovias e hidrelétricas. Dentre as doenças emergentes/reemergentes se destacam a AIDS e as hantaviroses (BRASIL, 2010b). Para prevenção e controle desse grupo de doenças na Atenção Básica, a rede assistencial deve incorporar rotinas de orientação quanto ao cuidado dos indivíduos acometidos por essas causas, bem como garantir acesso ao serviço de saúde (BRASIL, 2010). Dentre os problemas relacionados ao aparelho geniturinário em homens, destaca-se o câncer de próstata, que corresponde à segunda causa mais comum de morte por câncer no Brasil, atingindo principalmente homens com 50 ou mais anos de idade (BRASIL, 2010). Conhecer e entender o perfil masculino influenciará na conduta do enfermeiro, visto que poderá possibilitar ações de saúde mais específicas e eficazes. Um importante fator a ser considerado quanto à busca de serviços de saúde pelos homens referindo-se à dificuldade de acesso aos serviços assistenciais, uma vez que esse acesso é limitado por longas filas de espera para agendamento e para atendimento, pela demora no recebimento de resultados de exames, pela delonga para encaminhamento e atendimento nas clínicas de especialidades, somando-se a isso o fato de que suas necessidades muito provavelmente não serão resolvidas no mesmo local e dia, demandando ainda mais tempo, o que acaba comprometendo o desempenho no trabalho (BRASIL, 2009a; GOMES et al., 2007). A enfermagem não vê o usuário (o que ela chama de cliente), como peça anatômica defeituosa precisando de reparos. Ela encara o usuário como um indivíduo, um ser dentro de um contexto físico, químico, psicológico, social, com uma história de vida que direciona o seu potencial de existência e, porque não dizer, seu comportamento. A sociedade necessita encarar seriamente as necessidades prementes de alimentação, educação, moradia, produção de divisas; encarar a pobreza como entrave para a sustentabilidade do planeta e encarar que o ser humano também está padecendo, assim como as florestas, assim como a poluição exponencialmente crescente. “A assistência de enfermagem ao homem deve ser direcionada a encorajá-lo à participação nas atividades, estabelecendo as metas mútuas à aprendizagem e oferecendo informações a fim de que possam entender os efeitos dos problemas de saúde” (LINDEN, 2005).
DINÂMICAS
ESCOLHA CUIDADOSAMENTE SUAS PALAVRAS
Objetivos: expressar os sentimentos e pensamentos através do uso de frases que permitam uma boa comunicação. Nº de Participantes: Não há limites. Material: papel e lápis (ou caneta) para cada participante. Desenvolvimento Os participantes se colocam em duplas e sentados. O facilitador distribui lápis e papel para todos e pede que, individualmente, listem todas as frases que ouvem frequentemente no seu dia a dia e que consideram agressivas, ofensivas ou que causam desconforto. Depois de alguns minutos pede-se a cada dupla que escolha a frase mais forte e que encontrem uma forma clara e gentil de dizer a mesma coisa. Pode-se pedir às duplas que encenem a frase de forma gentil e depois apresente a turma qual era a frase considerada agressiva ou ofensiva. O facilitador pode ao final conduzir uma discussão sobre a forma de se chegar às pessoas, a forma de como se dirigir a cada um, etc. |
DINÂMICA PARA TRABALHAR PRECONCEITO E A EXCLUSÃO
Objetivo: trabalhar temas como preconceito, exclusão social, “Bullyng”(atitudes de chacota, piadinhas e agressões entre os indivíduos, principalmente observada nas escolas e nas relações de trabalho). Reforçar a Autoestima e a percepção de padrões energéticos pessoais. Nº de participantes: até 20 pessoas. Material: etiquetas autocolantes com frases como:
Desenvolvimento O facilitador explica ao grupo que farão uma atividade onde serão coladas etiquetas na testa de cada um e que ninguém pode ver o que está escrito em sua testa, nem os poderá falar o que está escrito na testa dos outros. Posteriormente: Coloque as etiquetas na testa de cada um. Reforçando que não poderão saber o que está escrito e que nem um participante pode contar ao outro o que está escrito. Após todos estarem devidamente “rotulados”, peça para que andem pela sala e interajam uns com os outros de acordo com o que está escrito na testa de cada um. Isto é, se comportando de acordo com o que está escrito na testa de cada um dos participantes. Deixe que interajam por volta de 5 minutos. O facilitador deve observar atentamente as reações e o clima gerado pelo exercício para que tenha subsídios para fomentar a discussão posterior. Após esse período cesse a atividade e peça para que sentem. Mas, não tirem a etiqueta. Vale a norma de não saber o que estava escrito em sua testa nem comentar o que está escrito na testa dos outros participantes. Pergunte a cada participante, individualmente:
Ao término de todos os depoimentos, perguntar:
Nota: o facilitador precisa se preparar para discutir os conceitos de:
Esta dinâmica é uma releitura da Dinâmica – Patinho Feio (ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 3ª edição, Petrópolis, Vozes, 1999) e da Dinâmica – Rótulos de autoria não identificada. https://www.dinamicaspassoapasso.com.br/2011/02/dinamica-para-trabalhar-preconceito-e.html |
TEXTOS PARA REFLEXÃO
SAÚDE DO HOMEM EM DIA
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), a mortalidade entre os homens é maior do que entre mulheres em praticamente todos os ciclos de vida. A cada três mortes de adultos no país atualmente, duas são do sexo masculino. Isso é ainda mais alarmante quando relacionado com os jovens: na faixa etária de 20 a 30 anos, o risco de morte é 80% maior no sexo masculino. Sem dúvida, um dos fatores que contribui para esses números é a maior resistência apresentada pelos homens no momento de procurar cuidados médicos. Essa questão pode até ser considerada cultural, uma vez que eles são educados para demonstrar sempre força e autossuficiência. Preocupado com esse perfil, o Ministério da Saúde desenvolveu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Lançada em agosto de 2009, ela tem o intuito de estimular esses cuidados e funciona como uma resposta a esse problema de saúde pública. Dados divulgados pelo MS mostram que os homens vivem, em média, sete anos menos que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, colesterol e pressão arterial elevada e maior tendência à obesidade. Além disso, utilizam álcool e outras drogas em maior quantidade, estão mais expostos a acidentes de trânsito e trabalho e encontram-se envolvidos na maioria das situações de violência. Por isso, aumentar a procura por acompanhamento médico e estimular a realização de exames periódicos para avaliar o estado de saúde dos homens são fatores que podem contribuir para a diminuição dos níveis de mortalidade entre eles. Isso se torna ainda mais claro quando se evidencia que a maioria dos homens só procura ajuda médica quando já está muito doente, reduzindo as chances de cura. Cuidados importantes A seguir, são apresentados alguns cuidados que podem prevenir futuros problemas e que devem ser estimulados entre os homens brasileiros. Pressão arterial: homens saudáveis, com menos de 50 anos de idade, devem medir a pressão a cada dois anos. Depois disso, o acompanhamento tem de ser no mínimo anual. Em caso de histórico de hipertensão, doenças cardíacas ou renais, derrame, diabetes ou obesidade, essa checagem deve ser ainda mais frequente. Colesterol e triglicérides: homens