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Módulo 3 – Portal de Saúde Eureka

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PORTAL DE SAÚDE EUREKA

Módulo 3

MANUAL DO EDUCADOR

Ciências biológicas: Citologia, Anatomia, Microbiologia e Parasitologia aplicadas à enfermagem

APRESENTAÇÃO

O ser humano, ao longo do seu desenvolvimento, vai adquirindo formas e expressões de cuidados sofisticadas, o que o distingue dos demais seres, ou seja, o ser humano cuida no sentido mais amplo, sendo e relacionando-se com o outro e com o mundo de forma plena e intensa. A ciência e a tecnologia constituem os meios para a formação de profissionais enfermeiros cuidadores e também pesquisadores, o que contribui para a produção e ampla disseminação do conhecimento. Dessa forma, cuidar é mais que um ato é uma atitude, representa uma atitude de ocupação, de preocupação, de responsabilidade e de envolvimento afetivo com o outro. Compreender o mundo e tentar superar problemas constituem características da espécie humana. A curiosidade e a necessidade são dois grandes móveis, que nos fazem caminhar em busca do conhecimento. A Biologia faz parte do conhecimento e os fenômenos biológicos são objeto de interesse dos indivíduos desde que iniciam sua exploração do mundo. Ao pensarmos no ciclo de vida humano, do nascimento ao envelhecimento e à morte, torna-se imprescindível reconhecer as implicações da ciência e da tecnologia às perspectivas atuais do cuidado à saúde.

Contextualizar o ensino das Ciências Biológicas com as atividades diárias permite retirar o aluno da condição de espectador passivo, permitindo-lhe uma aprendizagem efetiva, que o incentive a buscar recursos no ambiente para melhorar as condições de adaptação. Estas estratégias de aprendizagem fazem com que o aluno associe os conhecimentos obtidos no livro aos das práticas cotidianas e construa, a cada leitura, conhecimentos a partir da interação com o professor.

O ensino traz alguns aspectos que remetem à necessidade de os docentes construírem seus objetos e seus locais de trabalho, como também à importância de estabelecer relações significativas com os alunos. Questões hoje polêmicas como as que dizem respeito ao impacto ambiental – uso de inseticidas na agricultura, erradicação de moléstias, utilização de aditivos, alimentares, desmatamento, biotecnologia e tantas outras – só podem ser julgadas e devidamente encaminhadas se tivermos conhecimento sobre a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, sobre o modo como a natureza se comporta e como a vida se processa.

O docente é um mediador, um organizador do tempo, do espaço, das atividades, dos limites, das dúvidas e das certezas do dia a dia dos educandos em seu processo de aprendizagem, diante disso, é constante a preocupação dos docentes com o contexto do processo de ensino, buscando integrar práticas inovadoras nos ambientes de aprendizagem, na sua dimensão tecnológica, cognitiva e física, proporcionando uma prática educativa, mais reflexiva, mais crítica e mais contextualizada. Ainda que o cuidado humanizado exerça um papel relevante na prática profissional de enfermagem, observa-se o privilégio que é dado aos procedimentos técnicos, criando certos rituais de procedimentos cada vez mais complexos em detrimento da valorização do sujeito na construção de um cuidado integral. Percebemos também uma nova forma de enxergar o aluno não como objeto, mas sim como sujeito do processo, remetendo a uma educação mais crítica, mais participativa e proativa. Daí também a importância das experiências. Um experimento constitui uma técnica de investigação que deve estar acompanhada de questões que permitam a reflexão, posterior análise e organização dos dados obtidos e fornecimento de informações para que o conceito pretendido seja elaborado. Atualmente, existe uma mudança no sentido da avaliação do aluno, remetendo a uma flexibilidade e a uma maturidade intelectual dos docentes, que conseguem perceber o aluno como um sujeito ativo no processo valorizando cada um, evitando rótulos, enquadramentos e resultados.

Quando interagimos com os alunos e identificamos suas dificuldades, podemos incorporar às disciplinas obrigatórias as suas principais solicitações, tanto do ponto de vista do desenvolvimento quanto da avaliação. Quando verificados que na aula expositiva temos o momento certo para incentivar o diálogo, podemos promover a discussão sobre pontos polêmicos do conteúdo e criar uma dinâmica tal que a construção de determinado conceito aconteça de forma segura. Há a necessidade de reflexão pelos pesquisadores docentes acerca da importância do ensino da Biologia na vida dos estudantes, a fim de que sejam capazes de se posicionar diante de assuntos relacionados à saúde, como também de elementos da natureza. Se pretendemos que os alunos construam conceitos, é importante partirmos das interpretações que eles trazem acerca dos fenômenos em estudo. Tal situação nos permite conhecer seus referenciais e organizar as atividades que viabilizem o confronto dessas interpretações com os novos dados obtidos. Também é importante discutir o conhecimento proporcionado pelo avanço da biotecnologia, indo além dos conceitos básicos para entender as novas tecnologias, para discutir os aspectos éticos, morais, sociais, econômicos e ambientais a eles relacionados. É sempre presente a necessidade de se repensar o preparo técnico e científico do enfermeiro. Precisa-se tornar o profissional consciente de que a qualificação é imperiosa para o cotidiano de sua prática.

CITOLOGIA

Competências: compreensão das bases citológica e genética do indivíduo relacionando-os com os diversos tipos de tecidos e órgãos humanos identificando suas estruturas microscópicas. Reconhecer a importância da célula como unidade morfofisiológica da estrutura dos seres vivos. Compreender a importância da divisão celular na reprodução dos seres unicelulares e crescimento dos pluricelulares. Compreender que a Genética oferece recursos para determinar a constituição gênica de cada indivíduo, de seus ancestrais e até avaliar as de seus descendentes, oferecendo, assim, grande contribuição à medicina preventiva.

PLANO DE AULA

Curso: Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem

Autor: Adriana Jaime Sbampato

Unidade: Citologia e Histologia aplicada a enfermagem

Assunto: Biologia Celular

Objetivo

Estudar os problemas celulares em todos os seus níveis, iniciando pela organização molecular, estruturas constituintes celulares, processos fisiológicos, centro de controle e coordenação celular.

Conteúdo programático

  • Bases da Citologia
  • Constituintes celulares
  • Citoplasma
  • Complexo de Golgi
  • Lisossomo
  • Mitocôndria
  • Peroxissomo
  • Divisão celular
  • Bases da Histologia
  • Epitélio Glandular
  • Tecido Conjuntivo
  • Tecido ósseo
  • Tecido nervoso
  • Reserva energética
  • Referências
  • Exercícios com respostas comentadas

Metodologia

Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco.

Avaliação

Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula.

Bibliografia

1. ALBERTS, Bruce; et al. Biologia molecular da célula. Porto Alegre: Artmed, 2010.

2. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. “O uso do doping sanguíneo como recurso ergogênico”. Revista brasileira de medicina do esporte, v. 5, n.5, 1999.

3. BURNS, George W; BOTTINO, Paul J. Genética. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.

4. CORSI; et al. “Embolia gordurosa pós-traumática”. Acta Cirúrgica Brasileira, v. 8, n. 3, 1993.

5. DE ROBERTIS, Eduardo; HIB, Jose. Bases da biologia celular e molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

AQUECIMENTO

A Citologia, ou a Biologia Celular, é uma área de grande relevância na Biologia, pois representa a base da vida e é uma das disciplinas suporte tanto no ensino fundamental e médio quanto no ensino superior. O surgimento da vida é um tema que desperta o interesse e a curiosidade de muitas pessoas e esse ramo da biologia é importante, pois as células são utilizadas para diferenciar o que possui e o que não possui vida. É crescente a necessidade da escola e, consequentemente, do professor oportunizar a discussão destes assuntos cada vez mais presentes no cotidiano das sociedades contemporâneas. É desejável que exploremos a Biologia a partir de assuntos atuais, polêmicos, que motivem os alunos a buscar leis e teorias que respondam suas dúvidas. O principal objeto de estudo da Biologia é a vida em todas as suas manifestações e diversidade, e para compreendê-la, faz-se necessário estudar as interações ambientais e físicas que influenciam um sistema vivo e as interações deste com os demais componentes do meio.

Conceber a célula enquanto unidade estrutural e funcional do organismo e dos seres vivos requer o entendimento de sua dinâmica, requer a compreensão de que o organismo não é apenas um conjunto de células que funcionam isoladamente, requer a compreensão da interação entre as células desse organismo, interação essa que interfere na dinâmica de cada célula em particular e permite que o organismo se mantenha íntegro. Além disso, essa estrutura celular é importante e fundamental para qualquer ser humano. A construção de um conceito implica no confronto das explicações ou hipóteses existentes sobre determinado fenômeno, mediante um problema acerca de tal fenômeno. Requer a compreensão de que a diversidade dos seres vivos espelha a diversidade de manifestações de um mesmo fenômeno – a vida – e que, portanto, algo de comum deve haver entre esses diversos, algo deve constituir a unidade entre eles. A genética vem, ultimamente, ocupando lugar de destaque não apenas em clínicas ou consultórios médicos; a possibilidade de clonar órgãos, por exemplo, desperta a atenção de juristas preocupados com os aspectos legais desses experimentos. Neste cenário, podemos dizer que a Biologia deixou de ser uma ciência puramente acadêmica e passou a atrair o interesse de vários ramos da sociedade. O desenvolvimento, por exemplo, da Genética, da Biologia Molecular, das tecnologias de manipulação do DNA e da clonagem levam à discussão sobre os aspectos éticos envolvidos na utilização e aplicação dos conhecimentos científicos e tecnológicos, apontando para reflexões e tomadas de decisões perante a intervenção humana no mundo contemporâneo. A experimentação desperta um forte interesse entre os estudantes, o que lhes fez atribuir a essa estratégia metodológica um caráter motivador, lúdico e essencialmente vinculado aos sentidos. Para uma adequada integração de aspectos históricos aos conteúdos escolares, é necessário uma ruptura com a estrutura estática presente na maioria dos livros didáticos, além de estimular os alunos a estabelecerem relações entre diversas temáticas, como, por exemplo, botânica, citologia e microscopia, normalmente expostas de forma fragmentada. A cada dia a genética é enriquecida por novas descobertas e as técnicas de engenharia genética apresentam um campo promissor de pesquisas. Além de estudos com plantas e animais, reina hoje uma intensa atividade na área da transferência de genes para o homem: a terapia gênica e diversas tecnologias que têm, em comum, um novo conceito terapêutico, ou seja, a introdução de material genético para atuar na causa fundamental da doença, o gene. Embora esta seja a possibilidade teórica mais promissora para o tratamento das doenças genéticas, muitas dificuldades técnicas ainda deverão ser superadas antes que a transferência de genes para células somáticas humanas, com fins terapêuticos, torne-se uma rotina. Temas como estes são propícios de serem tratados no ensino de biologia e podem subsidiar a prática pedagógica, apontando a necessidade de se abordar temas polêmicos de forma crítica. É preciso promover espaços de reflexão para que o aluno possa compreender o contexto em que determinado conhecimento foi produzido, que este não resultou apenas de construções elaboradas por mentes brilhantes ou deva ser considerado inquestionável. É extremamente necessário que o ensino de Biologia favoreça a contraposição entre a lógica da ciência e a lógica do aluno, fornecendo subsídios para o questionamento, para a dúvida e para a crítica. Faz-se necessário que o professor disponha de diversos instrumentos para que as aulas sejam mais interessantes e menos monótonas, promovendo discussões nas quais ouça o ponto de vista de cada aluno e não somente exponha o seu como uma verdade absoluta, fazendo com que possam relacionar isso ao seu dia a dia, aos benefícios e prejuízos que podem trazer, bem como analisar criticamente e opinar sobre questões polêmicas de uma maneira coerente. É importante o estudo da Biologia celular para se reconhecer a especificidade da vida humana e entender as formas de relação do homem com a natureza. A biologia auxilia o desenvolvimento do pensamento que se reflete na ação diante do posicionamento do indivíduo perante as transformações do mundo.

DINÂMICAS

JOGOS

As dinâmicas serão desenvolvidas com jogos produzidos pelos alunos:

Quebra cabeça

Materiais: 2 imagens grandes de duas células, uma animal e outra vegetal, papelão e cola branca.
Desenvolvimento: as imagens devem ser coladas em papelão, e depois cortadas no formato de peças de quebra cabeça.

Jogo da memória

Materiais: duplicatas de figuras, que mostrem organelas e estruturas das células, e os nomes ou funções. Madeira em MDF, cola branca, tinta PVC.
Desenvolvimento: fixe com cola os pares na madeira MDF com as figuras e os nomes ou funções das estruturas e organelas das células.

Dominó:

Materiais: tinta PVC; madeira MDF; cola branca; 7 conjuntos de 7 imagens referentes a estruturas celulares.
Desenvolvimento: faça peças no estilo do modelo tradicional do dominó, entretanto, substitua os números por imagens referentes a célula e as suas estruturas e organelas.

Baralho

Materiais: papel 40 Kg; cola branca; figuras, nomes e funções referentes a cada estrutura celular.
Desenvolvimento: o objetivo do jogo de baralho é formar trincas (imagem, função e nome) vencendo quem formar um jogo de três trincas.

Aplicação da metodologia em sala de aula

Depois da confecção os grupos trocam os jogos entre si, oferecendo a oportunidade de cada educando conhecer e participar de todos os jogos, dessa forma, pode-se compartilhar o aprendizado durante a produção de cada jogo, aumentando a interatividade em sala de aula.

Fonte Adaptada: https://www.ufpe.br/pibid/images/EXPOPIBID_2014/Biologia-CAV/ATIVIDADES_L%C3%9ADICAS_NO_ENSINO_DA_CITOLOGIA.pdf

 

BINGO DAS ERVILHAS

O bingo é composto de duas cartelas principais com todos os Genótipos e Fenótipos, sendo uma para a primeira lei de Mendel.

Estas cartelas deverão ficar com o professor ou quem for aplicar o jogo, para que coloque os 24 Genótipos sorteados para a primeira lei.

Na primeira lei, as cartelas têm os quadros com dois fenótipos e cada característica cruzada é representadas.

Como jogar: cada uma das leis de Mendel deve ser trabalhada separadamente no jogo. O professor deverá recortar os Genótipos e colocá-los dentro de um saco ou envelope (um para cada lei), para que sejam retirados e anunciados. Cada jogador deverá receber uma cartela. O professor retira a ficha contendo o Genótipo respectivo ao bingo que ele for aplicar.

Caberá ao jogador fazer o cruzamento e marcar na sua cartela aqueles fenótipos com as figuras coloridas. O Primeiro jogador que preencher a cartela pronuncia “Mendel”; o professor neste instante deverá interromper o bingo para fazer a conferência e anunciar se de fato o jogador ganhou o jogo de bingo. Caso o jogador não tenha ganhado, o professor dará sequência ao jogo e poderá pedir ao jogador que blefou para pagar uma prenda ou responder a uma questão de genética para que volte ao jogo. Sugere-se ao professor a entrega de brindes para os ganhadores, para que a cada rodada os jogadores tenham mais expectativa. Para uma maior durabilidade do material e reutilizações do bingo, recomenda-se que o material (especialmente as cartelas) seja plastificado.

Sugestões para uso em sala de aula

Para o professor aplicar este jogo em sala de aula, primeiramente deve haver uma explicação sobre o conteúdo a ser trabalhado. O Bingo das Ervilhas tem um papel importante no que se refere a uma aula expositiva prática que facilita a memorização do aluno, bem como o raciocínio rápido que eles farão dos cruzamentos. É um jogo bem simples e de baixo custo.

Fonte: https://jucienebertoldo.files.wordpress.com/2015/08/como-jogar.pdf

TEXTOS PARA REFLEXÃO

CITOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR – PRINCÍPIOS BÁSICOS

A biologia celular ou citologia é uma importante área da ciência que estuda as estruturas celulares e suas funções no organismo, sejam dos animais ou dos seres humanos. Essa ciência teve um grande avanço com a descoberta do microscópio óptico em 1590 por Hans Janssen e sua posterior utilização para observar estruturas celulares microscópicas por Antonie Van Leeuwenhoek. A citologia estuda os componentes da célula e suas funções dentro desse microrganismo, entre as estruturas celulares mais comuns das células podemos citar a membrana citoplasmática, as mitocôndrias, o complexo de Golgi, retículo endoplasmático, lisossomos, o núcleo, entre outros. Vale ressaltar que algumas estruturas celulares existem apenas em determinados tipos de células como, por exemplo, os cloroplastos, predominantes em células vegetais.

Importância
A importância da citologia baseia-se no conhecimento das diversas estruturas celulares existentes, bem como a interação entre elas, isso inclui o mapeamento das funções das células do corpo humano e de microrganismos que podem ou não serem patógenos. Esse conhecimento permite criar medicamentos que estimulem determinadas funções celulares de combate a esses invasores. A citologia também assume importância na medida em que as técnicas de engenharia genética se desenvolvem, permitindo a criação de novos medicamentos, tratamento de doenças congênitas, melhoramento genético de animais e plantas, e um mapeamento mais preciso sobre as tendências patológicas de acordo com o desenvolvimento celular.

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/48958/citologia-e-biologia-celular-principios-basicos

 

 

BIOLOGIA CELULAR

Biologia Celular é um campo científico que estuda as células. É também chamado de Citologia ou Histologia e tem como propósito analisar como funciona uma célula, suas organelas (espécie de órgão das células) e as relações entre tecidos, órgãos e seres vivos que as células possibilitam. Seu início aconteceu com a invenção do microscópio, isso porque, a partir daí, foi possível o estudo das células e, posteriormente, das organelas. Mais tarde os microscópios foram se aperfeiçoando e viraram microscópios eletrônicos. Então, com a imagem mais ampliada, as estruturas celulares de células animais, vegetais e de vírus puderam ser mais analisadas.

Existem as células animais e as células vegetais. As diferenças entre as duas são bastante acentuadas. Mas também existem semelhanças. Algumas diferenças vistas são, por exemplo, a forma rígida da parede celular da célula vegetal, em comparação com a membrana plasmática. Apesar de a célula vegetal ter essa parede semirrígida, a membrana tem menos rigidez. As duas fazem a mesma função: a proteção da célula e o controle do que entra e sai dela. Muitas outras organelas das duas células se parecem e outras divergem, é comum ver semelhanças e diferenças em ambas.

As células são as menores partes vivas presentes no nosso corpo. É a unidade responsável por formar todo o corpo humano, sendo que seu bom funcionamento significa o correto funcionamento do corpo. Existem vários tipos de células dentro do corpo humano, por exemplo. Essa variedade se explica pelo fato das células serem parte de diferentes sistemas e funções no nosso funcionamento. Existem células para o sistema digestivo, para o nervoso e para outros sistemas. Isso não impede que, entre as células, existam algumas características semelhantes em todas; a presença de núcleo é um exemplo disso. Seu pequeno tamanho não é proporcional a sua importância para qualquer ser vivo. São aproximadamente 10 trilhões de células no corpo humano. Sendo que todas as células têm sua devida importância para o bom funcionamento do corpo, mas as células do sistema nervoso, chamadas de neurônios, tem uma destacada função. Ela transmite impulsos elétricos do cérebro para o corpo. Sem elas, um comando do cérebro não chega ao destino desejado, e assim não é executado.

A Biologia Celular estuda todas essas ações, as potencialidades das células suas funções e sua importância. Esse conhecimento traz mais informações para tratar problemas degenerativos, problemas em que células de algum tecido, ou do corpo todo, morrem e não nascem outras em seu lugar no mesmo ritmo. Tais problemas degenerativos são graves e podem levar à morte.

Fonte: https://biologia-molecular.info/biologia-celular.html

ANATOMIA

Competências: habilitar o enfermeiro a compreender a anatomia do paciente, planos corporais, fatores de variação, bem como realizar o estudo teórico e prático dos sistemas orgânicos, relacionando com as principais patologias desses sistemas. Quantificar dados que demonstrem a percepção do enfermeiro sobre a importância da anatomia para saúde em bem estar dos indivíduos.

PLANO DE AULA

Curso: Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem

Autor: Adriana Jaime Sbampato

Unidade: Anatomia e fisiologia aplicada à enfermagem

Assunto: Anatomofisiologia

Objetivo

Compreender os conceitos e as estruturas que não necessitam de equipamentos especiais para serem vistas: os órgãos e os sistemas.

Conteúdo programático

  • Histórico da Anatomia
  • Fundamentos da Anatomia
  • Histórico da Fisiologia
  • Fundamentos da Fisiologia
  • Sistema Locomotor
  • Sistema Nervoso
  • Sistema Endócrino
  • Sistema Cardiovascular
  • Sistema Respiratório
  • Sistema Digestório
  • Sistema Urinário
  • Referências
  • Exercícios com respostas comentadas

Metodologia

Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco.

Avaliação

Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula.

Bibliografia

1. COSTANZO, Linda S. e Esbérard, Charles Alfred. Fisiologia. Rio de Janeiro, Guranabara Koogan,1999.

2. D’ANGELO, José Geraldo e FATTINI, Carlos Américo. Anatomia Humana Sistêmica e segmentae – 3ª edição – São Paulo: Atheneu, 2006.

3. DRAKE, Richard L. VOGL, Wagner e MITCHEL, Adam W. M. Gray. Anatomia Clínica para estudantes – Rio de janeiro – Elsevier, 2005.

AQUECIMENTO

A Anatomia Humana estuda a forma e a estrutura do corpo humano, enquanto a Fisiologia Humana trata do funcionamento de suas diferentes partes. Nosso corpo é uma complexa e extraordinária máquina na qual, a cada segundo, ocorrem inúmeros processos que nem ao menos imaginamos. Conhecendo a biologia do corpo humano, pode contribuir para a formação da integridade pessoal e da autoestima, da postura de respeito a si próprio e aos outros, para o entendimento da saúde como um valor pessoal e social e para a compreensão da sexualidade humana sem preconceitos (PCN, 1996).

Os conhecimentos anatômicos são imprescindíveis para o profissional da área de saúde, o qual irá lidar, por toda a sua vida profissional, com o corpo humano. A anatomia, estudo da estrutura do corpo, é uma das ciências médicas básicas mais antigas. É a base para o entendimento de outras disciplinas fundamentais, como a Fisiologia, a Patologia e a Clínica, por exemplo. Seu estudo é imprescindível para que se compreenda o funcionamento do corpo humano, não apenas por parte de profissionais da área de saúde ou biológicas, mas pela população em geral. Idosos, jovens, adultos e crianças precisam conhecer seus corpos, saber como funcionam, entender seus esquemas corporais e, dessa forma, perceber as diferentes belezas que constituem as variações anatômicas de idade, sexo, raça, biotipo e evolução corporal de todo ser vivo.

Para conhecer as condições do paciente (avaliação), detectar suas necessidades (diagnóstico) e prescrever a assistência de enfermagem (intervenção), é necessário que o enfermeiro, além de se basear na observação sistematizada, examine o paciente de maneira completa, utilizando seus conhecimentos de anatomia, fisiologia, fisiopatologia, patologia clínica, psicologia, enfermagem, propedêutica e de exames complementares (ECG, radiológico, laboratorial, etc.). Pesquisas apontam que apesar dos avanços técnico-científicos da enfermagem e da exigência legal do exercício profissional, onde se espera que o enfermeiro avalie o paciente em todos os aspectos físicos, os docentes ainda ensinam e realizam com maior frequência e suficiência as habilidades que utilizam os instrumentos: inspeção e palpação. Fica evidente a necessidade dos docentes e enfermeiros assistenciais em aprimorarem seus conhecimentos e habilidades, melhorar os seus conhecimentos e habilidades; criar uma disciplina específica para o seu ensino e aumentar a sua carga horária.

O uso de tecnologias em laboratório surge não para substituir o cadáver, mas complementá-lo, torná-lo mais claro, mais lúdico e mais interessante. Cabe ao educador repensar continuamente a sua postura; se for preciso, romper barreiras e paradigmas convencionais, rever novos métodos e técnicas de ensino, refletir quanto à fundamentação da estratégia de ensino utilizada, os fatores que intervêm em sua aplicação, e buscar desafios que revelem a verdadeira identidade da educação. Vídeos, programas de computador, salas em três dimensões (3D) e exames modernos de imagem têm invadido o ensino prático da Anatomia, aprimorando o aprendizado dos estudantes. É importante utilizar estratégias de ensino “inovadoras” que estimulem o estudante na aquisição e apreensão dos conhecimentos, de forma ativa, participativa, crítica e criativa.