jovens e sem problemas de saúde devem realizar esses testes a cada cinco anos. Já a partir dos 40 anos de idade, esse intervalo deve ser bastante reduzido, pois o período é considerado crítico entre os médicos. Próstata: o exame ainda encontra grande resistência por parte dos homens. A partir dos 40 anos de idade, deve-se começar a fazer o toque retal e a medição sanguínea do antígeno prostático específico (PSA) periodicamente.Indivíduos da raça negra ou com histórico familiar de problemas na próstata devem antecipar o exame. Oftalmológico: para quem não usa óculos e está com menos de 50 anos de idade, o recomendado é fazer um exame de vista a cada três anos, podendo variar de acordo com a necessidade. Esse intervalo cai para dois anos se a pessoa tiver mais de 50 anos ou usar óculos. Homens que têm diabetes, hipertensão ou histórico familiar de problemas oculares devem fazer o exame anualmente. Odontológico: pelo menos uma vez por ano, deve-se verificar a saúde da boca. Quem fuma precisa ir ao dentista mais vezes. Fonte: Editora médica: Dra. Anna Gabriela Fuks https://www.cientificalab.com.br/clientes/artigo/saude-do-homem-em-dia |
SAÚDE DO HOMEM
Diversos estudos têm demonstrado que os homens morrem mais precocemente que as mulheres e não costumam fazer os exames preventivos. Doenças cardiovasculares e violência urbana (homicídios e acidentes de trânsito) são as principais causas de morte entre os brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. A maneira com que os homens lidam com a saúde no Brasil é uma questão cultural. Há certa resistência em cuidar da saúde de forma preventiva. Isso gera, consequentemente, um gasto maior por parte dos sistemas de saúde e maior sofrimento físico e emocional, tanto para o paciente, quanto para a família. Para prevenir as doenças e ter uma boa saúde é preciso conhecer melhor os fatores de risco e também quais são os exames preventivos que devem ser feitos. Fatores de risco Fatores de risco são condições que predispõem uma pessoa a ter uma chance maior de desenvolver uma doença. Conhecendo os fatores de risco para determinados problemas de saúde é possível modificá-los e prevenir doenças. Existem fatores causados por nós, que são controláveis, por meio da adoção de hábitos e atitudes saudáveis; e outro grupo de fatores não modificáveis como hereditariedade, idade, gênero sexual, entre outros. Fatores de risco controláveis para doenças cardiovasculares Obesidade: manter o peso ideal é fundamental para evitar doenças cardiovasculares. Com metade da população masculina brasileira acima do peso, o risco de infartos e derrames cresce substancialmente. Circunferência abdominal: não é somente o peso extra que aumenta o risco cardiovascular. O acúmulo de gordura na região abdominal depois dos 30 anos é um fator preocupante para doenças cardiovasculares. A medida da circunferência abdominal não deve passar de 94 cm nos homens. Tabagismo: o cigarro pode causar derrame, infarto, câncer de pulmão, entre outras doenças. Se você é fumante, pare agora. Sedentarismo: considerado uma epidemia mundial, a falta de atividade física agrava ou pode causar obesidade, pressão arterial, diabetes. A dica é realizar 30 minutos de exercícios todos os dias. Colesterol alto: o consumo exagerado de alimentos ricos em gordura saturada eleva o colesterol ruim, danificando as artérias. Isso pode causar o entupimento por placas de gordura, gerando infartos ou derrames cerebrais. Pressão arterial: a hipertensão não controlada pode levar ao derrame cerebral e ao infarto. A pressão considerada normal deve estar entre 12 por 8 e 14 por 9. Diabetes: o diabetes tipo 2 é uma doença silenciosa, porém com consequências devastadoras para o organismo. Quando o diabetes não é controlado, prejudica o coração, o cérebro, os rins, a circulação sanguínea e aumenta o risco cardiovascular. Uso de álcool (Alcoolismo): o excesso de álcool também pode causar derrame cerebral, infarto e outros problemas circulatórios, além da cirrose hepática. Câncer de próstata A maioria dos brasileiros desconhece a importância do diagnóstico precoce do câncer da próstata, glândula do aparelho genital masculino, localizada abaixo da bexiga e na frente do reto, responsável pela produção de 30% do líquido seminal (esperma). Esse desconhecimento faz com que cerca de 40% dos casos de câncer sejam diagnosticados em fase avançada, geralmente a partir dos 60 anos, reduzindo as chances de cura. É a segunda causa de mortes por câncer no Brasil. Porém, se detectado no estágio inicial apresenta cura em cerca de 70 a 90% dos casos. O câncer de próstata em 80% dos casos cresce lentamente e não causa nenhum sintoma. Em estágios mais avançados, os tumores na próstata podem causar dificuldade para urinar, sensação de não esvaziar a bexiga e presença de sangue na urina. Fatores de risco: os principais fatores de risco para o câncer de próstata são a idade e o histórico familiar. Portanto, a prevenção é fundamental para o controle da doença. Exames preventivos A prevenção da saúde não está ligada à idade. Pelo contrário, é na infância que se inicia os cuidados preventivos por meio das vacinas, idas ao pediatra, etc. Pais de meninos devem ficar atentos a um problema bastante comum chamado de fimose, que é a dificuldade ou até a impossibilidade de expor a glande (cabeça do pênis). Isso acontece quando o prepúcio, pele que envolve a glande, estreita a passagem. Assim a higiene fica comprometida, além de dificultar o ato sexual em alguns casos. Nos primeiros meses de vida existe uma aderência natural do prepúcio à glande, que normalmente desaparece na maioria dos meninos até os 3 anos de idade. A falta de higiene peniana, inflamações e infecções também contribuem para o problema. Por isso, a melhor prevenção é uma higiene adequada. Se o problema persistir após os 3 anos, o médico pode recomendar uma cirurgia, que deve acontecer entre 7 e 10 anos e, assim, evitar problemas na idade adulta. Outra especialidade médica que deve ser procurada ainda na infância é o oftalmologista para checar se há algum problema de visão. Se não há histórico familiar de doenças, é recomendado começar a fazer alguns exames médicos já a partir dos 20 anos de idade. O check up mais completo é indicado para homens a partir dos 30 e deve ser repetido anualmente. Quais exames devem ser feitos
A partir dos 40 anos, todos os homens devem passar por um urologista para avaliar a saúde da próstata. Em geral, o médico solicita um exame para dosar a enzima PSA, que quando elevada indica alteração na próstata. O toque retal é importante, mas deve ser somado ao PSA e a um ultrassom. Fonte: https://www.sautil.com.br/saude-para-voce/homem/conteudo/saude-do-homem |
ASSISTÊNCIA DOMICILIAR E HOME CARE
Competências: operar na organização, análise e melhoria dos cuidados de saúde em domicílio. Empregar, com a equipe multiprofissional, orientações a familiares sobre rituais de funeral, direitos sociais e responsabilidades com papéis e documentos em situação de óbito. Orientar pacientes e familiares acerca do processo de doença do paciente em final de vida. Planejar os cuidados com base nos objetivos, preferências e escolhas do paciente e sua família. Prestar cuidados ao paciente no pós-morte de forma respeitosa. Traçar plano de cuidados considerando as dimensões física, psicológica, social e espiritual, com vista à melhora da qualidade de vida.