Na aprendizagem ativa, o papel do professor não é entregar o conhecimento, mas ajudar os alunos a pensarem e a encontrarem suas próprias respostas. No ensino da anatomia humana, a visualização é de fundamental importância. A maioria das metodologias de ensino utilizadas nessa área explora, principalmente, o uso de multimídia, com imagens estáticas, gráficas ou vídeos. Os laboratórios contemporâneos são espaços modernos destinados à difusão e popularização do conhecimento. Cada vez mais estes espaços se tornam lúdicos, interativos e exploram tópicos atuais de forma interdisciplinar. O professor deve saber que a curiosidade é o ponto inicial para uma discussão de técnicas, de materiais e de métodos, tornando a aula dinâmica, pois é essa curiosidade que permite o questionamento, o conhecimento e a atuação.

DINÂMICAS

GINCANA DO CORPO HUMANO

Objetivo: auxiliar na fixação de nomes de órgãos pertencentes a diferentes sistemas do corpo humano.

Desenvolvimento

A sala pode ser dividida em dois grupos e os alunos devem responder a qual sistema determinado órgão pertence. Por exemplo, o coração participa de qual sistema? Sistema circulatório. Se um grupo errar, passa a vez de responder para o outro grupo e assim por diante, até finalizarem os nomes estudados.

Fonte:

https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/anatomia-humanasugestao-aula.htm

 

A IMPORTÂNCIA DA MASTIGAÇÃO

Objetivo: a importância da mastigação no processo digestório.

Materiais: 2 copos de vidro de 350 ml; 200 ml de água em cada um; 2 comprimidos efervescentes.

Desenvolvimento

Triture um dos comprimidos sobre uma folha de papel. O segundo comprimido deixe inteiro. Coloque simultaneamente o tablete inteiro em um copo com água e o triturado no outro.

Conclusão: o triturado se dissolve bem mais rápido. Essa é uma das características da digestão: quanto menores os pedaços de alimento, mais rapidamente os nutrientes presentes nele são absorvidos pelo organismo.

Fonte: https://biblioteca.unilasalle.edu.br/docs_online/tcc/graduacao/ciencias_biologicas_licenciatura/Para%20catalogar/2008-2/LIC%201.pdf

TEXTOS PARA REFLEXÃO

 

POR QUE NÃO EXISTEM OLHOS DE OUTRAS CORES, ALÉM DOS CLÁSSICOS AZUL, CASTANHO E VERDE?

Franklin D. Rumjanek departamento de bioquímica médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Basicamente as cores que observamos nos olhos humanos são aquelas resultantes da proporção do pigmento melanina na íris. Assim, há casos nos quais a cor está bem definida, como, por exemplo, olhos castanhos, azuis e verdes. Essas situações representam proporções definidas de melanina. Mas há também cores intermediárias que refletem uma série de matizes derivados dessas cores, como, por exemplo, olhos cinzentos, violetas, castanhos claros etc. Há ainda a ausência de pigmento, característica de albinos, o que gera uma cor avermelhada, resultante da visualização dos vasos sanguíneos. Inicialmente, julgava-se que a cor dos olhos era determinada por apenas um par de genes. Algumas situações de herança de cor dos olhos podiam ser explicadas a partir da genética mendeliana clássica, assumindo que só estava em jogo um par de genes e que a cor marrom era dominante sobre a azul e a verde. No entanto, logo ficou claro que era necessário postular a participação de mais genes. Isso se confirmou e hoje sabemos que existem pelo menos três genes que controlam a cor da íris. Esses genes localizam-se nos cromossomos 15 e 19. Naturalmente, o estudo da herança com três pares de genes, levando em conta ainda dominância e recessividade, passa a ser muito mais complexo do que a herança monogênica. Apesar de sabermos que três pares de genes controlam a cor, existem situações em que não é possível explicar, por exemplo, como um casal de olhos azuis gera uma criança com olhos castanhos (excetuando-se, é claro, casos de infidelidade). Assim, é inteiramente provável que mais genes controladores da cor dos olhos sejam descobertos em breve. Finalmente, não observamos todas as cores do arco-íris nos olhos porque as várias proporções de melanina somente conseguem cobrir uma faixa do espectro da luz visível.

Fonte: https://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/expensbio.pdf

 

ERGONOMIA E AS ATIVIDADES OCUPACIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

Neusa Maria Costa Alexandre

Introdução

A questão dos efeitos da ocupação sobre a saúde de trabalhadores tem mobilizado pesquisadores e organizações preocupados com questões relativas à saúde e trabalho. Cada vez mais se procura estudar como a ocupação pode comportar-se como importante determinante na produção de certas doenças. Nestas circunstâncias, as lesões do sistema musculoesquelético têm despertado a atenção de pesquisadores do mundo inteiro, visto que são uma das mais importantes causas de morbidade e de incapacidade de adultos, e também pelos custos econômicos que acarretam.

A elucidação de fatores que causam lesões no sistema osteomuscular tem sido objeto de numerosos trabalhos que atualmente se voltam para aspectos amplos como fatores psicológicos, condições socioeconômicas, defeitos posturais e estilo de vida. Especificamente em relação às atividades profissionais, sabe-se que esse sistema pode ser agredido por fatores relacionados ao levantamento e transporte de cargas, às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho, entre outros. Determinadas posturas e movimentações adotadas por um trabalhador repetidamente, durante anos, podem afetar a sua musculatura e a sua constituição óssea articular, principalmente a da coluna e dos membros, resultando, em curto prazo, em dores que se prolongam além do horário de trabalho. Em longo prazo podem resultar em lesões permanentes e deformidades. Entre essas afecções estão incluídas as enfermidades da coluna vertebral sendo que as dores e queixas crônicas relacionadas com a coluna vertebral constituem um complexo desafio para a saúde ocupacional.

É importante ressaltar que o desenvolvimento de problemas na coluna vertebral é mais comum em determinadas ocupações, estando associado especialmente a fatores ergonômicos e traumáticos. Organizações internacionais e grupos de pesquisa destacam o pessoal de enfermagem como um grupo de risco em relação ao desenvolvimento de problemas dorsais e sugerem a utilização da ergonomia como estratégia fundamental de prevenção. A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seu ambiente de trabalho. Neste sentido, o termo ambiente abrange não apenas o meio propriamente dito em que o homem trabalha, mas também os instrumentos, os métodos e a organização deste trabalho. Em relação a tudo isto está ainda à natureza do próprio homem, o que inclui suas habilidades e capacidades psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas.

O objetivo fundamental da ergonomia é contribuir para a satisfação das necessidades humanas no ambiente de trabalho, incluindo a promoção de saúde e de bem-estar. Então, um dos pontos básicos para atingir este objetivo é a realização de uma análise cuidadosa do trabalho, voltada para a identificação dos fatores de incompatibilidade no contexto de trabalho e suas consequências para o indivíduo. Ao analisar de forma crítica e metodológica as situações de trabalho, a ergonomia visa a reorganizá-las de modo que se possa eliminar fontes de prejuízo, ou seja, eliminar aqueles elementos agressores que podem levar à perda parcial ou total de qualquer função vital, em curto, médio ou longo prazo. Nessa linha de pensamento, encontram-se hoje publicações voltadas para os problemas ergonômicos específicos de trabalhadores da enfermagem. Assim, chegou-se à conclusão de que é fundamental o conhecimento, pelo pessoal de enfermagem, deste risco ocupacional e de alguns fatores relacionados com o aparecimento destas lesões, no contexto de trabalho da realidade brasileira. Acredita-se também que é urgente o estabelecimento de estratégias sistematizadas de prevenção, dentro de uma estrutura ergonômica.

Esse trabalho procura, então, discutir determinadas situações ergonômicas do trabalho que podem lesar a coluna vertebral, relacionando-as com as atividades de trabalho da equipe de enfermagem.

CONDIÇÕES QUE CAUSAM PROBLEMAS NO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICOS DAS COSTAS E AS ATIVIDADES OCUPACIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

Para muitos autores, os trabalhadores de enfermagem são especialmente suscetíveis a lesões nas costas pelo fato de terem que movimentar e transportar pacientes regularmente. Cato et al. afirmaram que maioria dos episódios de lombalgia entre a equipe de enfermagem ocorre durante a movimentação de pacientes.

Contudo, Harber et al. ao investigarem fatores pessoais e de trabalho associados com a ocorrência de dores nas costas entre enfermeiras de hospitais, verificaram que as atividades que não envolvem o contato direto com pacientes podem ser as principais colaboradoras no desenvolvimento deste problema. Os autores também citaram que estas outras atividades ocupacionais são frequentemente ignoradas em pesquisas e em programas de treinamento.

Dessa forma, os questionamentos voltam-se para aspectos mais amplos, relacionados com o paciente, ambiente e organização do trabalho.

Para uma equipe de pesquisadores da Inglaterra, os problemas na coluna vertebral entre profissionais de enfermagem são causados por eventos cumulativos, incluindo o manuseio de pacientes. É importante salientar que estudos epidemiológicos gerais e estudiosos da coluna, têm relacionados os problemas da coluna vertebral com uma variedade de fatores ocupacionais, sendo que os mais citados são: trabalho físico pesado; levantamento e transporte manual de cargas; trabalho estático; atividades que exigem movimentos de flexão e rotação da coluna vertebral, entre outros. Algumas considerações sobre algumas dessas condições serão apresentadas a seguir, procurando relacioná-las com as atividades ocupacionais da equipe de enfermagem.

Levantamento de peso excessivo

Autores e instituições internacionais têm estado preocupados em avaliar a capacidade humana máxima para levantar e transportar cargas. Em cada país existem, inclusive, leis específicas sobre o assunto.

No Brasil, o dispositivo que rege essa matéria é a norma regulamentadora nº 17, que trata da Ergonomia do Ministério do Trabalho (Portaria nº 3.751, de 23/11/91).

A problemática da capacidade das mulheres também tem sido objeto de estudos. A Organización Internacional del trabajo recomenda que se limite o emprego de mulheres no transporte de cargas.

A idade é outro fator que é levado em conta quando se discute o levantamento de cargas. Finocchiaro et al. relataram que os discos intervertebrais suportam pressões diferentes em função da faixa etária, acrescentando que há um decréscimo na resistência destes discos com o envelhecimento.

É importante lembrar que entre cada corpo vertebral encontra-se uma estrutura excepcionalmente importante da coluna denominada disco intervertebral. Os discos intervertebrais são compostos de uma massa gelatinosa localizada centralmente, o núcleo pulposo, que é rodeado por uma camada densa e resistente de fibrocartilagem, o anel fibroso, cujas fibras orientadas obliquamente previnem um deslocamento excessivo em qualquer direção. Esses discos são encarregados de amortecer cargas e pressões ao longo da coluna vertebral, ao mesmo tempo em que permitem o movimento entre as vértebras. Segundo Finocchiaro et al. , o disco é um sistema hidráulico completo que absorve choques, permite uma compressão transitória e, devido ao deslocamento cio líquido dentro do continente elástico, permite o movimento. Para explicar porque o disco intervertebral é uma estrutura propensa a uma degeneração precoce, Cailliet fez as seguintes ponderações: a vascularização do disco desaparece após a segunda década. Na terceira década, o disco agora não vascularizado, é nutrido pela difusão de linfa através das placas terminais das vértebras em virtude das características físico-químicas de absorção do gel coloidal do núcleo. No processo de envelhecimento, o núcleo perde sua capacidade de fixar água, com uma perda adicional das propriedades de osmose e absorção. Além da idade e sexo, atualmente sabe-se da existência de muitos outros fatores que devem ser considerados ao se desenvolverem critérios para determinar quais pesos máximos podem ser manipulados. Os mais citados são: localização e altura da carga em relação ao corpo; dimensões e formato da carga; frequência e duração da tarefa; biotipologia e capacidade das pessoas envolvidas, assim como a postura corporal adotada durante os movimentos. Pesquisadores têm utilizado as seguintes abordagens, para avaliar os riscos de problemas nas costas, quando cargas são levantadas: medida da pressão no disco intervertebral; modelos biomecânicos que determinam as forças na coluna lombar e a medida da pressão intra-abdominal. Desta forma, existem inúmeros trabalhos ergonômicos que procuram isolar cada uma das condições consideradas relevantes, utilizando-se de uma destas abordagens ou de medidas fisiológicas. Todos esses estudos são voltados para trabalhadores de indústrias e existem poucas pesquisas que procuram utilizar destas novas abordagens ergonômicas na questão da movimentação e transporte de pacientes. Inúmeros pesquisadores já têm demonstrado uma associação entre os problemas na coluna vertebral com a movimentação de pacientes acamados e com o excesso de esforço físico ao transportá-los. Já se sabe inclusive que durante a realização desses procedimentos, o peso levantado por funcionários de enfermagem igualam-se ou mesmo excedem as recomendações. Além disso, são realizados sob condições desfavoráveis, com uma equipe insuficiente e com equipamentos inadequados e sem manutenção.

Para avaliar a manipulação de um paciente, além de todas as variáveis já citadas, deve-se pensar em fatores como disponibilidade de auxílios mecânicos; tipos de transportes; equipamentos utilizados; espaço físico disponível; e, finalmente, não se pode esquecer da segurança e conforto do próprio paciente. Para finalizar, é importante ressaltar que o pessoal de enfermagem provavelmente está levantando cargas excessivas tanto ao movimentar e transportar pacientes, como quando mobiliza determinados materiais e equipamentos. Entre estes, pode-se citar: monitores, respiradores, caixas com frascos de soro, galões, pesos para tração e sacos de roupas.

Levantamento e manuseio de cargas de modo incorreto

Outro fator que auxilia no desenvolvimento de lesões é o levantamento, na posição incorreta, de pesos abaixo dos limites permissíveis. Isto ocorre quando uma pessoa levanta uma carga com os membros inferiores estendidos e o dorso encurvado.

Alguns autores explicaram que esta posição provoca uma distensão musculoligamentar, argumentando que o modo mais errado de se levantar um peso é a utilização dos músculos do dorso para esta tarefa, pois estes devem ser considerados apenas como músculos posturais.

Para Grandjean, as costas retas asseguram que as pressões nos discos intervertebrais sejam uniformemente distribuídas. Este autor afirmou também que manter as costas curvas e os joelhos retos provoca uma maior pressão nos discos da região lombar do que quando as costas estão retificadas e os joelhos flexionados. Este fato foi comprovado pelos estudos de Nachemson, que demonstrou os efeitos da postura corporal e manuseio de cargas sobre a pressão no interior dos discos intervertebrais. Atualmente, sabe-se que a carga sobre a coluna vertebral varia não só em função do peso suportado como também da posição do corpo e da distância do peso em relação à coluna.

Dentro desse contexto, Chaffin tem realizado pesquisas para avaliar os riscos de lesões na coluna utilizando modelos biomecânicos de trabalhadores efetuando atividades que envolvem o manuseio de materiais. Como resultado destes estudos, o mesmo autor recomendou que as cargas devam ser levantadas o mais próximo possível do corpo, para reduzir a curvatura da coluna e a pressão nos músculos e discos intervertebrais. Existem também outras orientações básicas que devem ser ministradas às pessoas que levantam e transportam cargas manualmente. Entre estas, pode-se citar: obter condições seguras do solo; posicionar os pés corretamente; evitar movimentos de torção do eixo vertical do corpo e segurar a carga usando totalmente as mãos.

Seria importante observar se o trabalhador de enfermagem está manuseando cargas e pacientes de um modo correto e, também, obter informações se este pessoal recebeu treinamento quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar para salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.

Levantamentos repetitivos

Pressões não muito intensas sobre o disco intervertebral, porém repetitivas e frequentes, podem ocasionar a aceleração da degeneração, com perda das propriedades de amortecimento.

Couto reforçou que o efeito do esforço físico crônico sobre a coluna vertebral é semelhante ao processo de envelhecimento “há degeneração do disco, com diminuição do conteúdo de água do mesmo. Em consequência, as vértebras tornam-se aproximadas, e a coluna vertebral fica diminuída de tamanho”.

Ao discutir aspectos fisiológicos e mecânicos do disco intervertebral, Kapandji fez as seguintes observações: “Se a aplicação de cargas e descargas sobre o disco são repetidas de um modo demasiado próximo no tempo, o disco não tem tempo para recuperar a sua espessura inicial. Também se cargas e descargas repetem-se de maneira demasiado prolongada, mesmo com a espera do tempo de recuperação necessário, o disco não recupera sua espessura inicial. Observa-se aqui um fenômeno de envelhecimento”. Dentro desse contexto, ressalta-se aqui que os trabalhadores de enfermagem além de manipular pacientes, também transportam e movimentam equipamentos e materiais durante suas atividades de trabalho.

Solicitações extraordinárias

Ocorrem nas tarefas laborativas que determinam flexões, extensões, inclinações laterais e rotação da coluna vertebral, geralmente associadas com levantamento de pesos.

Segundo Chaffin, pesquisas recentes que se utilizam de modelos biomecânicos já conseguem revelar os riscos das forças compressoras e altas tensões musculares causados por inclinações laterais e movimentos de torção.

Para exemplificar essa condição na enfermagem, pode-se citar que quando funcionários preparam e movimentam bolsas para diálise peritoneal, assumem inúmeras posturas inadequadas que são agravadas pelo peso das bolsas.

Manutenção de uma postura por tempo prolongado

Existem duas formas de trabalho, o estático e o dinâmico. O trabalho estático é altamente fatigante e, quando realizado frequentemente, pode lesar articulações, tendões e ligamentos. Grandjean também enfatizou que a posição em pé em um mesmo local por longo tempo não só causa fadiga muscular como também um desconforto que é produzido por um retorno de sangue venoso insuficiente.

Dentro desse contexto, Knoplich fez a seguinte explanação: “A musculatura paravertebral é do tipo postural, preparada portanto para permanecer contraída como um todo durante grande período de tempo, com rodízio interno de suas fibras entre contratura e relaxamento, e desenvolvida o suficiente para manter a posição de equilíbrio na bipedestação do homem, função esta facilitada pelas curvaturas da coluna. Quando esta musculatura tem que desenvolver um esforço extra, no sentido de tornar o indivíduo mais ereto, ou quando tem que sustentar o tronco contra a ação da gravidade por mais tempo, manifesta-se a fadiga desta musculatura. Ocasionais mudanças de postura durante a jornada de trabalho são recomendadas, tendo também como justificativa manter os discos em boas condições, pois, para serem nutridos, eles precisam estar submetidos a frequentes mudanças de pressão. Uma das atividades que obriga o pessoal de enfermagem a permanecer na posição estática por tempo prolongado é a lavagem de materiais.

Manutenção de posturas inadequadas

Em relação aos efeitos de posturas defeituosas, já se sabe que elas produzem fadiga dos músculos dorsais e aumentam a carga sobre os discos intervertebrais. Como no decorrer da jornada de trabalho um indivíduo pode assumir inúmeras posições diferentes, a análise e o registro da postura têm despertado a atenção de muitos pesquisadores. Por esta razão, desenvolveram-se vários métodos para quantificar a carga postural. Os poucos estudos realizados entre o grupo de enfermagem indicam que a postura mais adotada por este pessoal durante o trabalho é a estática em pé, o que representa um alto fator de risco. Os procedimentos que obrigam esse pessoal a permanecer na posição curvada ou em pé por tempo prolongado são: puncionar veia; ministrar banho no leito; realizar sondagem vesical, entre outros. Outra atividade que exige uma postura inadequada associada a um grande esforço físico, é o manuseio de autoclave.

Outras condições

Certos estudiosos destacaram a importância dos microtraumas crônicos que a coluna vertebral sofre durante toda a vida. Além disso, são também citados o trauma direto e a tensão emocional. Cailliet afirmou que uma pressão constante sobre o disco tem um papel preponderante na degeneração, justificando que a tensão física, na qual os músculos do corpo são mantidos em contração isométrica, exerce uma pressão sobre o disco, que acaba por diminuir sua capacidade embebitória. Acrescentou ainda que a contração dos músculos não permite que eles desempenhem a função de massagear o que prejudica a irrigação sanguínea local, e que a tensão emocional, por meio de seu componente muscular somático, provoca uma tensão muscular igual àquela provocada pelo trabalho físico. É importante ressaltar que a equipe de enfermagem além de executar atividades que produzem tensão emocional, também está sujeita a causas não ocupacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir esse trabalho, não se pode deixar de frisar que todas as atividades ocupacionais mencionadas podem realmente produzir lesões dorsais, como comprovam as explanações ergonômicas citadas no decorrer do texto. Acredita-se que é urgente a necessidade de estudos ergonômicos envolvendo as tarefas e as posturas adotadas pelo pessoal de enfermagem durante o trabalho. Através de técnicas ergonômicas observacionais, como o registro por meio de filmagem ou observação direta, deve-se analisar o tipo, a frequência e a duração das posturas e atividades. Dessa forma, espera-se que esse trabalho forneça subsídios que venham a contribuir no desenvolvimento de pesquisas que se utilizem de uma abordagem ergonômica, envolvendo equipamentos, mobiliários, pessoas e tarefas do ambiente hospitalar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AARAS, A.; WESTGAARD, R.H.; STRANDEN, E. Postural angles as an indicador of postural load and muscular injury in occupational work situations. Ergonomics, v. 31, n. 6, p. 915-33, 1988.

2. ALEXANDRE, N.M.C. Avaliação de determinados aspectos ergonômicos no transporte de pacientes. Ribeirão Preto, 1987. 114p. Dissertação(Mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

3. ALEXANDRE, N.M.C. et al. Aspectos ergonômicos e posturais em centro de material. Rev. Esc. Enf. USP, v. 26, n. 1, p. 87- 94, 1992.

4. BAKER, D.B.; LANDRIGAN, P.J. Occupationally related disorders. Med. Clin. North Am., v.74, n. 2, p. 441-60, 1990.

5. BARREIRA, T.H.C. Um enfoque ergonômico para as posturas de trabalho. Rev. Bras. Saúde Ocup., v. 17, n.67, p. 61-71, 1989.

6. BATY, D.; STUBBS, D.A. Postural stress in geriatric nursing. Int. J. Nurs. Stud., v. 24, n. 4, p. 339-44, 1987.

OBS: mais Referências no link original.

Fonte: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62341998000100013&lng=pt&nrm=iso

MICROBIOLOGIA

Competências: interpretar exames microbiológicos, dentro dos padrões de qualidade e normas de biossegurança.  Correlacionar as diversas patologias e manifestações clínicas tanto em infecções virais, bacterianas e fúngicas, com coerência, ética e espírito crítico; evidenciando suas competências no exercício da atividade profissional, de modo que desenvolvam a integração de conhecimento para a compreensão de ações profiláticas e de controle das doenças relacionadas.

PLANO DE AULA

Curso: Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem

Autor: Susana Nogueira Diniz e Patrícia Benvenuti Mendes

Unidade: Microbiologia aplicada à enfermagem

Assunto: Microbiologia e Imunologia

Objetivo

Compreender os conceitos, as relações entre os seres vivos, as principais características e associações relacionadas a agentes infecciosos, e os possíveis tratamentos.

Conteúdo programático

  • A importância da Microbiologia para Técnicos de Enfermagem
  • O que é a Microbiologia?
  • Unidades de Medida utilizadas na Microbiologia
  • Nomenclatura dos microrganismos – Taxonomia
  • Benefícios dos microrganismos
  • Doenças Infecciosas Emergentes
  • Infecções Adquiridas em Hospitais (Infecções Nosocomiais)
  • Controle de Infecções e Medidas Preventivas
  • Etapas de Prevenção da Resistência Microbiana Vírus
  • Referências
  • Exercícios com respostas comentadas

Metodologia

Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco.

Avaliação

Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula.