PLANO DE AULA
Curso: Curso técnico de nível médio em enfermagem
Autor: Maria Madalena Salatiel Julio Unidade: Home Care aplicada à enfermagem Assunto: Atendimento domiciliar e home care Objetivo Compreender os conceitos e cuidados direcionados ao paciente em internação hospitalar que migra para cuidado no lar, as ações focadas em prevenção, atendimento em caso de emergências e orientações medicas necessárias. Conteúdo programático
Metodologia Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco. Avaliação Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula. Bibliografia BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução nº 1668 de 7 de maio de 2003. Dispõe sobre normas necessárias a assistência domiciliar de paciente, definido as responsabilidades do médico, hospital, empresas públicas e privadas; e a interface multiprofissional nesse tipo de assistência. BRASIL. Ministério da Saude. Secretaria de Atenção a Saude. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília :Ministério da Saude, 2006. Disponível em: <https://www.telessaudebrasil.org.br/lildbi/docsonline/3/1/013-CAB_19_Envelhecimento_Saude_Pessoa_Idosa.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2016. DAL BEN, L. W. Home care. Médicis, São Paulo, n. 11, p. 14-17, jul./ago. 2001. DUARTE, Y. A. O.; Diogo, M. J. E. Atendimento domiciliar: um enfoque gerontológico. São Paulo: Atheneu, 2000. RICE, R. Prática de enfermagem nos cuidados domiciliários: conceitos e aplicações. Lisboa: Lusociência, 2004. |
AQUECIMENTO
Hoje, fala-se menos em internação hospital e mais em internação domiciliar, desospitalização, assistência domiciliar, médico da família, cuidador domiciliar e agentes comunitários de saúde; etc. O cuidado, o acompanhamento e o atendimento a pacientes crônicos, idosos, tratamentos paliativos e procedimentos de baixa complexidade, tem como proposta a sua realização no domicílio, sendo estes, realizados pelas famílias e acompanhados por equipes técnicas institucionais, como suporte. A orientação para o trabalho com assistência domiciliar é que se deve levar em consideração diferenças culturais, valor e visão de mundo da família, do doente e do cuidador, tendo como objetivo não manter o paciente restrito ao leito, desconsiderando as suas potencialidades de relacionamento cultural e social e, às vezes, até de se autocuidar, mas sim, reinseri-lo ao meio no qual convive. Muito embora na história da humanidade, a família sempre tenha sido a responsável pelo cuidado do seu doente, tanto no hospital como no domicílio, a primeira observação é que na contemporaneidade essa responsabilidade se acentua. No domicílio a família é designada a assumir os cuidado em relação aos custos, que até então não se fazia necessário e eram pouco ou quase nada visualizados. Quando a família não possui condições de gerir o cuidado ao doente, este passa a receber ajuda de outros membros da rede familiar ou de vizinhos, constituindo-se assim redes solidárias de cuidado. Porém, nem sempre esta rede dá conta de cuidar, retornando assim, o cuidado para a família como sua total responsabilidade.
Atualmente, a ênfase dada aos modelos de “tratamento domiciliar” é a abordagem integrada, que inclui médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, entre outros, e se constitui em modelos de equipes que não representam custos adicionais para o hospital, em relação ao modelo tradicional de intervenção.
A assistência domiciliar pode ser oferecida a qualquer idade, porém nem todas as patologias podem ser tratadas em domicílio. Para tanto, é necessário que haja a indicação e a autorização de um médico responsável pelo doente, denominado médico assistente, bem como a família deve estar de acordo e possuir condições, tanto econômicas como sociais para manter e cuidar do doente em casa. O cuidar, analisado de forma ampla, implica um objeto específico, particular, que é o centro dos cuidados e localiza-se especialmente na família, como estrutura privada do cuidar; envolve responder às necessidades particulares, concretas, físicas, espirituais, intelectuais, psíquicas e emocionais de outra pessoa. Em nossa sociedade, onde as estruturas privadas que envolvem cuidados se localizam especialmente na família, profissões que representam este cuidado são muitas vezes interpretadas como um apoio ou um substituto para cuidados que não podem mais ser proporcionados dentro da família. O cuidador é a pessoa que passa a acompanhar o outro, dispõe-se a cuidar, a viver numa relação de convivência e de interação com o outro. Este pode ser encontrado na família ou fora dela, vizinhos, amigos, parentes próximos ou como forma de prestação de serviço. Na assistência domiciliar o cuidador passa a ser o ponto de referência para a família e para a equipe técnica que acompanha o atendimento. Sendo este familiar ou contratado, vai desempenhar a função de atender às necessidades diárias do doente. Cuidar é ter atitude de envolvimento e comprometimento com o outro, consigo mesmo, com a cultura, com o saber, com a natureza e com a própria vida.
A família, nos últimos tempos, tem sido colocada em pauta sobre a sua importância no contexto da vida social e na tomada de decisões, como uma participante da vida diária da sociedade, bem como valorizada e vangloriada cada vez mais no âmbito das propostas de enfrentamento da pobreza e das mazelas das políticas sociais, especialmente das políticas da saúde no âmbito do cuidado com o doente, os idosos e as crianças. A família, mesmo com grandes dificuldades, vêm buscando soluções e modalidades para dar conta de substituir o que antes era oferecido pelo setor público nas áreas da saúde, da educação, do cuidado ao idoso e outras, perfilando-se uma nova articulação de abordagem do espaço familiar, caracterizando o trabalho doméstico não pago como núcleo de espaço de trabalho coletivo familiar. Devemos entender a família não só como unidade de composição de recursos individuais, mas também de acesso individual ao sistema de proteção social, isto é, como facilitadora do indivíduo em busca de sua autonomia e cidadania.
O cuidado realizado somente por uma pessoa da família ou somente por um cuidador contratado provoca neste carga de estresse redobrado, chegando ao limite de suas possibilidades, cujo passo seguinte é administrar a situação, passando a dividir esta responsabilidade com outros membros da família ou de novos cuidadores contratados. Cuidar de um doente em casa tem sido prática recomendável, porém, cuidar de um doente, idoso, incapacitado e dependente durante 24 horas sem pausa é uma tarefa extremamente penosa para uma pessoa sozinha. O desgaste no papel do cuidador representa o peso do cuidado sobre sua saúde física e emocional, e seus efeitos sobre a organização social e familiar do doente. A tarefa de buscar outros cuidadores para auxiliar nas atividades implica o desgaste de definir novas estratégias e procedimentos, tais como: quem escolher, o que ensinar, horário de trabalho, a formalização das relações de trabalho, expectativas e outros. A dinâmica das condições de trabalho e o modo de vida continuam sendo fatores importantes para que se compreenda o processo de cuidado da saúde, adoecimento e morte da população. Uma das premissas do cuidado em assistência domiciliar é ele ser dividido com os membros da família. Não sendo possível, recorre-se a uma rede de apoio para dar sustentabilidade e conforto ao paciente. Isso significa que o cuidado é sempre uma questão de família, ou seja, privado. Alternativas de como desenvolver este cuidar são decididas pelas possibilidades financeiras da família. A família continua sendo uma unidade econômica e prestadora de serviços, e este cuidado tem um custo, principalmente na saúde e na qualidade de vida das pessoas que se voltam para desenvolver o cuidado. O custo do cuidado não é apenas econômico, mas também da saúde da família e do cuidador. Tratando-se de assistência domiciliar, cada sujeito é único, e entendermos a diversidade e conhecermos as necessidades dos que estão sendo cuidados e dos que cuidam é fundamental, pois são formas de fornecer suporte físico e emocional aos cuidadores, dependentes e familiares. A atenção domiciliar é imprescindível para garantir a continuidade do processo de cuidados e dar respostas às múltiplas necessidades sócio-sanitárias que apresentam os pacientes que enfrentam doenças que ameaçam a vida, principalmente em países nos quais há limitações de recursos na saúde e acesso reduzido a cuidados institucionais.
DINÂMICAS
JOGO DAS EMOÇÕES
Objetivo: introduzir o tema da comunicação no atendimento. Material: 2 baralhos. Desenvolvimento Levar os participantes a compreenderem que mesmo à distância é possível acompanhar o atendimento que o funcionário está prestando aos pacientes. Observar a postura e atitude do funcionário diante do paciente, bem como as reações expressas pelo paciente, fornecendo indicativos para avaliar a satisfação do paciente e o grau de interesse e motivação do funcionário em relação ao atendimento. Procedimentos
Regras do jogo
Nota: todos devem representar emoções. Se mais de 50% do grupo errar a emoção apresentada por um participante, este recebe carta, porque provavelmente não soube expressar a emoção adequadamente. Fechamento: O facilitador deve reforçar que a comunicação, seja ela verbal (entonação de voz por exemplo) ou não verbal (movimentos faciais e corporais, gestos, olhares, etc.), é muito importante nas relações com as pessoas. Como estamos nos relacionando o tempo todo com nossos pacientes, devemos utilizar e saber interpretar essas reações. Ao praticar a gerência por circulação (acompanhamento) é possível identificar através da observação da postura do funcionário diante do paciente, bem como através das reações expressadas por eles, obter indicativos para avaliar se o atendimento está adequado ou não, etc. Não é possível acompanhar todos os funcionários individualmente, durante o tempo todo. Porém, pode-se ficar atento ao movimento da loja e avaliar o desempenho dos funcionários e satisfação dos pacientes, através da observação de posturas e atitudes. Ao praticar este tipo de acompanhamento, deve-se ter o cuidado de agir com naturalidade e espontaneidade, a fim de não propiciar um clima de tensão e insegurança por parte dos funcionários. Comentar a importância da comunicação no processo de gerenciamento de pessoas e desenvolver o tema com base no conteúdo da apostila e material de apoio. Fonte: https://www.rhportal.com.br/dinamicas-de-grupo/jogo-das-emoes/ acesso em 12 de dezembro de 2016 ás 15:08h. |
DINÂMICA DA ORDEM
Objetivo: através desta dinâmica, o grupo reflete o porquê cada um reage de uma maneira diferente diante de uma mesma coisa, trabalha também as diferenças individuais, como entender melhor o outro, como trabalhar com essas diferenças de comportamento. Desenvolvimento
Depois que todos terminarem de desenhar, peça para que coloquem o desenho no chão, um ao lado do outro, de forma que o grupo possa visualizar cada um. Depois o facilitador mostra ao grupo, como cada um reage de forma diferente, diante da mesma ordem, pois cada um reage de acordo com suas experiências, e cada um vê o mundo de maneira diferente. Abra para o grupo comentar o que aprendeu com esta dinâmica. Fonte: https://www.rhportal.com.br/dinamicas-de-grupo/dinmica-da-ordem/ |
TEXTOS PARA REFLEXÃO
TENHO DIREITO A HOME CARE? (ATENDIMENTO HOSPITALAR DOMICILIAR)
O consumidor idoso (60 anos ou mais) que necessite de assistência à saúde, incluindo internação, e esteja impossibilitado de se locomover, tem direito ao atendimento domiciliar, inclusive aqueles abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos. O consumidor idoso (60 anos ou mais) que necessite de assistência à saúde, incluindo internação, e esteja impossibilitado de se locomover, tem direito ao atendimento domiciliar, inclusive aqueles abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos. O transporte adequado (ambulância) também deve ser garantido ao consumidor que ficar internado em hospital. Além disso, os idosos contam com a proteção do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03). O Idec entende que todos os demais que tem plano de saúde com assistência hospitalar tem direito à internação em regime de home care, com a cobertura de todos os demais procedimentos assegurados. (inclusive medicamentos). Se a empresa descumprir a determinação e negar a cobertura, estará desrespeitando o CDC (Código de Defesa do Consumidor), em seus artigo 6º. No entanto, a decisão hospitalar ou home care deve ser feita pelo médico, considerando o que for melhor para a saúde do consumidor, independentemente dos custos para a operadora de saúde. |
A DESOSPITALIZAÇÃO DO IDOSO