Bibliografia

1. ABBAS, Abdul K.; LITCHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia cellular e molecular. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

2. BURTON, Gwendolyn R.W.; Paul G. Engelkirk; Microbiologia para Ciências da Saúde. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

3. MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

4. TORTORA, Gerard J.;Funke, Berdell R.; Case, Cristine L. ; Microbiologia 6ªed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

5. ROITT, Ivan M.; Delves, PerterJ.; Burton, Dennis R.; Martin, Seamus J. Fundamentos de Imunologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

6. Centro de Controle de Doenças: www.cdc.gov/drugresistance/healthcare/ha/12steps_HA.htm – Atlanta – EUA.

AQUECIMENTO

O ser humano vive em uma biosfera composta de vários microrganismos que representam tipos, variantes, espécies, cepas, gêneros etc. A importância da Educação em Microbiologia refere-se ao contexto social e público das pesquisas na área. Os microrganismos são os menores seres vivos existentes, encontrando-se em uma vasta diversidade de ambientes e desempenhando importantes papéis na natureza. Este grupo caracteriza-se por ser completamente heterogêneo, tendo com única característica comum o pequeno tamanho dos organismos. As pessoas em geral têm receio dos microrganismos porque escutam muito sobre os impactos negativos que eles causam e pouco sobre os mecanismos essenciais de suporte à vida que eles desempenham em nossas vidas. Embora diversas áreas do corpo humano sejam estéreis, as espécies microbianas da flora normal humana são bastante numerosas e diversificadas, presentes em várias áreas do corpo, em diferentes proporções. A maioria dos microrganismos cresce bem em temperatura semelhante a do corpo humano, porém não significa que não há crescimento em temperaturas extremas. Alguns microrganismos crescem bem em meios relativamente pobres em nutrientes, outros têm necessidade de nutrientes específicos, como vitaminas. Mesmo com o aumento significativo das pesquisas brasileiras em todos os campos da Microbiologia e o crescente aporte de recursos públicos para a área, pouquíssimos trabalhos acadêmicos enfocam a relação da Microbiologia com o ensino em todos os níveis e a sociedade, o que reflete a falta de estímulo dos mestrandos, doutorandos e pesquisadores em se dedicarem a esse estudo. Com as aulas práticas, espera-se que os discentes construam conhecimentos significativos e não de memorização. Esse processo requer participação, pois, as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) constituem uma das principais complicações do quadro clínico de pacientes hospitalizados, acometendo milhares de pessoas em âmbito mundial.

O meio ambiente hospitalar, incluindo o ar, a água e as superfícies inanimadas que cercam o paciente, guarda íntima relação com as infecções hospitalares, podendo proporcionar focos de contato e de transmissão. Embora as principais causas de infecção hospitalar estejam relacionadas com o doente susceptível à infecção e com os métodos-diagnósticos e terapêuticos utilizados não se pode deixar de considerar a parcela de responsabilidade relacionada aos padrões de assepsia e de higiene do ambiente hospitalar. As precauções-padrão constituem ações preventivas a serem adotadas no cuidado a todos os pacientes, independentemente de seu diagnóstico. O monitoramento das práticas de limpeza do ambiente, a utilização exclusiva de equipamentos e objetos para cada paciente, e o reforço à equipe de limpeza sobre as recomendações de prevenção de disseminação de patógenos também favorecem o controle da dispersão ambiental de bactérias resistentes. Dentre as medidas de precaução, merece destaque a higienização das mãos, indicada antes e após o contato com o paciente, após a remoção das luvas, antes de manipular dispositivos invasivos, após o contato com fluidos ou secreções corporais, pele não íntegra e feridas, ao mudar de um sítio contaminado do corpo do paciente para outro limpo e após contato com objetos inanimados (incluindo equipamentos médicos).

O conhecimento, a adequação e a implantação do programa de controle de infecção hospitalar, são de extrema importância para que haja evolução nas práticas de saúde. Para isto, investimentos devem ser feitos na educação, a fim de ampliar a visão dos graduandos em áreas de saúde, futuros profissionais integrados no mercado. O enfermeiro é a fonte de informação para os demais profissionais da equipe, proporcionando a realização da supervisão dos pacientes e suas patologias; criando protocolos para um melhor atendimento e reavaliando os já existentes; atuando com o desenvolvimento e estabelecimento de uma educação continuada eficiente; realização de triagem, trabalhar em conjunto com os profissionais responsáveis pelo laboratório, bem como os demais departamentos de apoio (nutrição, lavanderia, etc.) O conhecimento da resistência bacteriana, bem como seus mecanismos de ocorrência e estratégias de prevenção e controle trazidas para a prática assistencial constituem um forte argumento para reflexões e revisões de condutas e protocolos. Acredita-se que somente a partir de tais atitudes se possa de alguma forma investir no processo de controle da disseminação dos microrganismos principalmente quando se observa registros da progressiva evolução da resistência bacteriana presente não só no contexto hospitalar como também no âmbito comunitário. São muitas as áreas de estudo da Microbiologia: pois profundas mudanças que ocorreram no curso das civilizações, foram decorrentes das doenças infecciosas. Como os microrganismos também servem de modelos vivos tornam-se importantes ferramentas para estudos e aplicações.

DINÂMICAS

QUIZ MICROBIOLÓGICO

Consiste em um jogo de perguntas e respostas sobre microbiologia e sua relação com outras áreas do conhecimento, abordando: conteúdo geral, saúde, controle microbiológico, biotecnologia e ecologia.

Os alunos são divididos em grupos e os mesmos escolhem um determinado número que está relacionado a uma determinada pergunta. Se os alunos conseguem dar a resposta correta, seguem em frente na disputa.

Fonte: adaptação do jogo “Fisiobio” criado pelos alunos da Universidade Federal do Ceará do Curso Ciências Biológicas para a disciplina Fisiologia Animal Comparada e que agora compõe o acervo do Laboratório de Ensino de Biologia (LEBIO), sendo utilizados ainda o tabuleiro do jogo e cartas de ajuda criadas pelos bolsistas.

Disponível em: https://www.sbenbio.org.br/verebione/docs/52.pdf>. Acesso em: 28 de novembro de 2016.

 

MICOSHOW

Objetivo: trabalhar conceitos referente a fungos.

O cenário é um programa de entrevistas, onde os convidados, líquen, micorriza e planta, Malassezia sp., Candida albicans, Cryptococcus neuformans e Saccharomyces cerevisiae, são entrevistados por um apresentador.

Cada personagem responde as perguntas que consistem em respostas que descrevem a morfologia do fungo, como o auxilio dos figurinos que os personagens usam contribuindo bastante para a explicação, além dos benefícios, malefícios, e se eles podem causar doenças no hospedeiro.

Atenção professor: você pode e deve mudar o programa de acordo com o conteúdo que está sendo abordado em suas aulas.

Fonte: https://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV045_MD4_SA18_ID3670_07092015150502.pdf

 

TEXTOS PARA REFLEXÃO

MEIOS DE CULTURA DE MICRORGANISMOS

Meios de cultura são composições de substâncias que fornecem nutrientes necessários para o desenvolvimento de microrganismos. Sendo favorecido o crescimento, é possível a identificação desses organismos através das suas atividades bioquímica e metabólica. Além dos nutrientes, existem condições ambientais para o crescimento microbiano, como temperatura, pH, umidade, presença ou não de oxigênio (condição aeróbia e anaeróbia), entre outros. Os meios de cultura são classificados de acordo com seu estado físico, podendo ser sólido, quando possui agentes solidificantes como o ágar; semissólido, quando a consistência de ágar e/ou gelatina é intermediária, ou líquido, quando não possui solidificantes, caracterizando-se como caldo. Devido à diversidade dos microrganismos, existem vários meios de cultura específicos que atendem às exigências para o desenvolvimento de cada um. Os meios básicos permitem o crescimento, porém não atendem a nenhuma condição nutricional específica de um determinado microrganismo. São exemplos de meio de cultura simples o caldo e o ágar simples. Já os meios especiais ou complexos possuem condições específicas que atendem às exigências de determinado microrganismo, pois contêm substâncias que propiciam a produção de enzimas e secreções específicas de determinados microrganismos, e que impedem o crescimento de outros que não são de interesse de análise. Um exemplo de meio de cultura especial é o Manitol, um meio salino com indicador de pH que tem a sua cor alterada quando ocorre o processo de fermentação e produção de ácido. Nesse meio é possível a identificação da bactéria Staphylococcus aureus.

De acordo com o tipo de microrganismo a ser identificado, os meios de cultura possuem diferenciação química, podendo ter extratos vegetais (malte, tomate), animais (carne), microrganismos (levedura) e sintéticos.

Ainda, é estabelecida uma classificação funcional para os diferentes meios de cultura, que podem ser para:
– Pré-enriquecimento: para amostras que sofreram algum processo físico ou químico (Ex.: caldo lactosado).
– Enriquecimento: desenvolvimento de bactérias gerais (Ex.: Caldo Tetrationato).
– Seletivo: inibem o crescimento de alguns microrganismos e propiciam o desenvolvimento de outros ( Ex.: Manitol e MacConkey).
– Diferencial: permite a diferenciação de microrganismos parecidos (Ex.: Ágar sangue e MacConkey).
– Triagem: avalia as atividades metabólicas, permitindo a identificação de vários microrganismos. (Ex.: Tríplice açúcar e ferro).
– Identificação: para realização de provas bioquímicas e funções fisiológicas do organismo a ser identificado (Ex.: Ágar citrato, Caldo nitrato).
– Dosagem: determinações de aminoácidos, vitaminas e antibióticos;
Contagem: determinação quantitativa da população microbiana (Ex.: Ágar de Contagem em Placas, Ágar Baird-Parker).
– Manutenção: conserva os microrganismos em laboratório (Ex.: Ágar Sabouraud).

Fonte: Adriana Lopes Ayres – Pós-graduação : Docência no Ensino Superior Ensino Superior: Fisioterapia (cursando) Ensino Superior Completo : Ciências Biológicas (CRBio 86374-01-D) – Acesso https://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/57896/meios-de-cultura-de-microrganismos>. Acesso em: 08 de novembro de 2016.

 

ORGANISMOS PRÉ-HISTÓRICOS ENCONTRADOS VIVOS EM CRISTAIS DE SAL

Estudo pode lançar nova luz na exploração da vida no espaço

Os cientistas descobriram procariontes que acreditam estivessem vivos quando ficaram presos em cristais de sal há 34 mil anos atrás, de acordo com um estudo publicado em janeiro de 2011 no GSA Today, um periódico de acesso livre do The Geological Society of America.

“Sabe-se que os micróbios existem em habitat de subsuperfície, tais como sedimentos do subsolo do mar e da crosta continental e oceânica, a profundidades de até 3 km”, diz o jornal.

“Procariontes (organismos unicelulares sem um núcleo e outras estruturas especializadas ligadas à membrana) nestes ambientes subterrâneos vivem na água dentro dos poros de sedimentos e fraturas de rocha.”

Organismos também foram encontrados em geleiras de até 8 milhões de anos, segundo o jornal.

“Coletivamente, estas descobertas estenderam o domínio da biosfera à crosta da Terra e deram esperança de encontrar vida sob a superfície de outros planetas, luas, asteroides e cometas do nosso sistema solar, onde as condições presentes da superfície são inóspitas”, lê-se no jornal.

Os pesquisadores e doutores Tim Lowenstein e Michael Timofeeff da Universidade Estadual de Nova York em Binghamton, e o Dr. Brian Schubert da Universidade do Havaí em Manoa (doutorando da Universidade Estadual de Nova York em Binghamton, no momento do estudo), encontraram organismos presos em inclusões fluidas, áreas microscópicas de gotículas de água, dentro de cristais de sal, e foram capazes de cultivá-las num ambiente laboratorial.

“Os organismos são chamados archaea, um dos dois domínios de procariontes (o outro é bactéria)”, Lowenstein contou ao Epoch Times.

“Fomos o primeiro grupo a olhar dentro dos sais antes de tentar cultivar os micróbios encontrados neles”, acrescentou Timofeeff.