Nos últimos anos, com o avanço da medicina e áreas afins como a enfermagem, e também com a evolução das técnicas de cuidado em domicílio, muitas famílias e até mesmo os próprios médicos têm apostado em uma melhor recuperação do idoso enfermo fora do ambiente hospitalar de forma segura e eficiente. A retirada do paciente do hospital, um dos serviços prestados pela Cuidar Center Care, é chamada de desospitalização e visa a dar continuidade ao tratamento na sua própria casa, em um local mais aconchegante e amigável, onde ele fica próximo aos familiares e amigos. Importante ressaltar que a desospitalização não significa dar alta precocemente para o paciente, e sim humanizar seu processo de recuperação. Em casa, ele pode receber todo cuidado que necessita de profissionais especializados e com a atenção e apoio da família. Além disso, o atendimento prestado em domicílio equivale ao prestado no hospital, sem os riscos de um ambiente hospitalar. Além de gerar melhores resultados para o paciente e seus familiares, a desospitalização também é vantajosa para o hospital e para a comunidade como um todo. Quando um paciente é desospitalizado, há uma diminuição da permanência dos doentes no ambiente hospitalar e consequente aumento no número de leitos oferecidos aos que estão aguardando uma vaga para internação. Além disso, há uma redução de custos para o hospital sem afetar a saúde do paciente. Fonte: https://cuidarcentercare.com.br/a-desospitalizacao-do-idoso/ |
NO BRASIL, ‘HOME CARE’ É CONFUNDIDO COM SERVIÇO DE CUIDADOR; ENTENDA A DIFERENÇA
Dar banho e comida no paciente não é função de técnicos de enfermagem, mas da família ou cuidadores contratados por ela. Só no Brasil, quase um milhão de pessoas recebem atenção domiciliar por ano. Apesar de o termo “home care” ter se popularizado nos últimos tempos, a prática é muito antiga, anterior à medicina convencional, quando os hospitais eram escassos e o paciente era tratado em casa. Hoje, esse tipo de atenção voltou à tona e é indicado a pacientes que não precisam ser mantidos em ambiente hospitalar. “Há patologias agudas, casos de acidentes e pós-operatórios, por exemplo, em que os pacientes devem ser mantidos nos hospitais. Mas, saindo dessa fase aguda, e se o paciente tem estabilidade clínica, e uma casa onde possa ficar sem riscos, a equipe médica pode indicar a atenção domiciliar”, explica Ari Bolonhezi, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Atenção Domiciliar à Saúde (SINESAD). Com a demanda, hoje já existem cerca de 230 mil profissionais – entre enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos – que atuam no setor. E um dos problemas a serem enfrentados é a confusão entre esse atendimento e o papel de cuidador, como aquele que proporciona higiene ao paciente, banho, alimentação e companhia. Como a linha é tênue, é comum um profissional da saúde receber pedidos – ou até ordens – da família para que, por exemplo, dê banho e sirva comida ao paciente. “A atenção domiciliar não deve ser um serviço de pajem”, alerta Bolonhezi. A diferença é simples: a atenção domiciliar tem a função de administrar medicações que uma pessoa sem formação não poderia fazer (injeções, por exemplo), além de manter o paciente em vida e recuperando-se cada dia mais. Já o papel dos cuidadores é visar pelo bem-estar do paciente, como higiene pessoal – não é papel dos enfermeiros do atendimento domiciliar dar banho em casa em um paciente acamado. A alimentação também é tarefa do cuidador, que deve seguir as ordens da nutricionista. A essa profissional cabe preparar o diário alimentar, mas não cozinhar para o paciente, tampouco dar a comida à beira do leito. Para ilustrar, o médico usa o exemplo de uma paciente que não tem controle de suas necessidades fisiológicas e nem se alimenta sozinho. “Ele precisa de atendimento de enfermagem 24 horas por dia? Muitos dizem que sim, mas a situação dele é similar à de uma criança de seis meses de idade, em que a mãe é perfeitamente capaz de cuidar dela”, detalha Bolonhezi. Para o médico, o suporte social proporcionado pelo cuidador é importante, mas a responsabilidade não cabe ao Ministério da Saúde ou às operadoras de saúde. Tipos de atenção domiciliar A atenção domiciliar é dividida em duas partes e destinada a dois tipos de pacientes: atendimento ambulatorial em casa e internação domiciliar. A internação domiciliar presta serviço a quem precisava estar dentro de um hospital, por depender de alta tecnologia e também alguns serviços repetitivos de alguma área da saúde, mas que já está estável. Assim, leva-se o paciente para casa e monta-se uma estrutura personalizada. “Alguns precisam de equipamentos de sobrevida, por exemplo. A fisioterapia, a nutrição e a psicologia também dão qualidade de vida ao paciente em casa”, detalha Bolonhezi. Já no ambulatório domiciliar o paciente recebe visita de enfermeiros na mesma frequência que recebia no hospital. Se ele precisava do atendimento de enfermagem, fisioterapia e outros cuidados médicos duas vezes ao dia, por exemplo, ele será feito dessa mesma forma no próprio lar. Se os procedimentos que o paciente precisa passar são repetitivos, um enfermeiro estará à disposição 24 horas por dia dentro da casa. |
ADMINISTRAÇÃO APLICADA A ENFERMAGEM
Competências: planejamento e organização de serviços de enfermagem e saúde. Gerência de serviços de enfermagem e saúde. Gestão do trabalho. Planejamento e gestão financeira. Gestão de recursos físicos e materiais. Gestão da informação. Desenvolvimento de políticas e planificação de propostas de atenção à enfermagem. Gestão do processo de cuidar em enfermagem. Elaboração de estratégias de avaliação, controle, auditoria e certificação de serviços de saúde. Garantia fa qualidade da assistência em todos os níveis de atenção à saúde, planejamento, organização, gerenciamento e avaliação do processo de trabalho em enfermagem-saúde, em parceria com outros profissionais da mesma instituição.
PLANO DE AULA
Curso: Curso técnico de nível médio em enfermagem
Autor: Vanda Passos Unidade: Administração Aplicada a enfermagem Assunto: Administração Objetivo Compreender os conceitos de gestão e organização do trabalho em saúde, os cuidados integrados e continuados, avaliação das necessidades e organização das respostas necessárias de acordo com os princípios da gestão da enfermagem. Conteúdo programático
Metodologia Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco. Avaliação Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula. Bibliografia 1. COFEN. Resolução COFEN nº 293/04. São Paulo (SP): Escola de enfermagem da USP; 2010. 2. COFEN. Resolução COFEN nº 293/2004, que fixa e estabelece Parâmetros para o dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas Unidades Assistenciais das instituições de Saúde e Assemelhados: Disponível em: HTTP://site.portalcofen.gov.br/node/4329. 3. GAIDZINSKI, R. R; FUGULIN, F. M. T; CASTILHO, V. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituição de saúde. In: Kurcgant P, coordenadora. Gerenciamento em enfermagem.2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Cap.10, p.121-35. 4. GAIDZINSKI, R. R; apud FUGULIN, F. M. T. Parâmetros oficiais para o dimensionamento de profissionais de enfermagem em situações hospitalares: análise da resolução 5. KURCGANT, P. As teorias de administração e os serviços de enfermagem. Administração de enfermagem. São Paulo: EPU, 1991. 6. MANENTI, S.A. O processo de construção do perfil de competências gerenciais para enfermeiros coordenadores de área hospitalar. Dissertação (mestrado) da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 2008. |
AQUECIMENTO
O ensino da disciplina de Administração em enfermagem experimenta nos dias atuais a possibilidade de implementação de novas tendências teórico-pedagógicas, com alterações nas suas estratégias de ensino capaz de atenderem às necessidades educacionais no âmbito local. Para realizar uma boa administração nos dias de hoje é preciso reconhecer as transformações nos planos econômico, político e tecnológico pelas quais vêm passando as organizações de modo geral, o que não é nada fácil e faz com que no campo da gerência também estejamos vivendo uma crise profunda, que leva a busca de uma mudança de paradigma. Historicamente, o enfermeiro tornou-se um profissional que possui seu foco central de trabalho no cuidado ao paciente, porém, nos dias atuais, vem se firmando como gerente da assistência em decorrência das atividades relacionadas ao bom funcionamento e organização administrativa da unidade. A compreensão de que a assistência e a administração em enfermagem andam de mãos dadas é urgente, pois para que se possa realizar qualquer procedimento em enfermagem é necessário que se pense, se avalie a ação a ser desenvolvida, que sejam providenciados os recursos para a realização da atividade, que o ambiente seja preparado para tal, enfim que os conhecimentos da administração sejam colocados em prática. Além disso, o mercado profissional espera do enfermeiro uma capacidade para trabalhar com conflitos, enfrentar problemas, negociar, dialogar, argumentar, propor e alcançar mudanças, com estratégias que o aproximem da equipe e do cliente, contribuindo para a qualidade do cuidado, ou seja, espera-se do enfermeiro uma capacidade para gerenciar. A função gerencial do enfermeiro é um fato e também recebe as influências de determinantes sócios, políticos, culturais e econômicos, ela não pode ser compreendida como um trabalho isolado, ela é um processo que depende de uma ação cooperativa de um grupo de pessoas, além disso, ela não é neutra, podendo assumir a posição de manutenção, reforma ou transformação. A função do enfermeiro administrativo é o gerenciamento de recursos humanos, ambientais e materiais, além de estabelecer a articulação com a equipe multiprofissional e serviços de apoio. O enfermeiro precisa de uma formação que contribua para o domínio de argumentação e posicionamentos críticos, reflexivos e questionadores, de modo a estabelecer relacionamentos profissionais efetivos com os demais integrantes da equipe de saúde. A formação de recursos humanos para o exercício das atividades administrativas da política de saúde vigente requer a utilização de abordagens pedagógicas emancipatórias. Na enfermagem, nos dias de hoje, falamos em gerência de unidade que consiste na previsão, provisão, manutenção, controle de recursos materiais e humanos para o funcionamento do serviço, e gerência do cuidado que consiste no diagnóstico, planejamento, execução e avaliação da assistência, passando pela delegação das atividades, supervisão e orientação da equipe. Trabalhar verdadeiramente em conjunto com os colegas e ensinar os alunos a trabalhar e aprender em equipes torna-se uma necessidade imperiosa pela evolução do oficio do educador de maneira geral: tornar disponíveis os recursos necessários, preparar a equipe para oferecer uma assistência de qualidade, realizar auditorias com a finalidade de alimentar as ações educativas e a revisão dos processos, controlando a qualidade do cuidado oferecido ao cliente, é uma forma bastante atual de gerenciar o cuidado de enfermagem.
A prática profissional do enfermeiro deve ser pautada na função gerencial centrada na assistência ao paciente, compreendendo-o como indivíduo único, que possui necessidades específicas. Assim, a gerência do cuidado de enfermagem vai além da implementação das ordens médicas e das expectativas da organização hospitalar, uma vez que todo o serviço administrativo é interdependente, resultando em complementaridade e inter-relação. Faz-se necessário que o enfermeiro tenha atitudes que o façam deixar a posição de mero executor de tarefas, ditadas por outros, normas e regras para assumir a autodeterminação do seu fazer, ajustando essa distância entre o gerenciar e o cuidar, transformando-o em Gerência do cuidado. É necessário o estímulo ao trabalho em equipe para desenvolver o trabalho humano que passa a compartilhar talento e conhecimento e que consequentemente favorecerá a mudança do comportamento da organização refletindo na assistência. Na administração em enfermagem, há uma necessidade de inversão da lógica da administração baseada apenas na gerência científica para uma administração pautada numa visão mais sensível, revelando a importância dada pelo enfermeiro ao cuidado global, ou seja, além do cuidado, focado apenas em procedimentos técnicos, buscar olhar o cliente em todo, o seu ser-pessoa, criar um vínculo com o cliente, estabelecer um laço de afeto. A comunicação se faz essencial para o estabelecimento de uma relação entre profissional, cliente e família. Tratando-se do relacionamento enfermeiro-cliente, o processo de comunicação precisa ser eficiente para viabilizar uma assistência humanística e personalizada de acordo com suas necessidades. A enfermagem é responsável pelo cuidado direto ao cliente, em toda sua integralidade, envolvendo dois campos de atividades, os cuidados e procedimentos assistenciais e o da administração da assistência de enfermagem. Ao prestar assistência pode-se não estar cuidando no sentido pleno que envolva responsabilidade, interesse, desvelo e afeto. Assistir não significa cuidar. Então, daí, podemos depreender que gerenciar o cuidado deve envolver algo a mais que apenas gerenciar a assistência. O trabalho em saúde para ser eficaz e resolutivo, dependerá sempre de certo coeficiente de autonomia dos agentes responsáveis pelas ações clínicas, ou seja, para o estabelecimento de uma nova ética a fim de embasar a conduta gerencial desse profissional, para haver mais sincronia com os valores profissionais de modo a relevar as prioridades do cliente, o planejamento é uma ferramenta essencial. A utilização do planejamento para o gerenciamento do cuidado, a partir de experiências práticas, traz para o enfermeiro uma visão mais global do contexto e ao mesmo tempo minuciosa, o que possibilita ações específicas.