“Eles estão presos ao lado de um tipo de alga chamada Dunaliella, o que só acontece para produzir alimentos que os archaea precisam para sobreviver, o glicerol, composto de açúcar e álcool”, disse Lowenstein, explicando como os organismos puderam sobreviver por tanto tempo.

No entanto, a luz não pode entrar nos cristais, então as algas não sobrevivem, e os archaea foram deixados apenas com a quantidade de glicerol que as algas tinham no momento em que foram presas. Como os archaea estavam num sistema isolado, à reprodução seria difícil, levando os pesquisadores a acreditarem que os organismos que encontraram vivos são os mesmos presos nos cristais 34 mil anos atrás, e não seus descendentes.

“Eles podem se reproduzir, mas em algum momento eles vão usar os seus recursos disponíveis e as condições de vida vão se tornar desfavoráveis”, disse Timofeeff.

Comparado com os seus homólogos modernos, estes organismos antigos são mais redondos e menores.

“Acreditamos que esta é uma evidência de que as células se mudaram para um modo de sobrevivência de inanição e miniaturizaram-se”, disse Timofeeff. “Quando as condições de vida se tornam desfavoráveis, alguns micróbios são capazes de mudarem para um modo de sobrevivência de inanição e miniaturizarem-se”.

Cristais de sal que possuem 63 mil anos de idade contendo micróbios foram encontrados juntamente com os de 34 mil anos, mas os pesquisadores não tinham certeza se os organismos neles estavam vivos.

“A única maneira que podemos ter 100% de certeza que qualquer micróbio que observamos dentro de uma inclusão fluida está vivo é dar-lhe condições favoráveis para o crescimento e ver se ele cresce”, disse Timofeeff.

“Há uma série de razões pelas quais um micróbio preso dentro de uma inclusão não possa crescer. Os fatores de sobrevivência não são bem conhecidos. Sabemos que eles deveriam ter glicerol suficiente para consegui-lo”.

Os pesquisadores também observaram que um estudo anterior reivindicou a descoberta de uma bactéria presa num cristal formado no período Permiano (299-251 milhões de anos atrás), mas o estudo é controverso já que alguns acreditam que a bactéria é um contaminante do laboratório.

“Apesar de estarmos começando a entender a comunidade de microrganismos no interior de inclusões fluidas modernas e antigas, muito mais precisa ser aprendido sobre como eles sobrevivem”, disseram os pesquisadores na conclusão do seu artigo.

“Tal conhecimento será vital à medida que estudos explorarem ainda mais vidas profundas na Terra e em outros lugares do sistema solar, onde os materiais que potencialmente alojam os microrganismos possuem milhões e até bilhões de anos.”

Fonte: https://www.epochtimes.com.br/organismos-pre-historicos-encontrados-vivos-em-cristais-de-sal-2/#.WCHK5vorJPY>. Acesso em: 08 de novembro de 2016.

 

 

NÃO É O CLORO QUE DEIXA OS OLHOS VERMELHOS: A DURA VERDADE SOBRE A ÁGUA DE PISCINA

Estudo aponta que não é o cloro que deixa seus olhos vermelhos

O cloro inativa a maioria dos germes causadores de doenças e é por isso que ele é encontrado na água potável e na grande maioria das piscinas. Contudo, os compostos formados em piscinas têm deixado alguns cientistas preocupados. Toda vez que uma pessoa entra na piscina, ela está adicionando contaminantes ao meio. Segundo um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), atividades de contato prolongado com a água de piscinas contaminadas podem resultar na ocorrência de conjuntivite infecciosa, inflamação da orofaringe, afecções de pele, síndromes disentéricas, entre outras doenças. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, os casos de doenças em águas recreativas, causados por bactérias e contaminantes em piscinas, estão em ascensão. A maioria dos casos foi associada ao parasita unicelular Cryptosporidium. Ele pode sobreviver em piscinas por dez dias ou mais, mesmo em água clorada. Segundo o relatório do CDC, os nadadores trazem o contaminante para a piscina quando entram na água quando estão doentes (com diarreia). Outro fator que preocupa em relação à higiene das piscinas é que a maioria delas apresenta urina, suor, cabelo, resíduos de maquiagem e protetor solar, etc. Esses contaminantes, em combinação com o cloro, formam as cloraminas. Pesquisadores comprovaram que não é o cloro que faz com que seus olhos fiquem vermelhos ao nadar na piscina, é a urina! Especificamente, são os produtos químicos liberados quando o cloro reage com esses contaminantes. Os  “subprodutos de desinfecção”, ou DPBs, liberam um forte odor. A maioria das pessoas pensa que o cheiro forte da piscina indica a concentração de cloro, mas não é o caso; ele normalmente indica que os contaminantes da piscina não estão sendo eficientemente combatidos na presença do cloro. Alguns desses subprodutos de desinfecção, como o clorofórmio, são conhecidos como trihalometanos, e são considerados cancerígenos. Um estudo recente relaciona esses subprodutos com o câncer de bexiga e colorretal. Urina e suor contêm ácido úrico. Outro estudo, publicado pelo American Chemical Society journal Environmental Science & Technology aponta que o ácido, em contato com o cloro, reage produzindo tricloramina e cloreto de cianogênio, dois perigosos gases. Esses dois produtos químicos têm sido associados a problemas de saúde crônicos entre nadadores: a exposição à tricloramina pode levar a problemas respiratórios graves, enquanto o cloreto de cianogênio tem sido associado a doenças pulmonares e desordens do sistema nervoso central e do sistema cardiovascular. Alguns cuidados podem ser tomados para diminuir os riscos de contaminação. Especialistas recomendam um olhar mais atento antes de cair na água, prestando atenção também no odor da piscina. A água deve estar límpida e sem cheiro ruim. Qualquer detrito presente na superfície ou fundo da piscina indica a necessidade de uma limpeza. Se a água estiver turva, o sistema de filtragem pode estar funcionando de forma ineficaz ou pode revelar um uso excessivo da piscina. A introdução do ácido úrico em piscinas é atribuível à micção que, em boa parte das vezes, é um processo voluntário dos nadadores; logo, evitar essa prática resulta em uma melhoria significativa da qualidade da água. Tomar uma rápida ducha antes e depois de entrar na água também ajuda a reduzir o excesso de contaminantes adicionados ao meio.

Agora vamos às quatro dicas de ouro:

  • Não urine na piscina.
  • Não nade se estiver com diarreia.
  • Não engula água da piscina.
  • Não caia na água se ela possuir odor ou estiver turva.

Se você não estiver confiante sobre a limpeza da água, não se submeta a um ambiente que possa estar contaminado.

Fonte: https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/3513-nao-e-o-cloro-que-deixa-os-olhos-vermelhos-a-dura-verdade-sobre-a-agua-da-piscina.html?lb=no&utm_source=eCycle&utm_campaign=acdb274971-Newsletter_282_18_11_2016&utm_medium=email&utm_term=0_ca1df616f8-acdb274971-151506329&mc_cid=acdb274971&mc_eid=80ea1d4ea0. Acesso em: 23 de novembro de 2016.

DICA DE MUSEU

Museu da Microbiologia oferece atividades lúdicas e exposição biológica para alunos. Os interessados podem visitar o museu no Instituto Butantã, em São Paulo. Com a missão de estimular a curiosidade científica e propiciar oportunidade de aproximação dos alunos com as disciplinas de Ciências e Biologia, o Museu da Microbiologia, um dos três museus localizados dentro do Instituto Butantã, em São Paulo, oferece inúmeras atividades para jovens do Ensino Médio e estudantes do Ensino Fundamental.

Local: Museu da Microbiologia/Instituto Butantã. Endereço: Av. Vital Brasil, 1500, São Paulo/SP (O museu fica localizado dentro do Instituto Butantã) Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 16h45.

PARASITOLOGIA

Competências: avaliar e relacionar, com base em evidências científicas, as ações de prevenção aplicáveis às enfermidades parasitárias, tanto em nível individual quanto coletivo. Contribuir para promover, manter ou recuperar a saúde de indivíduos acometidos por enfermidades parasitárias.

PLANO DE AULA

Curso: Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem

Autor: Airton Papeschi

Unidade: Parasitologia aplicada à enfermagem

Assunto: Parasitismo

Objetivo

Compreender os conceitos e as características gerais dos indivíduos, a profilaxia, e os possíveis tratamentos para parasitologia.

Conteúdo programático

  • Introdução
  • Os parasitas e suas barreiras naturais
  • Vírus
  • Bactérias e bacterioses
  • Protozoários e protozoozes
  • Helmintos
  • Artrópodes
  • Referências
  • Exercícios com respostas comentadas

Metodologia

Aula expositiva oral do conteúdo programático, livro didático com o auxílio de recursos multimídia e quadro branco.

Avaliação

Os alunos serão avaliados por meio de técnicas utilizadas pelo educador como pesquisa, seminários, exposições, resolução de exercícios em sala de aula, etc. bem como através de sua participação durante a aula.

Bibliografia

1. REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

2. REY, L. Parasitologia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

3. DE CARLI, G. A. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. São Paulo: Atheneu, 2001.

4. CARRERA, M. Insetos de Interesse Médico e Veterinário. Curitiba: Editora da UFPR, 1991.

AQUECIMENTO

O controle e prevenção das doenças parasitárias são possíveis por meio de medidas simples que levem às pessoas a melhorarem sua qualidade de vida. Um dos principais fatores que contribuem para a elevada prevalência, assim como o surgimento de novas infecções parasitárias são as precárias condições de vida e saneamento básico deficiente ou mesmo inexistente, associada à falta de conhecimento da população sobre a transmissão e controle dessas infecções, e princípios de higiene pessoal e cuidados no preparo correto dos alimentos. Meio ambiente e seres vivos estão em permanente e contínuo processo de adaptação mútua, isto é, estão “evoluindo” sempre. Porém, para que essa evolução ocorra, é necessário um pequeno desequilíbrio ambiental, o qual deve ser executado de maneira progressiva e lenta; se o desequilíbrio for alcançado de maneira brusca e muito abrangente, não temos evolução, e sim, a destruição dos seres participantes: presença de hospedeiros suscetíveis adequados, migrações humanas e principalmente condições ambientais (temperatura, umidade, altitude) e maior densidade demográfica, que acarreta em más instalações sanitárias e maus hábitos de higiene, favorecem a elevação de parasitoses em determinadas regiões. As doenças parasitárias, historicamente se caracterizaram como agravo relacionado às camadas sociais de baixa renda seja em virtude das precárias condições de vida de grande parte da população brasileira, no que se refere às moradias inadequadas, inexistência de saneamento básico e exclusão dos serviços essenciais de saúde e educação. Os profissionais de saúde, enquanto principais disseminadores de mensagens educativas precisam despender esforços na execução de atividades educativas criativas que explorem meios de contornar as limitações propiciadas pela pobreza. É fundamental a implantação de práticas educativas que conduzam as pessoas a adquirir conhecimentos sobre as parasitoses, tornando-as capazes de atuarem na prevenção e redução da carga parasitária.

A Educação em Saúde pode contribuir efetivamente para o controle e prevenção de parasitoses, podendo alcançar efeitos mais duradouros em comparação a outras abordagens, visto que, inteirado de conhecimentos, o indivíduo evita a aquisição das doenças parasitárias e de suas consequências. Sabe-se que os aspectos sociais e ambientais estão envolvidos na problemática das parasitoses, tornando-se de extrema importância o conhecimento desses aspectos quando se visa a realizar uma intervenção educativa de maneira eficaz. As crianças geralmente são mais vulneráveis a adquirir doenças por via fecal-oral e nestes indivíduos as infecções por parasitos intestinais assumem grande importância, não só pela morbidade resultante, mas também pela frequência com que produzem déficit que pode comprometer o desenvolvimento físico e cognitivo, resultando até mesmo em morte. A educação em saúde ocorre quando o indivíduo está preparado para se apropriar dos instrumentos necessários para a sensibilização e responsabilidade de sua própria saúde. O ato de cuidar da saúde implica em grande parte da necessidade de mudança de valores, representações e vivências dos sujeitos envolvidos. Mesmo que o Brasil tenha passado por modificações que melhoraram a qualidade de vida de sua população, as parasitoses intestinais ainda são endêmicas em diversas áreas do país, constituindo um problema relevante de Saúde Pública. As doenças que têm como veículo de transmissão a água e os alimentos ainda são, no Brasil, uma preocupação a ser discutida, uma vez que vivenciamos uma carência de infraestrutura sanitária que possibilita uma grande frequência desses agravos. É missão dos profissionais engajados na área de saúde garantir que as crianças tenham também acesso a creches de boa qualidade, de forma que os riscos à saúde das crianças sejam os menores possíveis. Precisam estar preparados para oferecer orientação e suporte às creches existentes, assim como elaborar normas de funcionamento interno, relacionadas à higiene, que atendam as necessidades e os interesses das crianças que frequentam essas instituições. O desenvolvimento de habilidades por meio da educação em saúde tem uma relação direta com a participação dos usuários para que estes possam ter um maior controle sobre a sua saúde e, assim, possam mudar o comportamento e passar a atuar de forma positiva, fundamentados no conhecimento. Bons hábitos de higiene podem prevenir a proliferação de doenças como parasitoses em ambientes tão propícios a essa contaminação. É fundamental o desenvolvimento de práticas e medidas preventivas com relação a parasitoses, principalmente na manipulação, preparo e armazenamento dos alimentos, além das condutas com a água a ser consumida, na perspectiva de mudança de comportamento a fim de evitar a contaminação.

DINÂMICAS

DINÂMICA DE CARTÕES

Etapa 1 – Os alunos recebem três cartões com cores representativas:

  • Verde – correto
  • Vermelho – errado
  • Preto – não sei

Em seguida ouvem afirmações a respeito das Parasitoses Humanas que serão abordadas em sala de aula e devem levantar o cartão de acordo com o que julgar correto.

Essa etapa serve como um pré-teste para avaliar os conhecimentos prévios dos alunos.

Etapa 2 – Após aulas expositivas dialogadas sobre as seguintes doenças: Pediculose, Ascaridíase, Teníase, Ancilostomíase, Amebíase e Giardíase, na qual foram utilizados slides no PowerPoint, auxiliado por diferentes recursos didáticos: Vídeos educativos, Caça-Palavra, Leitura de Texto, Animação, Material biológico, Modelos didáticos como massa de biscuit e Peça Anatômica do Sistema Digestório para facilitar o aprendizado dos alunos. Os professores podem e devem utilizar diferentes recursos.

Etapa 3 – Ao final das intervenções pedagógicas é realizada novamente a Dinâmica de Cartões com as mesmas afirmações. Essa etapa serve como um pós-teste para avaliar os conhecimentos prévios dos alunos adquiridos ao final do trabalho.

Fonte Adaptada: https://www.pe.senac.br/ascom/congresso/anais/2015/arquivos/pdf/poster/SA%C3%9ADE%20ESCOLAR%20o%20uso%20de%20diferentes%20recursos%20did%C3%A1ticos%20para%20o%20ensino%20..%20das%20parasitoses%20humanas%20em%20uma%20escola%20da%20educa%C3%A7%C3%A3o%20b%C3%A1sica.pdf

 

TRILHA PARASITOLÓGICA

Os procedimentos didáticos empregados consistem em aulas expositivas dialogadas, a fim de fornecer embasamento teórico aos discentes, e na aplicação de atividades lúdicas para a fixação do conteúdo das parasitoses.

Objetivo: avaliar os conhecimentos dos alunos acerca das enteroparasitoses.

Desenvolvimento: foi desenvolvido um questionário denominado pré-teste. Neste, foram elaboradas seis questões sobre os principais parasitos, sua classificação e formas infectantes, hospedeiros, profilaxia e nomes populares. Após o desenvolvimento das atividades, um pós-teste, com questões iguais ao teste preliminar, deve ser aplicado para verificar a eficácia das metodologias didáticas empregadas. Os materiais didáticos lúdicos desenvolvidos consistiram em atividades de caça palavras, palavras cruzadas e um jogo de tabuleiro denominado Trilha Parasitológica (disponíveis em: <https://lepat.elaborar.ufs.br/pagina/parasitologia-escola-9457.html>).

Estes materiais devem conter informações sobre as formas de transmissão, sintomas e profilaxia dos principais parasitos intestinais abordados, além do parasito sanguíneo Schistosoma mansoni. O jogo Trilha Parasitológica, adaptado a partir dos trabalhos de Lorbieski et al. é composto por tabuleiro, desenvolvido no software Corel Draw versão 15, nas dimensões 59,4 cm x 42,0cm (correspondente à folha A2) e constituído por um percurso de 24 casas.

O dado utilizado no jogo foi personalizado e contém em suas faces as cores amarelo, azul e verde, correspondentes às cores dos cartões. Cada cartão, além da tarefa a ser realizada pela equipe que lançou o dado, conteve também o número de casas que a equipe deveria avançar, no caso de acerto.

  • As cartas amarelas estavam relacionadas às medidas profiláticas.
  • As cartas azuis à sintomatologia.
  • As cartas verdes aos parasitos.

As tarefas consistem em julgar afirmativas, responder questões subjetivas, dramatizar por meio de mímicas e desenhar no quadro.

As equipes tem um minuto para realizar cada tarefa, contabilizado pela ampulheta. Ao longo da trilha existem casas que correspondem a penalidades (Volte uma casa ou Volte ao início do jogo) e casas de bonificações (Avance uma casa ou Escolha uma cor) que deviam ser respeitadas pelos participantes.

Fonte adaptada: https://www.scientiaplena.org.br/sp/article/viewFile/1380/785

TEXTOS PARA REFLEXÃO

PARASITOSES INTESTINAIS: PRINCIPAIS ETIOLOGIAS, MANIFESTAÇÕES

Clínicas, prevenção, e abordagem terapêutica, segundo a literatura

Introdução

As parasitoses intestinais constituem um importante problema de saúde pública no Brasil, em função da alta prevalência encontrada em determinadas regiões. Sua ocorrência na população reflete as desigualdades no padrão de desenvolvimento socioeconômico e as diferenças nas condições de vida. Predomina em zonas rurais e periferias das grandes cidades, onde habitam populações de baixa renda. A ausência de saneamento básico e as precárias condições de habitação dificultam as boas condições de higiene e a conservação adequada de alimentos, viabilizando a ocorrência das parasitoses (SUCUPIRA et al., 2002).

Estima-se que infecções intestinais causadas por helmin­tos e protozoários afetem cerca de 3,5 bilhões de pessoas, causando enfermidades em cerca de 450 milhões ao redor do mundo, sendo a maior parte em crianças. Desnutrição, anemia, diminuição no crescimento, retardo cognitivo, irritabilidade, aumento de suscetibilidade a outras infecções e complicações agudas são algumas das morbidades decorrentes. A prevalência de infecções por parasitos intestinais constitui um dos melhores indicadores do status socioeconômico de uma população e pode estar associada a diversos determinantes, como instalações sanitárias inadequadas, poluição fecal da água e de alimentos consumidos, fatores socioculturais, contato com animais e ausência de saneamento básico (BELO et al., 2012).

As crianças representam o grupo mais vulnerável à infestação por parasitas intestinais, pois, geralmente, não têm estabelecidos hábitos de higiene pessoal de forma adequada e, comumente, se expõem ao solo e à água, importantes focos de contaminação. No que tange à morbidade associada, pode-se destacar, dentre outras consequências, o déficit pôndero-estatural e a anemia ferropriva (ARAÚJO FILHO et al., 2011).

O objetivo deste estudo foi correlacionar os diferentes dados da literatura médica no que tange à etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas e manejo das principais parasitoses intestinais.

Metodologia

Esta é uma pesquisa bibliográfica, retrospectiva, de natureza descritiva que enfatiza a importância de compreender definição, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas e abordagem terapêutica das principais parasitoses intestinais. Optamos pela técnica de pesquisa da revisão bibliográfica, em que os estudos publicados são reunidos e sintetizados, obtendo os resultados evidenciados na ótica de diversos especialistas, trazendo contribuições para melhoria no diagnóstico e tratamento da doença.

A população foi composta por seis artigos que abordaram os temas parasitoses intestinais, giardíase, amebíase, ascaridíase, ancilostomíase, enterobíase, tricuríase e estrongiloidíase, publicados em periódicos nacionais no período entre 2000 e 2011 e indexados nas bases de dados do Scielo. E também por três obras literárias a respeito do assunto, para uma melhor fundamentação teórica. Foi realizada a análise de conteúdo dos artigos e obras literárias, em relação a seus objetivos.

Resultados e discussão

Os parasitas intestinais figuram entre os patógenos mais encontrados em humanos. Entre os helmintos, os mais frequentes são os nematelmintos Ascaris lumbricoides Trichuris trichiura e os ancilostomídeos Necator americanus e Ancylostoma duodenale. Os protozoários mais frequentes são Entamoeba histolytica e Giardia duodenalis. Estima-se que cerca de 1 bilhão de indivíduos em todo mundo alberguem Ascaris lumbricoides, sendo apenas pouco menor o contingente infestado por Trichuris trichiura e pelos ancilostomídeos. Estima-se, também, que 200 e 400 milhões de indivíduos, respectivamente, estejam parasitados por Giardia duodenalis Entamoeba histolytica. As repercussões que os enteroparasitas podem causar a seus portadores incluem a obstrução intestinal (Ascaris lumbricoides), a desnutrição (Ascaris lumbricoides Trichuris trichiura), a anemia por deficiência de ferro (ancilostomídeos) e quadros de diarreia e disabsortiva (Entamoeba histolytica e Giardia duodenalis), sendo que as manifestações clínicas são proporcionais à carga parasitária que infesta o hospedeiro (FERREIRA et al., 2013).

A ascaridíase tem uma ocorrência global e é a helmintíase humana mais prevalente no mundo. É mais comum em áreas tropicais, onde as condições viabilizam a manutenção dos ovos no solo. A taxa mais alta de infecção está situada na fase de pré-escolar e escolares jovens. Os ovos de Ascaris lumbricoides povoam o intestino delgado após a ingestão pelo hospedeiro humano, sendo as larvas liberadas, penetram na parede intestinal e migram para os pulmões pela circulação venosa, causando a ascaridíase pulmonar à medida que penetram no alvéolo e migram pelos brônquios e traqueia. São deglutidos e voltam ao intestino, onde se tornam adultos. A apresentação clínica relaciona-se à doença pulmonar e obstrução do trato intestinal ou biliar. A migração das larvas pode provocar sintomas alérgicos, febre, urticária e doença granulomatosa. Uma complicação mais importante ocorre quando uma grande massa de vermes leva à obstrução intestinal aguda. Pode afetar o crescimento e o estado nutricional. O diagnóstico é feito pela pesquisa de ovos nas fezes pelo método de kato-katz. O tratamento de escolha recomendado é o uso de Albendazol 400mg – Via Oral em dose única. A prevenção consiste em tratar todos os indivíduos em uma área de alta endemicidade, melhoria das condições sanitárias, das instalações de esgoto, interrupção do uso de fezes humanas como fertilizante e educação para a saúde (NELSON, 2005).

Uma minoria dos pacientes apresenta complicações, especialmente crianças menores, desnutridas, imunossuprimidas e maciçamente infestadas, principalmente com suboclusão intestinal e ascaridíase biliopancreática. Até os casos complicados costumam ser tratados por métodos clínicos, poucos precisam de cirurgia. A utilização de óleo mineral no tratamento de complicações da infestação é controversa pelo risco de broncoaspiração e indução de pneumonia lipoídica (JESUS et al., 2008).

A maioria das infecções por A. lumbricóides envolve pequeno número de parasitos adultos e é assintomática, diagnosticada em exames parasitológicos ou pela eliminação de parasitos nas fezes. A manifestação dos sintomas depende do número de parasitos adultos albergados pelo indivíduo. Infecções maciças podem resultar em bloqueio mecânico do intestino delgado, principalmente em crianças (SILVA et al., 2011).