DINÂMICAS
O JOGO TEATRAL
(para ser adaptado pelo professor) O teatro pode ser extremamente vantajoso, pois, com a criatividade e a dramatização, os estudantes podem viver a realidade de forma transfigurada, utilizando as técnicas cênicas para a integração à realidade. As encenações ressaltam as diferentes interpretações de um mesmo gesto, um olhar ou uma atitude, conscientizando sobre a importância da relação com o outro e da compreensão dos diferentes pontos de vista existentes na gestão. Para a elaboração do esquete, os alunos foram divididos em dois grupos de seis componentes cada, sendo que o primeiro grupo entrevistou um enfermeiro de um hospital universitário de grande porte da cidade de Belo Horizonte-MG, buscando apreender uma situação de conflito vivenciada por esse profissional. A entrevista com o enfermeiro foi transcrita na íntegra, e, a partir do seu conteúdo, os alunos elaboraram o roteiro de um esquete, tendo em vista a reprodução fiel da situação de conflito descrita. Essa encenação foi filmada para ser utilizada pelo segundo grupo que, de posse da gravação, foi incumbido de analisar a estratégia de resolução do conflito dramatizada pelo primeiro grupo e elaborar outro desfecho, ou seja, os alunos deveriam buscar outras estratégias para lidar com a situação em foco os alunos do grupo 01 fizeram uma adaptação da situação narrada pela enfermeira entrevistada, apresentando pequenas modificações. Na situação real que foi dramatizada, a enfermeira utilizou a estratégia de supressão e um instrumento administrativo – o memorando – para lidar com o conflito vivenciado que estava relacionado ao remanejamento de um técnico de enfermagem para outro setor e o seu descumprimento à essa ordem dada pelo enfermeiro, ocasionando a sua demissão. No esquete apresentado pelo grupo 01, os alunos tiveram, então, a oportunidade de vivenciar de forma simulada uma situação extrema entre a enfermeira e o técnico de enfermagem, ao estabelecerem uma relação conflituosa entre eles, causada por uma ordem que não foi cumprida. Puderam, ainda, experimentar uma gerência centralizada, em que a enfermeira de plantão repassou seus problemas para a Direção de Enfermagem, ao enviar o memorando descrevendo o fato ocorrido. A estratégia utilizada pela enfermeira entrevistada foi de supressão, e os alunos, ao dramatizarem essa estratégia, evidenciaram que, nesse caso, o controle do conflito por parte da enfermeira se deu pelo uso da força, sendo caracterizado principalmente pela situação de ganha/perde. Esta forma de lidar com conflito organizacional é fundamentada em uma relação em que uma das partes, sendo mais forte do que a outra, exerce sua autoridade e poder para eliminar o conflito em questão, favorecendo que o mais forte atinja seus objetivos. A enfermeira protagonista, dramatizada por uma das alunas, por sua vez, atingiu o seu objetivo realizando a demissão do funcionário como uma forma de eliminar o conflito. A utilização do esquete como estratégia de ensino, além de permitir uma análise mais aprofundada da situação de conflito relatada, possibilitou, ainda, aos alunos analisarem e refletirem sobre o modelo de gestão clássico e como suas características interferem no trabalho da enfermagem, dificultando o processo de comunicação e a tomada de decisão. Nesse caso, houve consequências para o trabalhador, que foi demitido, e para a organização do trabalho, pois houve um desfalque no quadro de pessoal da unidade, trazendo, consequentemente, prejuízos para a assistência de enfermagem. Os alunos do grupo 02, ao analisarem a situação dramatizada pelo grupo 01, enfatizaram no esquete o diálogo e a reunião como instrumentos gerenciais. O esquete utilizado como estratégia de ensino possibilitou que os alunos realizassem uma reflexão acerca dos princípios que subsidiam os modelos de gestão mais contemporâneos, em que facilitam a comunicação, a tomada de decisão e evidenciam o trabalhador como sujeito do processo de trabalho. Ressaltam a visão de um trabalhador que procura ter controle sobre suas condutas, conhece seus objetivos e busca enunciar seus projetos e desejos, deixando de agir de forma submissa. Após a dramatização dos dois grupos, as discussões em sala de aula evidenciaram que o processo de ensino-aprendizagem em grupos pequenos pode propiciar aos discentes um exercício para a prática profissional em que “eles aprendem a escutar, dialogar e compartilhar experiências, além de mudanças no seu modo de ser/atuar para realizar um trabalho em grupo/equipe criativo e crítico. Fonte adaptada: https://eean.edu.br/detalhe_artigo.asp?id=829 |
ESTAMOS TODOS NO MESMO SACO
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TEXTOS PARA REFLEXÃO
GERÊNCIA DE UNIDADE DE CUIDADO CRÍTICO
Marcus Teódolo Farias do Nascimento; Marluci Andrade Conceição StippII Desde os tempos idos de Florence Nightingale, a estratégia para assistir o cliente enfermo se baseia na possibilidade de execução do serviço de enfermagem, através dos meios propícios e facilitadores, onde, criar espaços visando a proximidade entre o cliente e sua enfermeira foi, certamente, o primeiro passo para garantir o cuidado de enfermagem, de forma mais apropriada ao cliente. Em função da necessidade de sistematização da assistência de enfermagem no hospital, Florence instituiu medidas administrativas que se desenvolveram com sucesso, configurando-lhe o escol de pioneira da administração hospitalar (TREVISAN, 1998). O desenvolvimento de seu trabalho administrativo também permitiu criar bases para um olhar organizacional ao cuidado, seja no campo educacional ou gerencial. Dessa forma, Florence Nightingale teve, no bojo de suas ações o ambiente fértil para a transformação da prática do cuidado de enfermagem, que do simples fazer passou à ação dirigida e sistematizada. Nesse sentido, há que se considerar que a ciência da administração não é exata, mas baseia-se na aplicabilidade de princípios flexíveis e que atendam a necessidades diferenciadas, numa estrutura organizacional (CHIAVENATO, 2000). Através de sua obra, percebemos claramente a utilização desses princípios norteadores, da sua forma de gerenciar o cuidado de enfermagem. Cabe ressaltar que os princípios fundamentais da administração regem as ações do administrador de uma empresa, não sendo diferente no cenário hospitalar, e devem ser um referencial, considerando a sua flexibilidade, a saber: Princípio da divisão do trabalho e da especialização; Princípio da autoridade e Responsabilidade; Princípio da hierarquia; Princípio da unidade de comando; Princípio da amplitude administrativa e Princípio da administração (CHIAVENATO, 2000). Não podemos esquecer as transformações tecnológicas, com que as ciências foram beneficiadas, tiveram seu impacto sobre a prática profissional da enfermagem. Parte dessas transformações, ocorreram a partir dos esforços de guerra, onde os meios para assistir o doente crítico foram aplicados no seu limite para salvar o indivíduo gravemente ferido. Podemos considerar que a enfermagem moderna teve pelo menos dois marcos importantes como fontes de impulsão para o seu desenvolvimento. O primeiro diz respeito à guerra da Criméia, onde Florence teve seu ensaio científico à exaustão. O segundo momento, não muito distante na nossa história, mas quase cem anos de história de enfermagem moderna, compreende as guerras da Coréia e do Vietnã, que tiveram seu papel importante para o surgimento e consolidação do Cuidado Crítico em Enfermagem. Dentro das várias possibilidades de exercer a prática da enfermagem, o gerenciamento de unidade de cuidado crítico é um fato que possibilita uma assistência humanizada e de qualidade. Onde o intuito é prover de cuidados organizados e sistematizados, em um ambiente satisfatório e propício para a prática da enfermagem. Entendemos que a gerência de enfermagem no cenário crítico é dinâmica e se opera na maximização dos resultados, em que pese o desenvolvimento de um senso crítico estrutural, voltado para uma prática de enfermagem calcada no estímulo ativo fornecido pelo gerente de enfermagem (ERDMANN ; PINHEIRO, 1998). As unidades de cuidado crítico se constituem de características próprias no universo hospitalar, mas compõem a totalidade da empresa em que se desenvolvem seus serviços. Para que as ações de enfermagem se tornem exequíveis não podemos olvidar os recursos empresariais, e que através deles as empresas atingem suas metas (CHIAVENATO, 2000). São eles os recursos materiais, recursos humanos e os recursos administrativos. Os recursos materiais englobam os recursos físicos e, portanto, abrangem a questão tanto do equipamento a ser utilizado, o material a ser consumido, quanto o espaço físico apropriado. Os recursos humanos dizem respeito à execução do trabalho propriamente dito, bem como a relação de desenvolvimento e aprimoramento dos indivíduos frente à empresa e os recursos administrativos tratam do sistema operativo e administrativo da empresa, direção, gerência e supervisão ( CHIAVENATO, 2000). A gerência de unidade de cuidado crítico prima pelo esforço de criar os meios necessários para o desenvolvimento da assistência de enfermagem em pelo menos três níveis, a saber: o enfermeiro chefe de setor ou gerente, o enfermeiro líder de equipe e o técnico/auxiliar de enfermagem. Assim, os recursos humanos são o primeiro foco de atenção do enfermeiro gerente de unidade de cuidado crítico. Contar com uma equipe qualificada é condição vital para a atuação efetiva do trabalho da enfermeira gerente de unidade de cuidado crítico. Portanto, o desenvolvimento de pesquisas e grupos de interesse na área do saber do cuidado crítico aprimoram o lado técnico-científico da enfermagem, refletindo-se na execução do cuidado, e promove o aperfeiçoamento contínuo. Outro aspecto que envolve os recursos humanos diz respeito ao dimensionamento da equipe de enfermagem. O número de enfermeiros e auxiliares de enfermagem deve estar equiparado a determinantes lógicos para uma assistência de qualidade, tendo em mente a relação custos e benefícios. Ao gerenciar a unidade de cuidado crítico, a enfermeira faz uma conexão assistencial entre as equipes de enfermagem, pois está presente de forma contínua durante a rotina dos cuidados, isto é, o momento onde são tomadas as decisões mais importantes na condução do programa de tratamento, seja ele clínico ou cirúrgico. Participar da troca diária dos plantões de enfermagem é uma atividade da maior importância, pois é justamente nesse momento que a enfermeira gerente passará informações necessárias para a manutenção de determinado cuidado de enfermagem ou mesmo a divulgação de novos protocolos assistenciais. Não podemos olvidar que a gerente de enfermagem é a força motriz para o estímulo à prática assistencial de sua equipe, portanto, concessões, benefícios e prêmios por desempenho são uma necessidade de incutir satisfação no funcionário, e prática comum de grandes empresas. O que Chiavenato (2000) chama de fator de motivação, onde o desempenho dos recursos humanos são considerados e relevados em função de sua valorização frente às necessidades envolvidas de cada elemento que compõe a força de trabalho. Dessa forma, escalas de trabalho, de férias, possibilidade de complementação de carga horária e outros aspectos relacionados à rotina de trabalho devem ser exequíveis e, de preferência, ouvindo as necessidades da equipe de enfermagem. Há que se considerar ainda um aspecto fundamental no processo motivacional da equipe de enfermagem, que é a liderança que, segundo Chiavenato (2000), é muito mais do que deliberar ordens e instruções, mas a capacidade de influenciar o comportamento das pessoas. Nesse sentido, deve-se relevar três fatores de liderança: posição hierárquica, competência profissional e personalidade (Op.Cit., 2000) A distribuição dos recursos humanos se desenvolve a partir de critérios estabelecidos pela OMS ( Organização Mundial da Saúde ) de no mínimo um enfermeiro para cada três leitos, mas deve prevalecer a distribuição de pessoal em virtude da qualidade assistencial que se deseja prestar ao cliente ( GOMES, 1988). A qualidade do cuidado é preservada quando se considera também a disponibilização de recursos materiais, adequados à prática assistencial, sejam eles de caráter de consumo ou permanentes. Este é o segundo foco gerencial para a construção da estratégia assistencial adequada. A tecnologia, que favorece uma administração efetiva do cuidado de enfermagem, que bem direcionada pode promover os benefícios esperados na assistência ao cliente. Dispor de tecnologia apropriada permite ao gerente de enfermagem fazer um planejamento adequado das possibilidades assistenciais que possam ocorrer na unidade de cuidado crítico. Para que ocorra a adequação necessária dos insumos materiais, a enfermeira gerente da unidade desenvolve os testes necessários no cotidiano assistencial, contando para isso com o concurso das enfermeiras líderes de equipe. O terceiro foco, que deve preponderar na manutenção do nível de assistência prestada, é a disposição do espaço físico da unidade de cuidado crítico. Deve seguir normas exigidas para a construção de instituições de saúde, respeitando-se as necessidades da equipe de enfermagem, tornando fácil e segura a implementação da assistência e com consequências positivas para o cliente. Para se compreender o ato de gerenciar uma unidade de cuidado crítico, é preciso se apoiar no conceito de sistema que, para Chiavenato (2000 ) e para Silva ( 1994 ), se constituí de um todo composto por seções interligadas e que interagem organicamente para atingir determinado objetivo, e este sistema se encontra interligado por uma rede de comunicações, e se a rede funciona mal as interações tornam-se prejudicadas. Segundo Chiavenato(2000), um sistema se baseia nos seguintes aspectos : • Entradas ou Insumos ( Inputs ) – É o elemento que se incorpora à empresa e tem a finalidade de promover uma ação. Ex: recursos materiais ou informação; • Operações ou Processamento – Cada elemento absorvido pelo sistema será processado da forma adequada para promover o resultado esperado. É a ação que se espera; • Saídas ou Resultados ( outputs ) – É o resultado da ação operada em um sistema, um produto ou um serviço; • Retroação ou Realimentação (feedback) – è a reentrada de recursos que alimentam a continuidade do sistema; Podemos observar as estratégias para a realização do desenvolvimento da atividade de uma unidade de cuidado crítico sob esse mesmo prisma. A unidade só se desenvolve quando recebe os recursos humanos, materiais e administrativos que tenham como fim o pleno desenvolvimento de uma dinâmica assistencial satisfatória para o cliente, profissional e empresa. De todos os aspectos citados, o mais relevante de todos é a forma como direcionar a assistência de enfermagem, ou seja, transformar a prática gerencial numa dinâmica catalizadora de ações humanizadas e voltadas para o ser humano com necessidades específicas, evitando que a maciça presença de equipamentos e processos tecnológicos, tornem o cuidado de enfermagem uma fábrica de montagem e desmontagem. Deve ser imperativo um exercício profissional digno e de qualidade, buscando a qualificação e as estratégias gerenciais adequadas para o pleno desenvolvimento de uma unidade de cuidado crítico. REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração geral. São Paulo: Makron Book, 2000. GOMES, Alice. Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva. São Paulo: EPU, 1988. SILVA, Adelphino Teixeira da. Administração e controle. São Paulo: Atlas, 1994 . TREVISAN, Maria Auxiliadora. Enfermagem hospitalar: administração e burocracia. Brasília: UnB, 1988. ERDMANN, Alacoque Lorenzini ; PINHEIRO Patrícia I. Gonçalves. Gerenciamento do cuidado em enfermagem: questionando estratégias. Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 3, n 1, p 89-96, jan/jun. 1998. Fonte: https://eean.edu.br/detalhe_artigo.asp?id=1145 acesso em 13 de dezembro de 2016 ás 18:45h. |
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