A ancilostomíase é provocada pelos vermes cilíndricos Ancylostoma duodenale e Necator Americanus. A infecção afeta aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo todo. Em geral encontra-se confinada a zonas rurais, onde fezes humanas são utilizadas como fertilizantes ou onde o saneamento é inadequado. A China e a Índia apresentam os índices mais elevados de infecção por ancilostomídeos. A principal morbidade da parasitose é resultado direto da perda sanguínea intestinal. Os vermes adultos aderem à mucosa do intestino delgado proximal, inibem a resposta inflamatória local do hospedeiro e ingerem o sangue diretamente da submucosa. Hipoalbuminemia e edema (ou mesmo anasarca) devido à perda de pressão oncótica também podem ocorrer. Uma deficiência prolongada de ferro associada aos ancilostomídeos na infância pode levar a retardo do crescimento físico e déficits cognitivos e intelectuais. As larvas causam dermatite quando penetram na pele humana. Eosinofilia é frequentemente notada no contexto da infecção assintomática. Em casos de doença crônica em crianças há uma palidez amarelo-esverdeada denominada clorose. O diagnóstico pode ser feito através do exame fecal direto. O tratamento é conduzido com albendazol 400mg Via oral em dose única para todas as idades. A prevenção é pautada nas melhorias de saneamento básico, educação sanitária, evitar uso de fezes humanas como adubo e melhor desenvolvimento socioeconômico (NELSON, 2005).

A tricuríase é causada pelo verme filiforme Trichuris trichiura, que habita o ceco e o cólon ascendente em seres humanos. A contaminação se faz através da ingestão de ovos embrionados, em forma de barril. As larvas escapam da carapaça no intestino delgado superior e penetram nos vilos intestinais e chegam ao ceco e cólon ascendente. É comum em comunidades rurais com instalações sanitárias inadequadas e solo contaminado com fezes humanas ou de animais. Estima-se que um bilhão de pacientes estejam infectados mundialmente. A taxa mais elevada de infecção ocorre em crianças entre cinco e 15 anos de idade. A maioria das pessoas não apresenta sintomas. Alguns podem apresentar dor no quadrante inferior direito e periumbilical. Pode haver disenteria crônica, prolapso retal e anemia, retardo do crescimento, déficits cognitivos e do desenvolvimento. Não há eosinofilia significativa. O diagnóstico pode ser feito através de exame parasitológico de fezes com sedimentação espontânea. O tratamento é feito com Mebendazol 100mg duas vezes ao dia, via oral, por três dias ou 500mg uma vez, para todas as idades. A doença pode ser prevenida através de higiene pessoal, melhoria das condições sanitárias e eliminação do uso de fezes humanas como fertilizante (NELSON, 2005).

A enterobíase é causada pelo Enterobius vermicularis. A infecção ocorre por ingestão de ovos embrionados em unhas, roupas, roupa de cama ou mesmo poeira domiciliar. É prevalente em crianças de cinco a 14 anos de idade, em regiões com climas temperados, sendo a infecção por helminto mais comum nos Estados Unidos. A auto-inoculação pode acontecer em indivíduos que habitualmente levam os dedos à boca. A infecção pode provocar sintomas através de estimulação mecânica e irritação, de reações alérgicas e da migração dos vermes para sítios onde se tornam patogênicos. Raramente causa problemas sérios, as queixas mais comuns incluem prurido e sono inquieto secundário ao desconforto noturno causado pela coceira perianal e perineal. Granulomas perianais contendo vermes ou ovos vivos ou mortos desenvolvem-se raramente, mas podem exigir exérese cirúrgica. Quanto ao diagnóstico, um prurido anal noturno em crianças sugere fortemente enterobíase. Pode-se utilizar o método da fita gomada com uso na região perianal no início da manhã para identificação de ovos ou vermes adultos. O tratamento pode ser feito com Mebendazol 100mg via oral em dose única para todas as idades. Os tratamentos repetidos a cada três a quatro meses podem ser necessários em circunstâncias com exposição repetida, como crianças institucionalizadas. Embora o asseio pessoal seja um princípio geral útil, não há qualquer evidência de que seja efetivo na prevenção da enterobíase (NELSON, 2005).

A estrongiloidíase é causada pelo nematódeo Strongyloides stercoralis. Apenas os vermes adultos fêmeas habitam o intestino delgado. O hospedeiro é infectado através do contato da pele com o solo contaminado com larvas infecciosas. As larvas penetram na pele, entram na circulação venosa e em seguida passam pelos pulmões, entram nos espaços alveolares e migram através da árvore brônquica. São deglutidas e passam pelo estômago, e os vermes fêmeas se desenvolvem no intestino delgado. A infecção é prevalente em regiões tropicais e subtropicais do mundo e endêmica em várias áreas da Europa, do sudeste dos Estados Unidos e em Porto Rico. A resposta imune inicial do hospedeiro contra a infecção é a produção de IgE e eosinofilia no sangue e tecidos, o que evita a disseminação da infecção em imunocompetentes. Cerca de um terço dos acometidos são assintomáticos. Larva currens é a manifestação de uma reação alérgica contra as larvas filarioides que migram pela pele, onde elas deixam os traçados urticariformes, tortuosos e pruriginosos. A doença pulmonar raramente ocorre e pode se assemelhar à síndrome de Löffler. A estrongiloidíase intestinal é caracterizada por indigestão, dores abdominais em cólicas, vômitos, diarreias, esteatorreia, enteropatia perdedora de proteína e perda de peso. Edema do duodeno com pregas mucosas irregulares, ulcerações e estenoses podem ser observadas radiologicamente. A doença é potencialmente fatal devido ao risco de causar grandes hiperinfecções nas pessoas imunocomprometidas. A síndrome da hiperinfecção tem início repentino, com dor abdominal generalizada, distensão abdominal e febre. Múltiplos órgãos podem ser acometidos devido à disseminação de larvas pelo corpo. Esse fenômeno pode resultar em bacteremia e septicemia. As manifestações cutâneas incluem petéquias e púrpuras. Tosse, sibilos e hemoptise são sinais de envolvimento pulmonar. A eosinofilia pode estar ausente em imunocomprometidos. O diagnóstico pode ser feito por exame de fezes pelo método de Baermann ou Rugai. O tratamento de escolha é feito com ivermectina (200µg/kg/dia uma vez ao dia, via oral, por um a dois dias). A prevenção é pautada em práticas de saneamento, uso de calçados, diminuição da contaminação fecal do ambiente através da limpeza das camas e tratamento dos casos (NELSON, 2005).

A amebíase é causada pela Entamoeba histolytica e é prevalente em todo o mundo, havendo focos endêmicos nos trópicos, em regiões de baixos padrões socioeconômicos e sanitários. Em uma pequena fração de indivíduos, o microrganismo infesta outros órgãos além do trato gastrointestinal, especialmente o fígado. A Entamoeba díspar, a espécie mais prevalente, associa-se ao estado de portador assintomático, enquanto a E. histolytica, a espécie patogênica, pode tornar-se invasiva, causando doença sintomática. A infecção inicia-se com a ingestão de cistos do parasita, os quais são resistentes à acidez gástrica e enzimas digestivas; eclodem no intestino delgado para formar oito trofozoítos ativamente móveis que colonizam a luz do intestino grosso, podendo invadir sua mucosa. A prevalência regional em todo o mundo varia de 5% a 81%, com maior frequência nos trópicos. Estima-se que 10% da população mundial esteja infectada. A contaminação ocorre através de alimentos e bebidas contaminados e contato fecal-oral direto, bem como água não tratada e fezes utilizadas como fertilizantes. Os trofozoítos, que são responsáveis pela invasão e destruição teciduais, aderem-se à mucosa colônica em um receptor de lecitina específico para galactose. Uma vez aderidas, as amebas liberam uma proteinase rica em cisteína que possibilita a penetração através da camada epitelial. As células do hospedeiro são destruídas devido a peptídeos formadores de esporos, fosfolipases e hemolisinas liberados pelos trofozoítos. Uma vez que invadem a mucosa intestinal, produzem destruição tecidual (úlceras) com pouca resposta inflamatória local devido à capacidade citolítica do microrganismo. Este se multiplica e dissemina-se lateralmente abaixo do epitélio intestinal, produzindo as características úlceras em forma de “botão de camisa”, comumente observadas no ceco e nos cólons transverso e sigmoide. O quadro clínico pode variar de eliminação assintomática dos cistos a colite ou disenteria amebianas, ameboma e doença extra-intestinal. A doença grave é mais comum em crianças pequenas, gestantes, desnutridos e pessoas em uso de corticoides. A doença extra-intestinal em geral acomete apenas o fígado, entretanto outras manifestações raras incluem abscessos amebianos cerebrais, doença pleuropulmonar e lesões ulcerativas na pele e trato geniturinário. O tratamento é feito com metronidazol 15 a 20mg/kg de peso corporal por dia, sob a forma de xarope, fracionados em duas ou três tomadas no dia. A duração do tratamento é de cinco dias (NELSON, 2005; NEVES, 2004).

O diagnóstico laboratorial da amebíase intestinal é feito tradicionalmente por pesquisa do parasita nas fezes. Formas císticas são encontradas em fezes consistentes e trofozoíticas em material fecal diarréico ou pastoso. O imunodiagnóstico, a reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para pesquisa de anticorpos específicos contra o parasita no soro do paciente e o ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de coproantígenos nas fezes têm sido empregados como alternativa diagnóstica. Ambas as técnicas podem ser utilizadas para casos isolados ou para estudos epidemiológicos (POVOA et al., 2000).

A giardíase é provocada pela Giardia lamblia e a infecção pode cursar com colonização assintomática ou diarreia aguda ou crônica e má absorção. É mais prevalente em crianças e em locais com saneamento precário. Em países desenvolvidos, também é uma causa importante de morbidade, onde ocorre em creches, instituições para deficientes mentais e em surtos causados por alimentos. A giárdia infecta os seres humanos após a ingestão de 10 a 100 cistos, os quais eclodem no duodeno sob a forma de trofozoítos, colonizam sua luz e também a do jejuno proximal, onde se ligam à borda em escova das células epiteliais e se multiplicam por divisão binária. Os trofozoítos, à medida que se deslocam ao longo do trato intestinal, se transformam em cistos ovais que contêm quatro núcleos, os quais são eliminados nas fezes. Os cistos são relativamente resistentes à cloração e à irradiação com luz ultravioleta, mas a fervura é eficaz para inativá-los. Imunodeficiências humorais, incluindo hipogamaglobulinemia comum variável e agamaglobulinemia ligada ao X predispõem à infecção sintomática crônica. Existe uma maior incidência da infecção em pacientes com fibrose cística, provavelmente devido a fatores locais, tais como uma maior quantidade de muco, que pode proteger o microrganismo contra fatores de defesa do hospedeiro. A maioria dos pacientes sintomáticos apresenta um período limitado de diarreia aguda, afebril ou com febre baixa, náuseas e anorexia, podendo também apresentar cólicas e distensão abdominal, sensação de plenitude gástrica, mal-estar, flatulência, náuseas, anorexia e perda de peso. Inicialmente as fezes são aquosas e depois tornam-se gordurosas e com odor fétido, podendo flutuar no vaso sanitário, não contém sangue, muco nem leucócitos. O diagnóstico pode ser feito através de exame parasitológico de fezes (fezes diarreicas: método da hematoxilina férrica ou método direto; em fezes formadas: sedimentação espontânea ou método de Faust). O tratamento pode ser feito com Albendazol 400mg, uma vez ao dia, por cinco dias, por via oral. Apesar da terapia adequada, os sintomas podem reaparecer em alguns pacientes. A prevenção consiste em lavagem adequada das mãos, adoção de métodos adequados para purificar adequadamente os suprimentos públicos de água, incluindo cloração, sedimentação e filtração. Evitar comer comidas cruas em áreas endêmicas também constitui medida importante (NELSON, 2005; NEVES, 2004).

Considerações finais

As infecções parasitárias intestinais continuam endêmicas e devem merecer atenção da saúde pública nos países tropicais. A prevalência é alta e seu efeito é deletério, principalmente no estado nutricional dos indivíduos infectados. O Brasil tem passado por modificações que melhoraram a qualidade de vida de sua população, mas as parasitoses intestinais ainda são endêmicas em diversas áreas do país, constituindo um problema relevante de Saúde Pública, sendo, pois, necessárias, medidas enérgicas de educação em saúde aliadas a políticas publicas eficientes para o controle endêmico adequado.

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